Meu Amor Viajou
Infelizmente, é mais uma batalha onde a chuva cai sobre mim, pois meu coração está mergulhado na tristeza e na derrota. O que me resta é aceitar que eu perdi. Nem todas as batalhas, ainda que eu lute, nem sempre vencerei.
Condeúba é mais do que um lugar, é meu refúgio particular. Meu lar familiar e meu pedacinho de chão. Esse cantinho no sertão é meu aconchego, o único lugar capaz de acalmar meu coração.
Hoje é um daqueles dias que eu preciso curtir o meu momento. Extravasar um pouco, colocar pra fora, gritar, cantar, tomar um wiski ouvindo uma boa música, pra me desligar um pouco desse Mundo Pesado, de algumas dores.
Olho pro meu passado e choro
Porque eu sei que as coisas não vão voltar a ser como eram antes
Risos, abraços, pessoas, momentos que jamais teremos de novo aqui
E dói pensar mais mesmo assim eu penso que se eu pudesse por um segundo dizer algo para o meu eu do passado seria, fique por ai
- Passado
Ahh claro que eu sou preto,meu nariz é grande,lábio carnudo
Tenho até traço no rosto ,só porque meu pai é juíz e minha mãe é delegada?,quem é você pra me dizer ao contrário
Eu? Eu não sou ninguém, só apenas o alvo de mão olhado
O ladrão de bolsas das velhinhas,imã de bala perdida, suspeito de furto ao entrar em loja de luxo, o segurança particular do branquelo no shopping né que privilégio, o reciclador , o morador de rua , e quando viro advogado ou professor "Ahh com as cotas até eu" vitimismo ? Não realidade
Irmão, quem sou? Filho de empregada doméstica, batalhador, cheio de propostas do tráfico onde é o único lugar onde eu não sou descriminado
Mas não essa vida não é para mim , sabe porquê?:
Porque sou preto demais !!
Com fragmentos de mim mesma, existe um caos onde um espelho se torna o meu abismo insondável. A visão de meu reflexo desencadeia uma tempestade interna, com borboletas agitadas percorrendo cada fibra do meu ser, sangrando os vestígios do desgosto alojada em minha alma. Perdida em um limbo interminável, anseio ser apenas ossos, despida de tudo… para aprender a me amar, ou talvez me forjar em ferro, para suportar a pesada carga que carrego.
Em meu ser habitam borboletas; sou um esqueleto onde a carne se agarra teimosamente. O espelho, meu adversário inclemente, reflete os vestígios do que penso ser tristeza, expelidos em náusea. Transformo-me em um abismo de desejos, mergulhando no turbilhão de culpa, onde o que entra, borboletas querem expelir.
Quando li o recado do meu passado,
Ecoando como um canto na mata,
Senti o toque suave do tempo
E o céu de outrora me acenava.Cada folha, cada galho
Sussurrava histórias esquecidas,
Memórias de um tempo longínquo
Que meu coração ainda abriga.
Cléber Novais
Quedo-me em meu quarto, no interior. Entre um espirro e outro de uma possível e cotidiana alergia, recordo-me de uma pergunta de um grande professor: "Garoto, o que é a vida?". Após - longos - minutos na falha tentativa de dar fundamento a esta pergunta tão subjetiva, interrompeu-me com sua voz rouca de um exímio e orgulhoso tabagista: "Ok, mas o que é a vida?"
-Não gosto do seu jeito!
"Ah que pena alteza! Vou mudar totalmente meu estilo e personalidade para lhe agradar.... Melhor... Vou desenvolver milhares de personalidades para me adequar a cada pessoa sem intimidade que aparecer na minha vida. É o certo a se fazer com certeza."
A maior parte das minhas orações, é no silêncio. Em vez de pedir, entrego o meu coração silenciosamente a Deus!
“Se o meu mundo fosse desabar amanhã, gostaria de olhar para trás em todos os prazeres, excitações e experiências que tive a sorte de ter vivido. Não para a tristeza, perdas ou meu pai saindo de casa, mas para a alegria de todo o resto. Terá sido o suficiente.”
*Lágrimas percorrem meu rosto em memória,
Faz um tempo que não viajo em tua glória.
O violão aquietou, o dedilhado parou,
Agora, na rua da vida, o frio me silenciou.
Ah, como gostaria de tocar e cantar,
Seria tão bom, por um momento, desconectar.
Subir na glória sem temor do amanhã,
Me jogar no grito da canção até de manhã.
Hoje sou cativo da vida e do tempo,
Vivendo em refúgios, em silêncio passo o tempo.
Mas ainda guardo momentos passados na memória,
Canções, viagens, orações, cultos de glória.*
Conviver com surdos em qualquer lugar é o meu equilíbrio, pois minha identidade e cultura fazem parte da comunidade surda. Sem eles, minha depressão me afetaria.
