Medo de Mim
Entre mim e a vida há um vidro ténue. Por mais nitidamente que eu veja e compreenda a vida, eu não posso lhe tocar.
Pensei na palavra desajustado um momento. Talvez fosse a melhor descrição de mim mesma que eu já tivesse ouvido. Onde foi que um dia eu me encaixei?
- Até quando for preciso. Estarei aqui.
- Talvez dependa de mim.
- Tudo tem seu tempo. Há o tempo deles, também. Eu sou a ponte para você, você é a ponte para eles.
- Tenho medo que você falhe. Porque, se você falhar, eu falho também. E eu não posso.
- Eu não vou falhar. Não porque não posso, mas porque não quero.
- É como um pacto?
- Se você quiser.
O que me interessava sobretudo é sentir, acumular desejos, encher-me de mim mesmo. A realização abre-me, deixa-me vazio e saciado.
E porque minha alma é tão ilimitada que já não é eu, e porque ela está tão além de mim – é que sempre sou remota a mim mesma, sou-me inalcançável como me é inalcançável um astro.
Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.
Quando estamos ou queremos estar bem, viver distrai. E pra mim, aprendi recentemente, viver é exatamente isso: se distrair do medo que dá pensar em viver.
Para mim, atuar é a forma mais lógica para as neuroses das pessoas se manifestarem, nesta grande necessidade que todos temos de nos expressar.
Uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim.
Você está de bom humor todo dia? Tenho certeza que não. Então pare de querer exigir de mim, uma coisa que você também não faz.
Quem ama não esquece quem ama, o amor é assim
Eu tenho esquecido de mim, mas dela eu nunca me esqueço...
Quero exigentemente que acreditem em mim. Quero que acreditem em mim até quando minto.
Pra mim tudo tem remédio, só a morte que não. Porque eu aprendi que mal de amor, se cura com o novo amor. Não deu certo com aquele babaca? Tenta com outro.