Mensagens de Libertação
"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."
(João 8:36)
Libertação não é conceito, é encontro com o Verbo que vive e age em nós
A lua cheia se ergue no céu como um espelho de todas as dores que já carreguei.
Seu brilho prateado penetra minha alma, despertando um trauma antigo enterrado, mas jamais esquecido. Cada memória corrói meus pensamentos, como se as sombras do passado se misturassem à luz da lua.
O silêncio ao meu redor se torna ensurdecedor, um eco constante de tudo aquilo que tentei esquecer.
De repente, algo dentro de mim cede. Meu corpo começa a se contorcer, como se cada fibra estivesse se rompendo, se reconfigurando. Meus sentidos se apagam. O mundo desaparece.
Resta apenas o instinto.
O homem que um dia fui... se esvai.
Agora, como lobo, sinto a necessidade de me isolar de tudo e de todos. A presença humana se tornou insuportável. O mundo dos homens parece distante. Irrelevante.
Só o lobo permanece correndo pela escuridão.
Solitário. Livre.
Mas ao custo de tudo o que um dia considerei importante.
A lua cheia, testemunha do meu tormento, brilha impassível enquanto fujo
não apenas dos outros,
mas de mim mesmo.
Ensinar o povo de Israel a ser santo e obediente era mais complexo do que libertá-lo do Egito! Ainda é assim nos dias de hoje.
Quando o sofrimento se torna a única companhia da alma, o livre-arbítrio se revela em sua forma mais crua: viver torna-se um ato de coragem, morrer, um grito de libertação e ambos repousam nas mãos daquele que sente.
Nascemos, vivemos e morremos sem saber nada dos mistérios da vida. Talvez, voltemos para aprender ou para ensinar que os sinais simbolizam a nossa libertação.
Vivemos, crescemos e morremos diariamente. Metamorfoseamos à medida que há necessidade e nos desintegramos assim que houver libertação.
A morte assim como vida, é uma breve passagem, um piscar de olhos, uma aventura, um resquício de saudade, uma libertação.
Com Deus, não existe fim definitivo,
Apenas recomeços!
Pois o SENHOR sempre me ensina
Que a verdadeira paz nasce
Do acolhimento dos meus próprios erros
Somado ao divino perdão
Que sempre liberta!
(do livro: O Aleph, a Poesia de José de Deus)