Meninos de Rua
Ironia:
Foi morto pq não tinha mais dinheiro para entregar...
Baleado por que andou na rua a noite...
Assaltado pq estava com o celular na mão no centro da cidade...
Violentada por que usou saia curta...
Agredido pq é Gay...
Se não fossem as vítimas viveríamos sem crimes !!!
O silêncio que sai do som da chuva espalha-se, num crescendo de monotonia cinzenta, pela rua estreita que fito. Estou dormindo desperto, de pé contra a vidraça, a que me encosto como a tudo. Procuro em mim que sensações são as que tenho perante este cair esfiado de água sombriamente luminosa que [se] destaca das fachadas sujas e, ainda mais, das janelas abertas. E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.
Toda a amargura retardada da minha vida despe, aos meus olhos sem sensação, o traje de alegria natural de que usa nos acasos prolongados de todos os dias. Verifico que, tantas vezes alegre tantas vezes contente, estou sempre triste. E o que em mim verifica isto está por detrás de mim, como que se debruça sobre o meu encostado à janela, e, por sobre os meus ombros, ou até a minha cabeça, fita, com olhos mais íntimos que os meus, a chuva lenta, um pouco ondulada já, que filigrana de movimento o ar pardo e mau.
Abandonar todos os deveres, ainda os que nos não exigem, repudiar todos os lares, ainda os que não foram nossos, viver do impreciso e do vestígio, entre grandes púrpuras de loucura, e rendas falsas de majestades sonhadas... Ser qualquer coisa que não sinta o pesar de chuva externa, nem a mágoa da vacuidade íntima... Errar sem alma nem pensamento, sensação sem si-mesma, por estrada contornando montanhas, por vales sumidos entre encostas íngremes, longínquo, imerso e fatal... Perder-se entre paisagens como quadros. Não-ser a longe e cores...
Um sopro leve de vento, que por detrás da janela não sinto, rasga em desnivelamentos aéreos a queda rectilínea da chuva. Clareia qualquer parte do céu que não vejo. Noto-o porque, por detrás dos vidros meio-limpos da janela fronteira, já vejo vagamente o calendário na parede, lá dentro, que até agora não via.
Esqueço. Não vejo, sem pensar.
Cessa a chuva, e dela fica, um momento, uma poalha de diamantes mínimos, como se, no alto, qualquer coisa como uma grande toalha se sacudisse azulmente aberta dessas migalhinhas. Sente-se que parte do céu está já azul. Vê-se, através da janela fronteira, o calendário mais nitidamente. Tem uma cara de mulher, e o resto é fácil porque o reconheço, e a pasta dentífrica é a mais conhecida de todas.
Mas em que pensava eu antes de me perder a ver? Não sei. Vontade? Esforço? Vida? Com um grande avanço de luz sente-se que o céu é já quase todo azul. Mas não há sossego — ah, nem o haverá nunca! — no fundo do meu coração, poço velho ao fim da quinta vendida, memória de infância fechada a pó no sótão da casa alheia. Não há sossego — e, ai de mim!, nem sequer há desejo de o ter...
“O ESPELHO DO EGO”
Um dia eu passava por uma rua onde tinham vários espelhos, de todos os tipos e de todas as formas, na rua tinham varias pessoas e a cada espelho que passava uma pessoa parava e ficava a se olhar, isso me chamava atenção pois eu ficava a me perguntar o porque dessas pessoas paradas de frente a esses espelhos?
As ruas eram bem largas e não tinham cruzamentos, era uma tarde de quinta feira, acredito que umas 03:30, estava descalço e eu era o único cuja um propósito não tinha, no começo era apenas uma rua que eu teria que passar para chegar a frente, só que os espelhos tiraram minha concentração, porque ninguém se movia, que pessoas eram aquelas que pra mim eram vazias sem amor, sem um destino, sem si quer um propósito.
Pude caminhar por mais uns 15 minutos e cada vez mais aquela rua se prolongava, e de repente pude ver pessoas me olhando e entre elas encontrava se um único espelho, ele tinha a aparência suja, solitário, era um belo espelho, mais esquecido, parecia não se encaixar na parede de ninguém naquela rua, foi quando me aproximei para saber qual o defeito daquele espelho que me chamava atenção.
Ao chegar próximo do espelho reparei que tinha uma gravura na parte esquerda dele que dizia “REPARE-SE”, aquilo me gerou uma serie de sensações... Duvida, medo, solidão, saudade entre outras que não sabia explicar naquele momento.
Tirei um lenço que havia em meu bolso e comecei a limpar aquele espelho e aquele momento foi inesquecível, pois foi a primeira vez que eu me colocava a frente de meu próprio reflexo, e quando você se posiciona a sua própria frente, isso te gera poder, autoestima e segurança.
Quando acabei de limpar aquele espelho já se passava das 05:00, e me assustei ao me ver realmente, e me envergonhei...
Como poderia uma pessoa que sempre zombava dos outros, ser tão largada e esquecida assim? Quanta falta de amor próprio, quanto esquecimento.
Embaixo do espelho encontrei um bilhete , e puis-me a ler.
“Caro amigo, a muito tempo não nos vemos, isso pode ter gerado em você uma confusão não é, pois eu que era responsável pela sua aparência, suas vontades e decisões, e queria saber se um dia você voltaria, mas se está lendo isso é porque realmente você teve uma segunda chance, espero que esse espelho lhe mostre os defeitos que você tem, e que possa aprender com os seus. Com muito amor e saudade do seu querido EGO”
Quando terminei de ler aquela carta, eu realmente entendia o motivo de estar naquela rua, o que realmente eu tinha me tornado, e a chance que se colocava a minha frente.
Agora eu pergunto o que você está fazendo do seu reflexo, como você está tratando seu ego?
REPARE-SE.
Não sei o que pensar, sou mais perdida que um pobre filhote vira-lata na rua sem ninguem,andei por muito tempo na escuridão. E agora tudo que quero e mergulhar nessa bola tão vasta que é o mundo !
Hoje, andando sozinha na rua, me dei conta do quanto eu fui ingênua.
O quanto me deixei levar por momentos e as emoções do momento.
E o poder que meus sentimentos causaram sobre mim…
Então me dei conta do quanto eu preciso me afastar.
Me afastar dessa esperança em vão… de esperar e acabar sempre na exaustão.
Desistir do que prometi insistir pra sempre.
Porque se eu continuar a ter essa falsa esperança, eu não vou me desligar jamais.
Eu nunca vou conseguir ser feliz nem me abrir para o novo.
Portanto, adeus meu amor.
Mas não posso mais ficar. Não dá mais pra deixar o amor me triturar assim.
Eu não cansei de você… eu só cansei de sofrer…
Eu me perco na rua de casa, quando você me olha com aquele olhar de quem não desejar nunca terminar de me esculpir.
Fiquei paralisada naquela rua, deserta e fria. Senti uma gota de chuva vinda do céu. Estava tão deserto, tudo ficou escuro dentro de mim. Não há nenhum resquício de você aqui, não há nem pegadas no chão e não ouço mais você, querido. Fiquei esperando por horas a sua volta, mas não há nenhum sinal aqui.
Porque você não veio me encontrar? Porque você não me levou pra casa? Estava tão frio! Era uma noite na qual eu só tento esquecer. Tento entender essa vida. Porque nada está dando certo? Porque tudo ainda está bagunçado? Porque está tudo tão confuso?
Pegue em minha mão e me roube daqui. Me leve a algum lugar novo, de novo. Preciso me libertar, mas ainda me encontro aqui, sem você.
Deleitar no Senhor... é a alegria fechando a rua de sua casa, espalhando bandeirolas e fazendo uma grande festa.
Vou seguindo pela rua querendo apenas dar, num gesto, palavra ou olhar, todo amor que tenho em mim e que já não acha mais lugar.
Por trás da porta
Por trás da porta
A rua segue seu curso
Como um rio,
Pessoas descem
A água é o vento
Que as move
Passos distintos,
Caminhos iguais
São moléculas
Sem destinos
Poeiras outonais.
E eu atrás da porta
Sem coragem
De ir à rua
Penso no futuro
Mas o passado me espreita
Quem dera fosse largar
A rua que me espera
Mas a porta é estreita.
DELÍRIO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Meio queijo no espaço;
vago à noite na rua;
cadê namorada...
Sem saber o que faço,
quase como essa lua
com goiabada.
Sou a favor da rua
Do vento na cara
Do sorvete gelado
Da ajuda inesperada
Sou a favor da felicidade sem custo
Do dinheiro doado
Do mergulho no mar
Do dedo na tomada
Sou a favor da dúvida
Do desejo que grita
Do tapa na cara
E do outro lado da face
Sou a favor de qualquer amor
Da palhaçada no trabalho
Da ligação para dizer eu te amo
Do trote, da bebida e do alcool
Sou a favor do talento
Da surpresa, do arrepio
Da gargalhada da criança
Da mesa e do convite
Sou a favor dos que andam pelo meio da rua
Dos que entram em mar revolto
Dos cachorros vagabundos
Dos que não têm conta em banco
Sou a favor de presentes fora de datas
Da carta escrita a mão
Da janela aberta
Da música cantada no trânsito parado
Sou a favor de quem só conjuga no presente
Do orgamo aguardado
Da expectativa atendida
Da sobremesa açucarada
Sou a favor da carona
Da vida na estrada
Do pedido de desculpas
Da ligação para casa
Sou a favor dos que não se definem
Dos que não rotulam
Dos que se vestem diferente
Dos que dizem o que pensam, sem ofenças, seu merda
Sou a favor do choro
Dos que pedem ajuda para dar um nó
Dos que pedem ajuda para tirá-lo da garganta
Sou a favor dos alunos
Dos que nadam com ou sem direção
Dos que sabem que seremos comida de vermes
Sou a favor do deslimite
Da não fronteira
Dos que não tem time
Dos que abraçam mendigos com cheiro de mijo
Sou a favor da mudança
Dos atos que cativam outros
Do serviço sem rosto
De comer o pão que caiu no chão
Sou a favor do tempo que não para
Do tempo que decreta o fim e o novo começo
Do tempo que ensina professores à alunar
Sou a favor dos que são contra
Porque só assim somos humanos
Somos ideias e ideais
Eu sou a praia
Eu sou a montanha
Comece, uma vida nova. Recomece.
Mude de rua, pinte a sua casa, faça um novo corte de cabelo, faça mais viagens,
elogie o seu inimigo, sorria! Se arrisque mais,e aceite as críticas.
Não se pressione ou se sinta pressionado, assim criamos a época da velocidade.
E assim nos enclausuramos dentro dela. Se ame!
Essa história poderia virar um livro, chorei vendo fotos e ouvindo música.
E também as vezes meu choro foi pocrastinado. E já rir de tanta felicidade!!
Já dei risadas quando não podia.
Não queira reviver o passado, isso só irá ficar em fotos, em pensamentos e até as vezes
no coração.
Viva com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve...
Pois, é o fim de uma etapa, mas o começo de uma nova vida!
Vez em quando bate uma saudade, uma vontade de te encontrar na rua, de te vê na lua...vez em quando bate aquela vontade que me deixa, sei lá...hum, que saudade essa que bate vez em quando !
Não se leve a sério demais: vez em quando atravesse a rua descalço, corra na chuva, dance feito bailarina, abrace o vento, ofereça flores, tome um porre de alegria, busque a lua, se vista de palhaço e sorria de si mesmo.
O descontrole da mente me deixa impaciente e é foda. Eu saio que nem louco pela rua, único mano é o cano na cintura. Eu preferia tá falando de amor, falando das crianças e não da minha dor. Mas eu sou o espelho da agonia de um homem. Sem identidade, caráter, sem nome.
O clarão da lua na noite escura, projetou naquela rua o instante de nos dois, onde o tempo parou só pra ouvir nossas juras de amor....
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