Mensagens de Amor Bandido
A saudade eterniza a presença de quem se foi. Com o tempo esta dor se aquieta, se transforma em silêncio que espera, pelos braços da vida um dia reencontrar.
Acomodar-se às circunstâncias do momento faz hábeis os homens e estimáveis as mulheres.
A língua lambe
A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.
O esperado nos mantém fortes, firmes e em pé. O inesperado nos torna frágeis e propõe recomeços.
No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do quintal: Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro.
De quantas graças tinha, a Natureza
De quantas graças tinha, a Natureza
Fez um belo e riquíssimo tesouro,
E com rubis e rosas, neve e ouro,
Formou sublime e angélica beleza.
Pôs na boca os rubis, e na pureza
Do belo rosto as rosas, por quem mouro;
No cabelo o valor do metal louro;
No peito a neve em que a alma tenho acesa.
Mas nos olhos mostrou quanto podia,
E fez deles um sol, onde se apura
A luz mais clara que a do claro dia.
Enfim, Senhora, em vossa compostura
Ela a apurar chegou quanto sabia
De ouro, rosas, rubis, neve e luz pura.
Eu te amei desde o momento em que te vi! Eu te amei por séculos nestes poucos dias que passamos juntos na terra. Agora que a minha vida se conta por instantes, amo-te em cada momento por uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter neste mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade.
Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.
Eu não preciso de ti. Tu não precisas de mim. Mas, se tu me cativares, e se eu te cativar... Ambos precisaremos, um do outro. A gente só conhece bem as coisas que cativou. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!
Nota: Trecho do livro "O pequeno príncipe"
Poesia não é para compreender, mas para incorporar. Entender é parede: procure ser árvore.
O voo até a Lua não é tão longe. As distâncias maiores que devemos percorrer estão dentro de nós mesmos.
Se a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude, o cinismo é a afirmação ostensiva do vício como virtude.
Nada, jamais, substituirá um companheiro perdido.
Ninguém pode recriar velhos companheiros.
Nada vale o tesouro de tantas recordações comuns, de tantas horas más vividas juntos, de tantas desavenças, de tantas reconciliações, de tantos impulsos afetivos.
Não se reconstroem essas amizades.
Seria inútil plantar um carvalho na esperança de ter, em breve, o abrigo de suas folhas.
Assim vai a vida.
A princípio enriquecemos.
Plantamos durante anos, mas os anos chegam em que o tempo destrói esse trabalho, arranca essas árvores.
Um a um, os companheiros nos tiram suas sombras.
E aos nossos lutos mistura-se então
A mágoa secreta de envelhecer...
Como é que você reage às quedas que sofre na vida?
Como é que você administra os fracassos?
Não há receitas mágicas que nos façam vencer os obstáculos.
Mas ouso dizer que há um jeito interessante de olhar para as quedas que sofremos.
É só não permitir que elas sejam definitivas.
É só não perder de vista a primavera que o outono prepara.
Administre bem os problemas que você tem, não permita que o contrário aconteça.
Se você não administrá-los, eles administrarão você.
Deus lhe quer vencedor, a vitória já está preparada feito o presente que está embrulhado
e que precisa ser aberto. Não perca tempo!
Já começou a vencer aquele que se levantou para recomeçar o caminho....
É claro que a vida é boa (…)
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste…
Nota: Trecho de poema "Dialética", de Vinicius de Moraes.
Sou hoje um caçador de achadouros da infância.
Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos.
Era preciso erguer o povo à altura da cultura e não rebaixar a cultura ao nível do povo.
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
