Mensagens de Morte de um Irmão
Posso falar de morte enquanto vivo?
Posso ganir de fome imaginada?
Posso lutar nos versos escondido?
Posso fingir de tudo, sendo nada?
Posso tirar verdades de mentiras,
Ou inundar de fontes um deserto?
Posso mudar de cordas e de liras,
E fazer de má noite sol aberto?
Se tudo a vãs palavras se reduz
E com elas me tapo a retirada,
Do poleiro da sombra nego a luz
Como a canção se nega embalsamada.
Olhos de vidro e asas prisioneiras,
Fiquei-me pelo gosto de palavras
Como rasto das coisas verdadeiras.
Anjos caídos nos meus pés
Sussurraram vozes na minha orelha
Morte diante dos meus olhos
Deitada ao meu lado, eu temo
Ela acena para mim, devo me entregar?
Sobre o meu fim, devo começar?
Esquecendo por tudo que eu caí
Eu subo para conhecer o meu fim
Dor, prazer e morte não são mais que um processo para a existência. A luta revolucionária neste processo é uma porta aberta à inteligência.
Morte.
Não lhe peço que silenciem a sua dor, mas que silenciem o desespero.
Não espero que estanquem suas lagrimas, mais estanquem os altos níveis de angustia. A saudade nunca é resolvida, mais o desespero deve ser aquietado, pois não honra quem partiu.
Augusto Cury
O vendedor de Sonhos...
Alexandra Jardim
Ainda sabendo que a morte vem de Deus, quando nós não a provocarmos, não podemos, por enquanto, na Terra receber a morte com alegria porque ninguém recebe um adeus com felicidade, mas podemos receber a separação com fé em Deus, entendendo que um dia nos reencontraremos todos numa vida maior e essa esperança deve aquecer-nos o coração.
Aceitar a morte de alguém é difícil. Nós nos convencemos de que essa pessoa não podia morrer. Você pode tentar encontrar um significado da morte, mas só há dor. Um ódio insuportável. Mortes sem sentido... Ódio eterno e dor que não passa.
Quem acredita que a morte é o fim, provavelmente não deve crer que após o sábado vem o domingo: o descanso! E, após o domingo, a segunda: o recomeço!
É a eterna roda viva da vida!
Amigos vem, amigos se vão.
Mas os verdadeiros amigos, nem mesmo a morte os afasta de nós. São eternos e incondicionais.
Ao lado do homem vou crescendo
Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente
Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas
Ao lado do homem vou crescendo
E defendo-me da morte povoando
de novos sonhos a vida.
A morte, que há-de vir para todos, chegará nobremente se dermos as nossas posses e a nossa vida para ajudar os homens a viverem.
Numa epidemia a morte é desvalorizada. Porque se não desvaloriza no nosso quotidiano, que é como se houvesse também uma epidemia, embora ao retardador?
Toda a gente forceja por criar uma atmosfera que a arranque à vida e à morte. O sonho e a dor revestem-se de pedra, a vida consciente é grotesca, a outra está assolapada. Remoem hoje, amanhã, sempre, as mesmas palavras vulgares, para não pronunciarem as palavras definitivas. E, como a existência é monótona, o tempo chega para tudo, o tempo dura séculos.
A morte é o final a que chegam todos os homens e que não se pode evitar com a precaução de ficar fechado em casa. O homem de coragem deve entrar nas empresas com uma confiança generosa e opor a todas as desgraças que o céu lhe envia uma coragem invencível.
Irmãos, a um mesmo tempo, Amor e Morte, / criarei a sorte. / Coisas assim tão belas / no resto do mundo não há, não há nem nas estrelas.