Minha Mãe
Quando era pequeno
Meus sonhos eram maiores.
Acreditava no meu pai,
escutava minha mãe e
Deus lá do céu e a professora
da escola eram quem sabiam das coisas.
Quando eu era pequeno
achava que as roupas
voando ao vento nos varais
eram capas de super heróis,
e que se eu crescesse mais um palmo,
o lençol não tocaria no chão e
minha mão tocaria os céus.
Quando eu era pequeno
o jornal não mentia,
o locutor não mudava,
o que o outro dizia.
Quando eu era pequeno
acreditava na verdade
porque naquele tempo
a verdade não era de mentira.
Quando eu era pequeno
tinha saudade de ser grande
e agora que sou grande,
quero aprender a sonhar de novo.
BOA NOITE MEUS AMIGOS!!!
Quando a lua está na virada
Muda o tempo minha mãe já dizia
Nascem mais bebês na madrugada
Cantam os pássaros em euforia...
Eu fui autodidata, já nasci escrevendo; no interior do útero aquecido de minha mãe; o líquido amniótico me servia de inspiração; e o cordão umbilical era o élan, sangue, vida, elixir pulsante e pensante, pra eu sonhar, esvoaçar, me aventurar; com os meus dedinhos comecei a rabiscar a poesia, história de minha vida!
A mulher mais linda da cidade
Minha mãe não entende o porquê eu não mudo mesmo depois dela ter me dado tantas broncas, mesmo depois de ter crescido, mesmo depois de passar a bancar o garoto maduro. Não entende que, mesmo depois dos vinte, eu nunca vou conseguir tomar sorvete ou comer macarrão sem me lambuzar feito uma criança de quatro anos, e ela vai sempre como uma boba ter que tirar às pressas a mancha da camisa branca, porque eu sempre digo que aquela é a minha preferida. Não entende que eu nunca vou me acostumar em acordar cedo, que eu vou sempre estar atrasado, correndo, atropelando os horários das refeições. E vai passar a vida reclamando que eu como coxinha de padaria, e que logo pegarei uma fraqueza e vou parar num hospital. Acho que ela não vai entender que eu nunca vou aprender a colocar água na forminha de gelo sem derramar, nem conseguir soltar uma gargalhada um pouco mais baixa, seguindo os bons modos que ela sempre me ensinou. Ela vai continuar reclamando que eu meto a mão na panela, que eu abro o forno antes do bolo ficar pronto. Não entende que eu nunca vou conseguir deixar de bater o dedinho do pé na quina, muito menos parar de ralar meus joelhos. Que volta e meia vou aparecer com um corte, mas não vou conseguir explicar como foi. E ela vai sempre como uma boba, com a testa vincada, preocupada ao ver o ferimento. Ela nunca vai entender que, ainda que eu tenha crescido, eu nunca vou aprender a descascar laranja, como também nunca vou aprender a fazer um bom suco, arrumar as malas para uma viagem sem colocar todo o meu guarda roupa lá dentro. Nunca vou trocar as meias por vontade própria, nem parar de colocar besteira na lista de compras. Minha mãe nunca vai entender meu armário desarrumado, minha gritaria no chuveiro, minhas cenas no celular. Nem as batidas de porta pra chamar atenção. Não adianta, ela sempre vai achar que é imaturidade, que essas atitudes são coisas de filho que não cresceu, e ainda vai pedir a Deus que um dia eu aprenda. Minha mãe não sabe, mas eu tenho um medo absurdo de um dia deixar de ser filho.
Ter perdido a minha mãe ainda tão nova, me fez crescer alguém pela metade. Parece que com ela, se foi também o meu norte, e eu sempre preferi ser alegre que ser triste, mas não tem jeito, vai sempre faltar alguma coisa. Ser a única mulher de quatro irmãos, me tornou filha única. Agradeço pela vida do meu pai, pelo seu caráter irrepreensível, mas nunca ter recebido um beijo, um abraço e ouvido um “eu te amo” dele, me fez entender que o afeto é mais emergencial que escola cara. E foi aí que eu bati de frente com um ditado que diz: cada um só consegue dar o amor que recebeu. E eu posso dizer com todas as letras, que não recebi amor, cresci sem colo, sem afeto, sem as mais lindas palavras, mas eu desafio alguém ter mais amor pra dar do que eu. E sem demagogia nenhuma, eu afirmo que eu sei o que é amar. ;)
Conversando com minha mãe!
Mãe: o importante é ser uma pessoa boa de coração,
fazer o bem para o próximo, Jô.
Eu: ô mãe, nem vem com essa conversinha hoje.
Vejo muita gente ruim, que nunca pensa nos outros,
vivendo bem melhor que eu. Eu não ganho nada sendo boa.
Mas sou boa por que eu quero ser boa,
não por que quero ter paz na minha próxima vida
ou quero um lugar no céu ou por que o Deus polinésio quer.
Mãe: você tem que fazer o curso básico da academia filosófica,
eu falo, você não me escuta!
Eu: mãe, você trabalha com seguro há 20 anos e nunca deu um golpe.
Unzinho sequer. Nada. É correta. E aí? Nem pra dar pelo menos um golpinho mãe,
pegar um dinheirinho, conhecer a Europa, visitar a Capela Sistina...
Mãe: kkkkkkkkkkkkk... você me diverte, Jô.
´dorme lá em casa?´´ ´´sim mas pede pra minha mãe´´ ´´'não eu tenho vergonha´´ ´´se você pedir ela deixa se eu pedir ela não deixa;
#QuemNunca? kkkkkkk
ONTEM A NOITE LEMBREI DE VOCÊ
Ontem à noite conversando com minha mãe,
Chorei emocionada ao falar de você.
E pude perceber o quanto te és importante para mim,
E que já não consigo mais viver sem te ter.
E que por mais que o tempo passe
Seremos sempre amigos e namorados, eu jamais te deixarei.
Eu sinto teu cheiro aqui
E relembro se nossos momentos,
De repente estou a sorrir.
Por este motivo digo e repito
Que não preciso de outro aqui comigo,
Por que você é o meu tudo e muito mais.
Você é o sol que me aquece,
O ar que me rodeia,
A chuva que molha minha boca,
E todo esse sentimento
E tudo o que eu sinto por você
Aumenta a cada dia.
Mãe,
Minha mãe,
tão querida mãe,
que perdoa...
que briga...
que ama...
mãe, te amo.
Amo o seu jeito de me dar bronca,
seu jeito de sorrir
seu jeito de gritar comigo,
seu jeito amigo de me elogiar,
e até quando você me critica, mas eu sei que no fundo quer dizer "Parabéns!"
Sei também quando você realmente está me criticando!
Eu sei...
Sei
PERDI MINHA MÃE...
Nesses últimos tempos vivi os dias mais felizes e também os mais tristes de minha vida.
Pude aproveitar a minha mãe como de fato se deve aproveitar uma mãe: grudando nela e absorvendo todas as lições possíveis, roubando todos os carinhos e beijos do mundo. Mas também sofri ao ver seu sofrimento (que foi vivido sempre com um sorriso no rosto) e vi a minha convivência com ela chegar ao fim.
Essa experiência me causou a maior dor que já senti em minha vida. Uma dor que ultrapassa o psicológico e se transforma em dor física. Uma dor que não permite comer, pensar, dormir… Nada. Virei, por alguns dias, refém dessa dor. E ainda sou pega por ela várias vezes ao dia…
Posso descreve-la como um BURACO em meu coração. Arrancaram algo de dentro de mim, sem anestesia. A sensação é essa!
Me prometeram que isso passa… Só posso rezar e torcer para que seja verdade.
Perdi minha mãe, minha cúmplice, minha melhor amiga… Perdi meu chão.
Li as mais de 1000 mensagens que vocês me deixaram, e encontrei nelas conforto. Me deu paz no coração ver tantas pessoas queridas por perto, rezando e torcendo por mim… Fiquei extremamente emocionada com cada mensagem de força, cada depoimento pessoal, cada palavra de carinho… Isso, junto com o apoio dos meus amigos e família, foi o que me fez abrir um sorriso essa semana e pensar que nem tudo esta perdido.
Gostaria de responder a cada uma das pessoas que me escreveram mas infelizmente eu não vou conseguir, então estou escrevendo essa carta para poder agradecer todo o carinho e amor que vocês me deram! Vocês são seres humanos iluminados e especiais, e rezo para que Deus continue iluminando seus corações!
Minha mãe, meu maior exemplo, minha guerreira linda, descansa em paz ao lado de Deus. E deixa uma saudade enorme em todos por aqui…
Minha Mãe...
Cálice transbordante cheio de suas contínuas preces.
Palco combativo vitorioso das mais preciosas graças.
Abrigo espiritual personificado da divina providência.
Laço familiar entrelaçado na sua paz transcendental.
Manancial incontestável do mais louvável equilíbrio.
Força propulsora mantenedora de uma eterna união.
Amor incondicional tecido na sua doação constante.
Dia por dia se faz conduta edificante sem fronteiras.
Honrosa arquitetura nos moldes de um ser celestial.
Minha mãe disse na minha infância que quando eu crescesse iria sentir falta de tudo aquilo, eu desacreditei, hoje sei que tudo era verdade!
