Mensagem Antecipada de Aniversario
QUERO
Quero ser o sonho que te faz bem...
Que te faz dormir e sonhar.
Eu quero ser sua poetisa a cantar
as melodias mais profundas
das sereias no fundo do mar.
Deixa-me cantar!
Sou também jardineira das flores
E posso uma semente lançar...
As sementes dos amores.
E pintar um jardim tão perfeito
Que não haverá outro jeito
a não ser amar, amar, amar...
Nas profundezas do mar,
ou no mais simples leito.
POR TUA ALMA É QUE ANELO
As violetas passaram sobre o meu olhar,
deixando sombras arroxeadas.
E os nardos cobriram a visão da tua passagem...
Indas que ouvia a carruagem de um príncipe,
não pude sentir o gosto por te ver passar...
Mas os olhos da minha alma ferida sentiu tua sombra...
- Podes passar-te, oh majestade!
E sobre mim, essa sombra palpitará,
como se meu corpo estivesse tocado!
Será imenso esse amor que me abrigas.
E nunca mais, nunca mais, haverá um estribilho,
em meus versos onde te pousarás teu brilho!
No encanto da alma, e por quem anelo.
Então apenas os nardos e as violetas se passaram
arroxeando meus olhos e cobrindo-me a visão
da tua breve passagem.
E meu corpo palpitará
como se lhe houvesse tocado.
CACTOS FERIDOS
Arrancaram-se os cactos
onde era o nosso ninho.
E cortaram-se os espinhos!
Perdi meu diamante nas brumas
de uma noite triste!
Desfolharam a flor estranha,
a mais bela do jardim!
Talvez o tempo! O tempo!
E, nossa casa tão sonhada,
ao som de tristes ventos,
em horas caladas se desmoronou...
Não seremos o que sonhamos:
“Pobrezinhos, de mãos dadas
a andar pelos caminhos...”
Bastavam-nos nossos cactos
onde fizemos um ninho!
Talvez o tempo... O tempo!
Roubaram nossa morada
e a arremessaram aos ventos!
Talvez o tempo... O tempo!
ENVELHECER
Envelheci o quanto pude
e o quanto não queria também.
Mas percebi que a cada cantar das brisas,
uma nota fazia seu caminho musical.
E todos os dias e madrugadas vividas,
Desenhou-se em cicatrizes remontadas
no meu rosto jovial...
Tornando-se apenas sulcos sagrados.
Por isso orgulho-me das rugas,
e de quanto meus olhos se pintaram
de roxas orquídeas a cada por de sol.
Percebi que isso se chama eternidade
e o meu próprio Eu recoberto
desse tempo de sonhar!
E é a vida esse sonhar, sem amarguras...
Apenas com esboço de canto
no canto da boca.
VEM!
Toca minha alma com os teus lábios ...
e com os dedos perfura-me a epiderme,
e ultrapassa, fantasmagoricamente, a derme!
Se não podes tocá-la nem com os olhos...
Posso sentir os espinheiros, esses abrolhos.
Sou a felina dos outeiros, que dança na selva
e nos picadeiros, onde tudo se faz verdade.
Até a ilusão da eterna felicidade.
Vem! Toma meu corpo junto ao seu...
Olha na janela já se faz breu!
Por entre os montes os pingos regam
a relva que nosso corpo um dia acolheu.
Vem! Que o tempo passa... E se passa,
não há como esticar o braço para, com sofreguidão,
segurar, em desespero, o meu abraço.
Vem alma minha, pois minha alma perde-se a calma,
enquanto aninha-se em outros ninhos...
Lembro-me o doce perfume, em agonia
das longas noites sem seus carinhos.
-Vem, toma meu corpo junto ao seu!
TAÇAS QUEBRADAS
Na quimera daquelas taças levantadas aos ventos,
firmamos um eterno compromisso de trilhar
em linha reta a mesma estrada, até o infinito!
Amei-te tanto, e viajei às estrelas, até se dar conta
e sorver meu próprio pranto!
Compreendi que ao amor não se propõe um brinde
em taças que se despedaçam ao toque de qualquer vento...
E que ainda os ouço ao chegar da noite, os açoites
dos falsos juramentos.
Nada mais desejo além da brisa no meu rosto,
feito remédio a suplantar tanto desgosto!
Por que te quebrastes, oh, taças, levantadas ao vento?!
Por que morreste, oh, sonhos de meu tormento?
DUAS FACES DA POESIA
Ontem vi a poesia. E era vestida de chita fina,
enfeitada com colares. Ia por caminhos de flores,
onde se viam os amores encantados,
jovens enamorados, vestidos, alguns de linhos...
E tinha risos no rosto a poesia.
De mãos dadas por entre os pátios,
entre os parques da cidade, até nas pontes se viam!
E era a poesia tão jovem, pele de pêssego rosado,
cheirando a jasmineiro em flor...
Seu nome era amor.
Hoje pelo mesmo caminho, ia novamente a poesia,
tão linda, mas desencantada! Seu rosto triste
e com lágrimas, faltavam-lhe flores nas mãos
e também pelos caminhos.
Usava um vestido surrado, não era mais um brocado,
nem lhe compunham babados! Colares? Quebraram todos.
Até as pérolas morreram ao virem a poesia tão triste!
Faces já enrugadas... O corpo meio curvado!
E ia a poesia de hoje, que era a poesia de ontem.
Não mais na mesma euforia.
Ser jovem! Oh, quem lhe dera!
Naquele viver tão triste, acabara a primavera!
OS OLHOS DE MINHA MÃE
Eram duas pérolas cravadas em um triste rosto.
Havia algo marcado, a beleza e o desgosto.
De dentro da água salgado, saltou-se a ostra
à maresia, e suas partes separadas, banhou-se
no sêmen d’areia molhada.
E seu ventre carregou-se de encanto ou desencanto,
a cada vez que amanhecia, por tantos e tantos dias,
ouvindo a noite gemer para cobrir seu sofrer.
Aflito o grito da alma, de uma alma sem calma...
E aqueles olhos? Nunca lhes vira tão de perto!
Nem sabia dos desertos que seu mundo oferecia,
mas em seu rosto, desenhadas, duas pérolas, sim, havia!
A GRANDE PÉROLA
Todo coração guarda um segredo
qual pérola dentro da concha...
Um amor proibido e um amor
fracassado: Concha vazia!
O mar é a vida que vai.
Vai levando conchas vazias...
Ondas vêm trazendo, talvez, à praia,
a grande pérola.
Mas, o que seria viver sem essa eterna busca,
e por entre tantas conchas fazer o sonho
valer a pena?
"O acúmulo dos anos o convenceu de que, depois de muito andar, há sempre uma graça reservada aos retornos. Não pensou muito. Seguiu o movimento do desejo. A primeira foi encontrada. Uma estrada interior. Só é possível retornar ao lugar de partida depois de tê-lo reencontrado nos albergues de si mesmo. A saudade é o bilhete que antecede a estrada. Depois que o desejo de retorno está aceso, o destino de voltar requer iniciativa menor. Um transporte que nos faça sair, e já estamos nos preparativos da chegada. E assim se deu com ele."
As vezes penso que as respostas virão. As vezes, não. Olha ao longe e o que vejo é o espelho do tempo, convicções implorando por adoção. O mundo mais raso me desagrada. E preciso buscar os recantos onde ainda existe profundidade que favoreça o mergulho. Eu não me adapto às estruturas da superfície. Seria o mesmo que ser mortal além da conta. Mas sou mortal. Não quero ser, mas sou.
Existem acontecimentos que não combinam com as palavras. Foram feitos para o silêncio, porque não podem ser tocados na sua inteireza. Qualquer descrição seria uma forma de empobrecimento.
"Até que a morte nos separe." Antigamente era mais fácil dizer isso. Havia mais disposição para ver o tempo passar, menos pressa, porque as distâncias eram maiores. Quanto menor a distância, maior é a pressa e a ansiedade de chegar.
A experiência normativa do processo: depois da tristeza, a alegria. Não a manifestação eufórica, irreal, mas a serena alegria, aquela que, antes de ser externada, nós construímos no silêncio do coração.
Relato de um sobrevivente:
Parece que o mundo está em obras. Menos eu, que também preciso de reforma, mas não agora. Gostaria de fugir daqui, mas estou sem disposição para sair. Gostaria de chegar a um lugar tranquilo, mas sem ter de ir. Estou sem coragem até mesmo para respirar.
Organizar o luto talvez seja isso: recolher o que da vida restou. E como é belo recolher o amor e suas respectivas saudades. É uma forma de afirmar que a vida não foi em vão. Não foi uma experiência que passou pelos vãos dos dedos, mas registrou-se nas cordas do coração.
Ninguém é 100% certo, como também, ninguém é 100% errado. O que precisamos ser? Melhor a cada dia em nossa maneira de viver. Errar no varejo e acertar no atacado, desprezar e tentar não repetir os erros, e tentarmos fazer melhor o que temos acertado.
Reconhecer que errou é virtude rara, coisa dificil de empreender. Mas quem alcança essa graça, tem melhores dias em seu viver.
Há pessoas que fingem de você gostar, e só que resta é fingir acreditar. Não criar expectativas em sentimentos alheio, mas cuidar do amor próprio e fazer dele um forte esteio.
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