Mestre e Discípulo
"Maldita é a época em que os mestres bajulam seus discípulos para obter vantagens financeiras ou favores pessoais".
"O discípulo pergunta ao mestre: Qual é o segredo da vida?! E o mestre após pensar um pouco, responde … O segredo da vida reside em crescer e multiplicar, em estar bem consigo próprio, com os outros e o universo. No amor ao próximo, na coerência entre o que se fala e o que se pratica, na compaixão, no desapego, no equilibrio, na humildade, na paciência, no respeito a si, aos outros e a natureza, na simplicidade, na solidariedade, na tolerância, na vontade de viver e deixar viver. Eis o segredo da Vida!"
"Qual é o segredo dos escritores e poetas?! Pergunta o discípulo ao seu mestre ... E o mestre responde: diferem dos demais por não necessitarem de olhos abertos para ver o sol, ouvidos apurados para ouvir os pássaros ou olfato privilegiado para sentirem o aroma das flores. O segredo deles reside na abstração e sensibilidade. Graças a tais predicados conseguem perceber o imperceptível, imaginar o inimaginável e ver o que não é visível."
Um discípulo nunca pode superar seu mestre.
Simplesmente porque o mestre está dentro do discípulo.
Assim sendo, tudo o que discípulo fizer, também será obra do mestre.
Na vida cristã discípulos que fazem o curso de doutorado de teologia é graduado para ser mestre, ensinando outros a buscarem o seu crescimento espiritual.
O Mestre traz o conhecimento do Alto para o plano mais baixo, onde estão os Seus discípulos, com o firme propósito de que todos alcancem estágios mais elevados como a sabedoria de Deus.
O Mestre espiritual conduz o espírito de Seus discípulos até os mais altos níveis de sabedoria, para que se desliguem dos mais baixos e vis desejos da alma.
O mestre conhece os compromissos dos seus discípulos e ouve a sua vontade, consciência e liberdade, para libertá-los de seus temores e de suas dúvidas.
Seja mais um discípulo ao lado do Mestre, porque o mundo precisa de Suas instruções e de Seus ensinamentos!
Um mestre oriental, doutrinando, pergunta ao discípulo o que vê à sua frente e depois? ‘Vejo uma imensa parede. Depois dela, como poderei saber, mestre?’ Resposta: ‘O dia que enxergar através de todas as paredes, serás um mestre. Porém, terás que sangrar o cérebro, as mãos e os pés pelo esforço em acreditar no seu êxito.’
João Batista não sofreu de ciúmes e nem de frustração por perder discípulos para o verdadeiro Mestre. Sua voz e postura, testificaram quem de fato era Jesus, o único Cordeiro que tira o pecado do mundo.
O próprio discípulo só respira e se emancipa com a morte do mestre.
Aristóteles afirmava: "O verdadeiro discípulo é aquele que supera o mestre". Leonardo da Vinci seguia a mesmo entendimento ao dizer: " Lastimável discípulo que não ultrapassa o mestre". Tudo é muito bonito e possível quando o mestre não é Jesus.
Discípulo: Mestre, às vezes me sinto desanimado. Me esforço tanto, dou o meu melhor, mas parece que ninguém enxerga… ninguém valoriza o que eu faço.
Mestre: (olha com serenidade e responde)
Ninguém é obrigado a valorizar o que você faz, meu jovem.
Por isso, faça o que ama — e faça bem — mesmo que não venha aplauso algum.
As pessoas podem enxergar o seu diferencial, mas isso não significa que vão reconhecê-lo.
Nem mesmo se você projetar uma nova maravilha ao redor do mundo.
Discípulo: Então… eu continuo, mesmo em silêncio?
Mestre: Sim. Porque o valor do que você faz não está na reação dos outros, mas na verdade com que você o faz.
Um discípulo perguntou a um velho sábio sobre quem vinha primeiro, se era a energia ou a força. E com a serenidade costumeira a resposta do ancião pareceu cheia de complexidade para um entendimento superficial sem os mecanismos da reflexão profunda:
"Sem energia perdemos a força - respondeu-lhe o velho homem -, no entanto, você pode estar pensando que é a força que produz energia. Mas veja bem que não há força sem energia. Neste caso, precisamos descobrir o que é causa e o que é efeito. Não nos parece aquela mesma história de quem veio primeiro se foi o ovo ou a galinha? Então, onde estaria a energia neste caso? Porque a energia que a força produz é secundária, e a força que a energia produz é a força primeira ainda misteriosa como a própria luz. Observe que a luz também é efeito, pois a causa é a energia.", completou o mestre.
E o discípulo ouvindo tudo aquilo, não teve força para replicar, porque estava psicologicamente esgotado, sem energia para raciocinar.