Mensagens curtas de Paz
Existem três, talvez, quatro ou mais (deixo para vocês decidirem e indicarem) formas de se tornar visível na cidade. A primeira é sobrepondo a luxúria à miséria; a segunda (que pode ser efeito da primeira) é apontando uma arma para outrem ou a esmo. A terceira, é (ex)pondo o corpo em movimento (que pode ser pausa), trata-se na verdade de uma arma mais potente e criativa.
A obsessão pelas comemorações de centenários me levam a crer que as pessoas ficarão esquecidas por mais cem anos. Vamos comemorar o 99 – somos imperfeitos!
A sensação de que não estamos acompanhando a velocidade do dia-a-dia está correspondente a de que não estamos saindo do mesmo lugar. Chama-se perplexidade.
Desconfio de quem tem mais que quatro ou cinco amigos. Dos que tem mais de quatrocentas ou quinhentas curtidas em cada post ou foto desconfio, ainda mais.
Ser daltônico é a única chance que tenho de não ver as cores nas suas engessadas representações políticas e suas respectivas hierarquias estéticas tão vorazes. Vou começar a pintar outro arco íris por aí. Aceito tintas incolores.
Filho é o amor mais sem vergonha que temos. Sem vergonha alguma em dizer que se ama todo o tempo. Parece um mantra, mas é a melhor das pragas de Deus. Que bom que Deus nos fez crianças sem vergonhas. Já o caráter é coisa dada pelos pais e mestres.
O problema do internauta é confundir a realidade (na qual está inserido) com a totalidade da realidade (na qual todas as pessoas são participantes).
O Ministério da Carência adverte:
Pessoas que se apegam rápido demais às outras estão muito distantes de si mesmas.
Sonhamos todos os dias. Lembramos pouco, mas sonhamos sempre. Tenho a imperfeita impressão que quando dormimos, morremos. O sonho é a lembrança para se manter vivo; é o alimento do sono. Mas, a era virtual matou o sonho e transformou a vida real em fuga débil. Estamos passando uma fome onírica, sem precedentes.
Há de se desconfiar de uma sociedade quando a preocupação passa de "to be or no to be" para "curtir ou não curtir".
Não há nada mais violento e fundador que a inteligência. Sobre a ignorância (ou preconceito), não se conhece nada mais totalitário e brutal.
A meia gratidão, derivação medíocre da ingratidão, é a estrutura materna (enraizada, uterina) encontrada no traidor para justificar sua mais nova investida de fraqueza de caráter.
