Mensagem para Mae Morta

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Emocionalmente: Estou triste. Mentalmente: Estou cansada. Espiritualmente: Estou morta. Fisicamente: Eu sorrio.

Chorar por uma pessoa que esta morta não é tão triste quanto chorar por uma uma pessoa que ainda vive mas que a perdemos para sempre.

"Sem você as emoções do amanhã serão apenas pele morta das emoções do passado." (Hipólito)

A cidade pode achar que está morta. Mas você terá uma casa. É cada alma que te deseja mal, será derrubada. Assim como tenho certeza que tem meu sangue, sei que retornará pra mim.

Há uma hora certa,
no meio da noite, uma hora morta,
em que a água dorme.

Todas as águas dormem:
no rio, na lagoa,
no açude, no brejão, nos olhos d'água,
nos grotões fundos
E quem ficar acordado,
na barranca, a noite inteira,
há de ouvir a cachoeira
parar a queda e o choro,
que a água foi dormir...

Águas claras, barrentas, sonolentas,
todas vão cochilar.
Dormem gotas, caudais, seivas das plantas,
fios brancos, torrentes.

O orvalho sonha
nas placas da folhagem
e adormece.
Até a água fervida,
nos copos de cabeceira dos agonizantes...

Mas nem todas dormem, nessa hora
de torpor líquido e inocente.
Muitos hão de estar vigiando,
e chorando, a noite toda,
porque a água dos olhos
nunca tem sono...

"Sem você, a emoção de hoje seria pele morta da emoção do passado".

Eu juro que da próxima vez que nos vermos eu já estarei ótima e morta de paixão, mas não será por você novamente, eu juro!

Encontrei homens que não sabiam como beijar. Sempre achei tempo para ensiná-los.

O casamento é uma grande instituição, mas eu não estou praparada para as instituições.

Mae West
"O Livro de Ouro do Sexo", Regina Navarro Lins, Flario Braga, Pocket Ouro, 2005

Aqueles que ficam facilmente chocados deveriam ser chocados com mais frequência.

“Adeus, pensamos juntas. A mão de Doc apertou suavemente o pano contra o meu rosto. Eu respirei fundo, ignorando o odor denso, desconfortável. Ao respirar fundo uma segunda vez, vi as estrelas de novo. Elas não estavam me chamando; estavam me deixando ir, deixando-me para o universo negro onde eu peregrinara por tantas vidas. Eu derivei para o negro, e ele foi ficando cada vez mais brilhante. Claro que não era negro – era azul. Um azul cálido, vibrante, brilhante... Eu flutuei no azul sem medo algum.”

Eu só queria está morto mais não posso me matar. Pois desgosto para minha mãe não quero dar , sonho com a morte todos os dias todos os minutos do meu dia espero a morte me visitar

Então quando se está morta se conserva a consciência? (...)
Em menos de dois segundos pode-se viver uma vida e uma morte e uma vida de novo. (...)
A viver desse modo, prefiro a morte. (...)
Sou um feroz entre os ferozes seres humanos.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trechos da crônica Morte de uma baleia.

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Menino chorando na noite
Na noite lenta e morna, morta noite sem ruído, um menino chora.
O choro atrás da parede, a luz atrás da vidraça
perdem-se na sombra dos passos abafados, das vozes extenuadas.
E no entanto se ouve até o rumo da gota de remédio caindo na colher.
Um menino chora na noite, atrás da parede, atrás da rua,
longe um menino chora, em outra cidade talvez,
talvez em outro mundo.
E vejo a mão que levanta a colher, enquanto a outra sustenta a cabeça
e vejo o fio oleoso que escorre pelo queixo do menino,
escorre pela rua, escorre pela cidade (um fio apenas).
E não há ninguém mais no mundo a não ser esse menino chorando.

Os adultos apaixonam-se ao acaso, ainda que façam um esforço para escolher muito ou com muita inteligência. Já aprendi. O amor é um sentimento que não obedece nem garante. Precisa de sorte e, depois, empenho. Precisa de respeito. Respeito é saber deixar que todos tenham vez. Ninguém pode ser esquecido.

O amor precisa ser uma solução, não um problema. Toda a gente me diz: o amor é um problema. Tudo bem. Posso dizer de outro modo: o amor é um problema mas a pessoa amada precisa ser uma solução.

O amor constrói. Gostarmos de alguém, mesmo quando estamos parados durante o tempo de dormir, é como fazer prédios ou cozinhar para mesas de mil lugares.

Valter Hugo Mãe
O paraíso são os outros

Todos nascemos filhos de mil pais e de mais mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se os nossos mil pais e mais as nossas mil mães coincidissem em parte, como se fôssemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.

Descubro cada vez mais que o paraíso são os outros. Vi num livro para adultos. Li só isso: o paraíso são os outros. A nossa felicidade depende de alguém. Eu compreendo bem.

Valter Hugo Mãe
O paraíso são os outros

O toque de alguém, dizia ele, é o verdadeiro lado de cá da pele. Quem não é tocado não se cobre nunca, anda como nu. De ossos à mostra.