Matei Voce dentro de Mim
Lugar sem comportamento é o coração.
Ando em vias de ser compartilhado.
Ajeito as nuvens no olho.
A luz das horas me desproporciona.
Sou qualquer coisa judiada de ventos.
Meu fanal é um poente com andorinhas.
Desenvolvo meu ser até encostar na pedra.
Repousa uma garoa sobre a noite.
Aceito no meu fado o escurecer.
No fim da treva uma coruja entrava.
Eu sou o ceifador, despedaçador, mutilador, retalhador. Eu sou os dentes na escuridão, as garras na noite. É minha a força, e a luxuria, e o poder! Eu sou Beowulf.
As pedras pelo caminho ?
Não me importo, continuo
caminhando ... Sorrindo, vou
renovando o contrato
com a vida "
Carta
Há muito tempo, sim, que não te escrevo.
Ficaram velhas todas as noticias.
Eu mesmo envelheci: Olha, em relevo, estes sinais em mim, não das carícias (tão leves) que fazias no meu rosto: são galopes, são espinhos, são lembranças da vida a teu menino, que ao sol-posto perde a sabedoria das crianças.
A falta que me fazes não é tanto à hora de dormir, quando dizias "Deus te abençoe", e a noite abria em sonho.
É quando, ao desperta, revejo a um conto a noite acumulada de meus dias, e sinto que estou vivo, e que não sonho.
(Lições de coisas)
Cumpre evitar crer em quimeras, mas, quando algo é universalmente comprovado e tem a singularidade do que foi descrito, cumpre baixar a cabeça, fechar os olhos e dizer: não entendo como os mundos flutuam no espaço; podem assim haver coisas também na Terra que eu não entenda.
A virtude de mostra mais não naquela que se furta a nunca ser seduzida, mas na bastante certa de si para se expor a tudo sem nada temer.
O espírito do homem é feito de maneira que lhe agrada muito mais a mentira do que a verdade. Fazei a experiência: ide à igreja, quando aí estão a pregar. Se o pregador trata de assuntos sérios, o auditório dormita, boceja e enfada-se, mas se, de repente, o zurrador (perdão, o pregador), como aliás é frequente, começa a contar uma história de comadres, toda a gente desperta e presta a maior das atenções.
AMOR NÃO CORRESPONDIDO
Um amor não correspondido é como o desagradável cheiro de fio queimado. É como o insuportável silêncio de uma noite invernal. É como sentir que DEUS, anjos, e o bem não existem. É uma apunhalada que talvez um dia você já imaginou, mas mesmo assim não acredita que esta acontecendo. Você pensa: com tantas pessoas... por que eu?
Você entra para o seleto grupo dos santos sofredores e desoladores. Aí faz milagres com seus escritos e conselhos. Amor não correspondido é uma tragédia grega do destino. É uma dor que talvez se leve para até o fim da vida... ou talvez uma dor bastante permanente...
É uma lição dolorosamente profunda. Transforma o ser em um grande filósofo.
Amor não correspondido é a fruta podre da árvore chamada "vida" e que comemos ingenuamente na esperança da glória.
Há alguns anos perdi o maior
homem da minha vida,
não teve seu nome impresso em livros,
nunca subiu ao pódio,
nem, tampouco, foi um nome famoso.
Não deixou patrimônios, nem riquezas,
mas deixou o maior tesouro para os seus queridos:
a dignidade. Para esses ele foi um herói.
Jogou no time da honestidade,
fidelidade, justiça, do amor e do trabalho.
Ensinou às pessoas, a quem Deus lhe confiou,
o caminho da verdade, com sabedoria.
Para mim, foi o maior exemplo de amor pela vida.
Saudades de você, meu pai!
O tempo passa, a gente acostuma, mas a dor...
Segredos naturais
Que segredo esconde
A mãe-natureza?
Com tanta beleza
E tanta riqueza
Que segredo revela
O sol na janela?
Essa coisa singela
E tão bela
Que verdade há
Por trás desse ar?
Que embrenha na alma
E te faz respirar
E o que diz da chuva
Que veio pra molhar?
Essa terra fértil
O que faz pra plantar?
E do barulho do mar
O que tem pra contar?
Que mistério tem o vento,
Que inventou o ventar?
E o tempo quem inventou passar?
De onde vem toda essa magia?
Quem explica toda essa alegria
Contida com essa harmonia
Nas flores desse jardim?
Fazendo todo universo
Alegre, fiel e sem fim.
O medroso
A assombração apagou a candeia
Depois no escuro veio com a mão
Pertinho dele
Ver se o coração ainda batia.
Fim e começo
A noite caiu com licença da Câmara
Se a noite não caíse
Que seriam dos lampiões?
Poema da cachoeira
É a mesma estação rente do trem
Toda de pedra furadinha
Meu pai morou alguns anos aqui
Trabalhando
Um dia liquidou
Ativo passivo
Cinco galinhas
E deram-lhe uma passagem de presente
Para que eu nascesse em São Paulo
Como não houvesse estrada de rodagem
Ele foi na de ferro
Comprando frutas pelo caminho
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