Meu Amor Viajou
sinto-me triste, vontade ...
espera-me aí que já vou ,
liberta de mim a saudade
q' em meu coração ficou.
a natureza abre-se ao meu assombro, afasto-me da gente que passa, volto ao sossego do meu pensamento, às vezes converto-me noutro ser, o meu corpo é um mar e na corrente os meus sonhos embarcam, o tempo é abolido, e eu prossigo na luz da quimera confiada num milagre...de repente quando a turbulência aflora, caio na realidade, ficam sem luz as paisagens do meu olhar...interrompe-se o vôo ardente do meu sonhar...
não, não tomei outro caminho, nem outro barco, nem outro rio...sigo a voz que talha o meu silêncio.
com o passar de folha, apagou-se metade do meu sonho, já a memória se esquece da antiga disciplina, comovidas as flores na jarra, afirmam que estou delirando... e deixam um aroma fresco ao alvor, em minha almofada... a memória é pois um cântaro cheio de saudade, resgato o sonho, e lá volta a brisa com a claridade da infância...nessa hora sonho com o tanger do sino, cujo som mágico consigo ainda recordar, e o rio, éden da minha infância, águas cristalinas espelham o céu e nas margens crescem flores como meninas joviais...meu sonho continua à sorte, e vai jogando o jogo da vida e da morte...o tempo cega-me, mas as estrelas avivam-me os sentidos e a lua escuta o meu coração, solidária dá-me a mão e o sonho continua...
quando imploro à mente pelas recordações, chega-se a mim a alma da saudade que preenche o meu vazio...num gesto de bondade
desempoeiro as memórias para matar o tempo, antes que ele me mate a mim ou me olhe como se fosse meu dono...
há dias em que cantam cotovias nos meus olhos e voam soltas sobre as searas do meu coração...o vôo é a lembrança, o canto é a saudade...
este meu voltar atrás, a olhar o florir dos cardos, ouvir a música nos prados quando não anoiteceu ainda, faz com que as lágrimas me visitem, e me deixe a pensar entre a saudade e a solidão...
apagou-se o pulsar do sol em metade do meu sonho, mas o meu alento fica exercitando-se, resgatando luz para a outra metade do sonho sobre a protecção da lua...sempre amanhã é outro dia.
a saudade amanhece no meu pensamento e no peito nascem brancas madressilvas, deixa-me o coração a latejar... o corpo sente um vivo calafrio... enquanto arde meu sangue, ao lembrar a razão do meu pulsar.
há rectas no meu sonho e eu sigo em frente ante o delírio do entardecer, enquanto a luz não acabar...
lá fora bate irado o vento, e cá dentro meu coração encosta o ouvido às paredes e mal se atreve a bater...
como entender o tempo da felicidade, da entrega sem limites, quando eras o sol que subia pelo meu corpo, se a carência de ti me percorre agora a pele?!
Não me tire do sossego pra fingir atuar.
Não roube meu desejo de quieto estar.
Permanente estatua viva e morta, esperando o sino tocar.
Não provoque meus instintos, ou meu não pode te matar.
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