Mano

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⁠Poesia pra comerciante é dinheiro.

Inserida por Vinischuartz

⁠Tudo que está escrito, está acontecendo.

Inserida por Vinischuartz

"A dor e a delícia" de ser diagnosticado

Inicialmente ressalto que não utilizarei termos acadêmicos porque a minha atenção neste texto é que ele alcance um número de pessoas que entendam, de forma simplória, o que eu quero dizer.

A caminho de seis anos me interessando por assuntos voltados para a psique, diariamente me deparo com a proporção que tomou o uso de diagnóstico pelas pessoas. Muitas se "autodiagnosticam" visitando sites, respondendo a uma bateria de testes sem algum embasamento teórico-científico, conversando com um amigo que está cursando - visitando a sala de aula de - Psicologia ou uma matéria chamada "Psicologia alguma coisa" em um determinado curso. Enfim, pessoas querem se enquadrar a uma psicopatologia ou estrutura psíquica.

Saber o que/quem se "é" em tempos onde todos têm de se mostrar "cult" é chique. E "ser" "bipolar" ou "boderline", então? Moda-psi. E acreditem, estes são diagnósticos dificílimos de serem identificados, e eu ousaria dizer que levariam no mínimo dois anos, com ajuda e controle profissionais, para então a confirmação do que se trata.

O fato de a pessoa ter em mãos seu próprio diagnóstico, quando provindo de um profissional qualificado, não me incomoda. Mas eu ter a convicção de que exista um medicamento ou uma fórmula de "cura" para uma psicopatologia que ainda não foi sequer divulgada, bom, aí já é demais. Comportamentos da nossa era atual estão sendo ditos como doenças, déficits e síndromes em uma velocidade assustadora e isso me preocupa. Por quê?

Bom, acredito sim que toda pessoa tenha o direito de saber o que se passa, tanto no adoecer físico quanto psíquico. Mas o problema maior é a forma em que é passada, e para além disso, o jeito com que a pessoa internaliza a forma que a disseram que ela é/está no mundo. Uma forma que não tem salvação, como se a aprisionasse dentro do seu "ser". E com isso, tem muita gente utilizando o "seu diagnóstico" (o que eu sou, o que eu tenho?) como desculpas a ações absurdas, como a própria obrigação de ser feliz a todo e qualquer custo, ou como desculpas para não se ter responsabilidades. Pessoas estão fazendo mal umas às outras, aos ambientes em que convivem, e no final dão a desculpa do diagnóstico. E isso acontece num tempo de urgências, antes que tudo se acabe, já que para todos a vida tornou-se algo breve.

Para que tenhamos clareza da seriedade do que é diagnosticar, em estágios e acessos a prontuários da Psicanálise e da Psicologia eu vi muitos "psicóticos" ou "obsessivos" sendo enquadrados como "perversos". Psicóticos sendo chamados de "histéricos" ou "neuróticos". "Melancólicos" e "depressivos" sendo chamados de manhosos. "Pessoas fóbicas" ou com "TOC's" tendo direito somente ao uso de medicamentos, e não de se perceberem nas suas dificuldades. E em todos esses casos, é como se tirassem o sujeito da doença e a pessoa tornasse apenas uma telespectadora do sofrer.

Eu aprendi que o diagnóstico psíquico é de uso do profissional no campo da Psicologia ou da Psiquiatria ou da Psicanálise. O que o paciente é ou o que ele tem não é retirado de uma CID ou de um DSM, mas de uma história de vida. Manuais são um caminho, não uma solução. E o tratamento, embora muitas vezes eu concorde que deva sim ser medicamentoso, parte das possibilidades apresentadas pelo paciente ao profissional, e é claro, na busca pela forma que o adeque, por vontade e liberdade dele, a um estilo de vida suportável e feliz.

Acredito que as pessoas não deveriam se preocupar tanto com o que têm ou são no adoecimento psíquico, mas sim com o que podem fazer para cuidarem de si e das pessoas aos seus arredores. Não se trata de parar de dizer qual o diagnóstico, mas de mostrar ao paciente que ele é bem mais que qualquer nome. Não podemos deixar de acreditar na mudança dos sujeitos, na responsabilização dos sujeitos, tampouco superação das limitações dos sujeitos. Todos nós temos limitações. Mas se superar e se autoconhecer são pontos importantes que também fazem parte de uma terapia. Por fim, a terapia é um momento de parar, refletir, recuperar forças... e seguir em frente. Coisas que um diagnóstico não proporciona a ninguém.

Consulte um psicólogo.

Hoje eu vim falar de gente. Essa gente mesmo, do nosso dia-a-dia, que gasta mais horas sorrindo, com pensamento positivo fluindo nos olhos, com a auto-estima que mais parece um sol, que ilumina onde passa. Hoje vim ganhar meu tempo desejando sucesso a quem almeja, e paz a quem precisa. Tô desejando paz principalmente pra quem só sabe viver de picuinha, de montar drama, de relembrar feridas. Porque tudo isso só me aponta detalhes de quem se ama pouco e quem não tem coisa verdadeiramente boa pra se preocupar. Vim agradecer os ombros amigos que surgem de esquinas que mal passamos, as palavras amigas de quem nem conhece a gente direito, os elogios vindos de quem a gente nem acreditava que tinha um coração - mas que nos surpreende ao mostrar que tem, e enorme! E não só falar, mas orar mais pr'aqueles que não acreditam em boas intenções e só veem espinhos em buquês de flores. Aplaudir quem segura a língua, a maldade, o rancor, a inveja, e troca tudo por uma boa caminhada ao entardecer, ao invés de deixar o corpo pagar o pato. Vim dizer pra esses amores malucos virem quentes que eu tô fervendo, porque medo de amar é o que tá em falta aqui em casa. Vim dar boas vindas aos viajantes, oferecer carona aos carentes, e apontar novos rumos aos maus intencionados. E é claro, tô passando pra dar até logo e volte sempre pra quem é aventureiro, desejando boa sorte e deixando de lembrança os bons momentos que tivemos. E só espero uma coisa: que os opostos continuem se atraindo, e que o bem prevaleça. Que as cabecinhas difíceis encontrem as melhores companhias, aquelas que são capazes de fazê-las melhores, não no sentido individualista, mas comunitário. O mundo é uma equipe, gente, e é válido o clichê de que não dá pra ser feliz sozinho. Dá trabalho, e muito, seguir o caminho que transborda o bem, mas a gente vai tentando, e relevando, e perdoando, e transformando mágoa em prece, tristeza em esperança, decepção e fé. Acredito mesmo é na vontade de fazer as pessoas felizes, porque é o que está todos os dias em nossas mãos. Somos livres e temos a capacidade plena de transformar, com gestos, com atos, com silêncios e palavras. Conforme a frase - magnífica! - que li recentemente: Pensar antes de fazer é grátis. Não fazê-lo sai caríssimo. Simples assim.

Irônica a maneira como que em busca de algo de verdade, nos deparamos com tantas mentiras. Quebramos a cara. Nos iludimos assim, de graça, como quem sabe que não vai dar certo, mas insiste assim mesmo nos erros. Parece que quanto mais difícil, maior a vontade. Amor-desafio, eu diria. E, de corajosos que somos, não desistimos. Insistimos no ato de começar o dia bem e logo encontrar uma pequena fenda aberta, de onde saem aqueles malditos sentimentos de abandono. Mas a cada encontro com a solidão, aprendi a agradecer...

Abençoados sejam os momentos que nos salvam de nós mesmos. Do nosso vício de direcionar energia para a palavra-mágoa, a imagem-mágoa, ou a mágoa da felicidade distante. Abençoados sejam nossos amigos, que nos livram por algumas tardes ou noites desse sentimento inferior. Abençoados os bons drinques, que nos alegram instantaneamente. Abençoados os chocolates, os livros e filmes - de ação e suspense, por favor. Abençoada seja a calça folgada como sinal de que você está entrando em forma, e quem sabe não seja a sua melhor forma de existir. E abençoada seja a maneira de compreender que não é necessário ter tanta pressa. Tudo é aos poucos, assim como o amor. É que a gente tem a mania de viver os melhores momentos como se fossem os últimos, o que nem sempre soa tão bem, então aquela sensação de que tudo o que é bom dura pouco bate na porta. Mas apaixonar demora muito, e como demora! Assim como desamar. Assim como decidir que caminho seguir. Assim como demoram quaisquer memórias que nos façam quase desistir de se fazer feliz, se fazer bonito e se dar o devido valor. Demora muito pra gente ser feliz todo o dia, mas a gente aprende. Tem que ter olho pequeno e enxergar muito bem. Tem que ter ouvido que só capta o essencial, e boca que só diz o que for possível de, caso seja necessário, engolir. E não nos esqueçamos que em qualquer relacionamento que estamos, a felicidade é pouco perceptível, até que percamos algo ali. Não vamos perder pra dar valor, não precisamos. E nem vamos nos agarrar àquilo que nos coloca abaixo de zero. Acredite, tem sempre alguém nos querendo bem. Isso sim importa.

É que às vezes a gente gosta mesmo sem estar perto, mesmo sem estar junto, porque o amor não escolhe pele nem aparência, escolhe alma.

Um dia a gente aprende a amar não com os olhos, mas com o coração. Aprende também que por mais que estamos perdidos, alguém está à nossa procura. Aprende que quanto mais distante queremos ficar, mais nos aproximamos. Sabe de uma coisa? Quero apenas se feliz!

Lembra daquele sumiço? Com ele aprendi a me guiar não para onde costumávamos ir, mas onde eu nunca iria sozinho por medo de me encontrar. Lembra quando descobri que existia uma outra pessoa em sua vida? Foi o mesmo momento em que entendi que as pessoas que mais sofrem são aquelas que não sabem o que querem, e neste caso era você. Lembra das melhores festas, dos melhores restaurantes, dos melhores parques, das melhores praias? Tudo isso só valia a pena porque era a única hora em que eu percebia seu verdadeiro sorriso e sua verdadeira satisfação, e o mais magnífico, éramos só eu e você. Lembra do pôr-do-sol juntos, do beijo na chuva, de rir até a barriga doer, de correr descalço, de passear com os cachorros? Nunca se lembrará, pois era apenas parte do meu sonho e da vida que eu desejava - e pretendia - viver contigo. E quando me dizia que viria me ver, mas sempre arrumava uma desculpa, também se lembra? Aprendi a arrumar desculpas pra mim também, dentre elas a de ter a certeza de que você nem sempre merecia a minha espera, a minha preocupação, o meu melhor. Aprendi a ter forças diante de cada fraqueza, inclusive nos momentos em que prometia não mais te procurar, e procurava; e aprendi a viver depois de quase morrer por medo de te esquecer um dia, apagando de vez aquele amor puro. Aprendi a desconfiar de tudo, me fechei para o mundo, e te agradeço por isso. Se eu não aprendesse a me fechar, talvez eu vivesse sempre com aquele romantismo sem graça, sem cor, sem consistência, sem insistência, sem exigências, sem reticências... Como disse Aristóteles, "Talvez eu seja enganado inúmeras vezes. Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança."

É um pouco assustador desconstruir coisas que sempre achamos ser verdade. Olhar com olhos de amor, e não de dor. Perdoar o outro, e a gente mesmo, por tanto tempo perdido cultivando mágoas bobas. Então a gente descobre que ainda dá tempo de ser feliz. E descobre que ficar sem chão é o mesmo que voar.

A noite chega e a solidão aumenta com a saudade, o meu coração parece estar vazio a cada noite que passa, acho que o fim está chegando.

Inserida por RafaelMano

Do medo, que possamos tirar proveito daquilo que ele nos ensina. Que saibamos valorizar o 'de agora pra frente', e que os ontens sirvam apenas de lição. Que nada nos impeça de ver a luz do dia, e que as dores, o desamparo e o desespero se amenizem a cada nascer do sol. Que tenhamos força para ir além do 'espiar pela janela', que o arrependimento não nos sirva de pedras nos ombros, e que as vontades não realizadas nos ofereçam novos projetos a serem criados. Porque a vida, por muitas vezes não sendo como gostaríamos, não para pra gente se lamentar. Que valha a pena, todo santo dia, ter saudades, mas que jamais nos anulemos ou percamos a vontade de seguir em frente. E que a resposta pras coisas continuem a chegar de mansinho, porque eu sei que nada é por acaso. Aprendi que é sempre importante manter os pés no chão, e por mais que a razão nos mostre o caminho, tenho entendido que é com o coração que devemos pensar. Sempre.

Inserida por juniorkjuru

Se você ama, você mente, finge, corre, esconde, machuca, magoa, pisa, se arrasta, ignora, joga fora, dá pontapés, inventa histórias, chama de nome feio, ri da cara, faz pirraça, perde, sofre, diz que vai esquecer... Mas não esquece. Cresce. Aprende a tratar como essencial o que antes não lhe fazia falta, não lhe cabia em suas ambições, não pretendia se matar para dar cuidados. Quem ama erra, erra... feio. Quem ama, muitas vezes não merece o perdão, e não o dá. Mas perdoa assim mesmo. Quem ama joga na cara as burradas que o outro fez. Vigia. Perde a confiança. Aprende a ser ambivalente, a estar junto e querer estar bem longe. Mas, acima de tudo e de todos, a precisar. Não banalizo os amores assim, nem os julgo. Os entendo. Compreendo. Sinto compaixão, não pena, e ofereço ombro, doo palavras bobas, ouço com atenção como se fosse uma prece. Quem tá de fora nunca sabe o que é amar-ferindo alguém. Nem eu (ainda bem?). Mas se me dizem é porque existe. E afasto de mim as teorias. Muitas vezes, o querem de nós não é um caminho, uma luz, uma solução. Querem mesmo é nos mostrar que onde há persistência não significa que falte forças para sair. Ao contrário: trata-se de guerreiros da vida, pois restam-lhes forças para ficar.

Inserida por juniorkjuru

Havia uma vontade que escorria por entre os dedos feito água, em derramar alegria por onde passava. Não cabia nada mais que levezas em suas peças de roupa, o que combinava perfeitamente com sua alma. Era chegada a hora de dar início à verdadeira vida, aquela provinda de grandes mudanças. Nada repentino, tudo calculado, como mandava o figurino. A organização também sempre fora uma forma de proporc...ionar calmarias. Tudo se encaixava, feito quebra-cabeças, e tudo transpirava maravilhas. O dia de abandonar medos bobos e dar adeus aos ontens que não serviam para contar uma história bonita. O dia de abrir portas, uma atrás da outra, feito criança abrindo presentes no seu aniversário. O dia em que tudo aquilo que sempre quisera estava bem na sua frente, inclusive Deus, que sorria-lhe com saúde e aconchego de mãe. Era chegada a hora das coisas darem certo, de um jeito que a razão por ainda estar vivo tornava-se mais clara. O Quem Sou Eu e o Pra Que Eu Existo estavam postos sobre a mesa, e agora faziam todo o sentido. Quase que a mesma coisa, mas o fato era quem se encaixavam, destino e presente. Perdera a noção do tempo. Abrira a última porta, com uma graciosidade que nunca se viu. Havia somente uma carta, jogada ao chão. Nela dizia: O melhor ainda está por vir. Como, se sentia-se completo? Então desejou com fervor o tal melhor. E até hoje vive de esperas.

Inserida por juniorkjuru

Sem perceber, a gente carrega a fé por onde anda. A gente aposta nas coisas, nas situações, nas pessoas, por mais que muitas vezes pareça que não vai dar certo. Mas a gente sabe que pode dar. Vai dar. A gente finge que esqueceu de um sonho, mas quando menos espera ele ressurge. O amor também. A gente acha que desgosta das coisas, mas não desgosta. É que o sentimento por aquilo que tanto queremos vezenquando precisa adormecer. O cansaço por lutar tanto pelo que se quer nos faz render. Mas tá ali, eu sei que tá, só esperando um sim, uma nova chance, uma oportunidade. Gosto dos tempos entre os acontecimentos, é o momento de intervalo em que a gente aprende a gostar mais da vida. E a usar a sabedoria adquirida a nosso favor.

Inserida por juniorkjuru

Quem sabe esse tempo de espera não seja apenas um teste ou uma provação necessária para que eu perca meus medos infantis de ver um amor partir. Ou ficar. Aprender. Semear. Se amar. É nesse tempo sem alguém do lado que entendo que é preciso saber ser feliz sozinho. Porque quem não é feliz consigo mesmo, não é capaz de ser feliz ao lado de outra pessoa. Afinal, felicidade vem de dentro, não do outro.

Inserida por juniorkjuru

Uma hora a gente percebe o quanto merece ser feliz. E o quanto as coisas têm que dar certo, têm que entrar nos eixos, têm que funcionar, nem que seja na marra. Quem tá de fora não compreende o quanto a gente se esforça pra merecer cada gesto amigo, cada conquista, cada palavra que soa mais perfumada que flor. Quem não calça os nossos sapatos não vê o tanto que a gente rala pra conseguir respeito, carisma, abraço de quem apareceu há pouco. Por isso temos é que nos ocupar mais com aquilo que provoca a vontade de ser eterno. Temos que dar atenção é pra quem reza pra gente antes de dormir, quem liga pra gente na hora que acorda, quem lembra do nosso aniversário, quem celebra nossas vitórias e estende a mão quando a gente cai. Temos mesmo é que deixar de lado quem só acena de longe, quem esquece da gente quando tá com outras companhias, ou quem tem coragem de dizer que nos ama só quando tá carente. A gente tem é que ter na mente quem nos deu tudo em troca de nada, quem cuida da gente quando falta saúde, quem nos acolhe quando falta dinheiro, quem nos perdoa quando aumentamos o tom de voz, quem nos deu a vida, quem nos ensinou valores, e a amar. Por isso, tô abrindo mão de amizade pingada, de amor mendigado, de sinceridade surrada e de palavra bonita, mas sem verdade. Se é pra ser feliz, tem que ser sem medo e sem dó. Se é pra curtir a vida, que seja com vontade, sem piedade. E se for pra rir, que seja alto, só pras pessoas lembrarem dos lugares de onde a nossa felicidade insiste em brotar: de dentro, do berço, da alma. E de Deus.

Inserida por juniorkjuru

Passei o dia inteiro sem lamentar sua ausência, e confesso que não vivia um dia tão longo desde os meus oito, dez anos. Olhava as horas fingindo que era apenas um ato rotineiro de alguém que tem tantos compromissos, tantos pensamentos, tantos sentimentos, que esqueci de me alimentar, sabe. Não, não foi culpa sua. Não, não quero pena. Foi só um dia um pouco sombrio, mas mantenha a tranquilidade, eu sei que o sol volta amanhã. Me acostumei tanto com a sua presença até criar uma convicção absurda de que você sempre andava comigo, mesmo distante, que eu havia me esquecido de como era saborear meus momentos sem um ponto exato de tentativa de um alcance, meio patético, admito, e que denominei amor. Está sendo bom essa distância, entende? Porque com ela aprendo a me virar, nem que seja pros lados, tentando encontrar vestígios seus. Você sabe, abandonar um livro, ou abrir mão de uma história, nunca foi meu forte. Mas a gente tem que reaprender a viver no mundo real, não era isso que você me dizia? Temos que aprender a 'fincar os pés no chão', mas acho que levei tão a sério que quis ser árvore, criar raiz, ter um lugar fixo ao seu lado. Nossa, como eu quis e sonhei com tudo o que vivemos, foi tudo tão intenso! Aí me desfaço, e me transformo numa árvore frágil e breve, tipo aquelas recém plantadas na porta da escola, e que os moleques não deixam criar vida, crescer, dar frutos. Mas estou bem, acredite. Você pode ter me ensinado a amar, mas também me ensinou a morrer, e eu só sei agradecer por isso. Porque morrer em vida, por dias, meses ou anos, requer sabedoria. Requer silêncio. Requer vontade. Requer elegância, charme, carisma, delicadezas. Escolhi uma morte discreta, confesso, mas de tão discreta que foi, escolhi a vida. Escolhi seguir em frente, voltar, viver outras histórias e deixar pra morrer outro dia. Você nunca mereceu meu fim, mas o meu melhor. Vivemos o melhor. Vai passar, talvez seremos amigos um dia e riremos de muita, muita coisa mesmo. Vou seguir meu caminho agora antes que o dia termine, meio torto, meio bobo, meio perneta. Ah, e aquele 'se cuida' tá de pé, viu? Tão de pé que agora faço algo que ninguém soube fazer: cuidar de mim... Assim como cuidei de você.

Inserida por juniorkjuru

Chega uma certa idade, não muito avançada, em que tornamo-nos mais exigentes com nossos preciosos finais de semana. Nada de hipocrisia, chatice ou frescura: aprendemos a nos valorizar, a dar valor ao tempo, que se mostra mais curto todos os dias. E o mais bonito, damos valor e importância aos nossos vazios. Pra sair de casa agora é assim: não vejo tanta graça em passar a noite segurando copos cheios se, ao meu redor, estiver carregado de pessoas vazias. De vazio basta eu, oras, não por me considerar melhor do que ninguém, mas por não me considerar merecedor de momentos sem sentido. E sim, não faz sentido abandonar meu quarto se for pra mergulhar numa banheira repleta de água com gás acompanhado de pessoas que simplesmente acham chique, legal ou coisa do tipo. Também não pretendo sair com autocríticos e pseudointelectuais, tampouco com moralistas e defensores do partido puritano. Longe de mim. Só quero gente do bem, com ideais, com críticas carregadas de novas soluções, com humor na risada, brilho no olhar e que não precise apontar fulano na mesa do lado pra ficar se achando o cara. Quero companhias que não me troquem pelo facebook, twitter, whatsapp ou outros aplicativos no celular durante um papo ao vivo, entendem? Que não me olhem de ombros, buscando algo ao redor da mesa, que não necessitem contar ao mundo via instagram o quanto a noite está boa, ou que não precisem se autoafirmar o tempo inteiro que estão legais, num lugar bacana e com pessoas demais. Posso parecer patético, mas é que a gente tem que aproveitar nossas epifanias pra por a boca no trombone, pra falar mesmo para, sei lá, arranjar solução pro mundo, pras pessoas, pra vida. Tudo bem, posso estar fazendo tempestade em copo d'água, mas me deixem pensar em como seria bom largar um copo cheio e segurar uma mão com firmeza, pra provar que ali não é mais um momento vazio. Acredito num novo tempo, em que a gente só vá sair de casa quando não for pra repetir nossos nadas, nossos poréns, nossas reticências. E de agora em diante, vazio bem feito é vazio com um livro na mão, com uma pipoca no colo ou com a cabeça deitada em um ombro que bem me quer. Porque meus dias não merecem morrer na companhia de ninguém. Porque meus dias, nossos dias, merecem mais que um copo na mão e um celular na outra. Merecem mais vida gostosa de se viver, vida tranquila, vida com quem possamos contar ou estender a mão. Vida real.

Inserida por juniorkjuru

Quando a gente dá-se um tempo para "colocar a cabeça no lugar", logo vem uma ideia brilhante: a de sempre recriar. Viver dias iguais de formas iguais é o que diminui a vontade de ser, crescer, ser feliz. A gente começa a perceber que felicidade é mais simples do que imaginamos: basta estar ao lado de pessoas que nos amam e nos respeitam, reforçando laços e renovando as brincadeiras, o papo, os móveis, o carinho, a forma de demonstrar amor. Gratidão, hoje, é a única palavra que eu consiga definir os meus dias. E que eles sejam cada vez melhores, Amém.

Inserida por juniorkjuru

Oração bonita é aquela que a gente faz pensando nos problemas do mundo. Fome, miséria, desigualdade, injustiça, roubalheira e hipocrisia. É aquela reza doída, mas cheia de esperança em um mundo melhor. Tem muita gente boa do nosso lado, mas a correria dos dias nos cega diante dela. Agradeço quem doa sangue, alimento, tempo, dinheiro, roupas, leite, abraços e sorrisos. Mas não vale querer virar estrelinha porque fez o bem ao nosso igual. O mundo não precisa de caridade, gente, mas sim de compaixão. Piedade. O que a sua mão direita faz, a esquerda não precisa saber, lembram disso? Mas um detalhe é essencial: a não ser que usaste a mão pra ferir, mesmo que indiretamente, outro alguém. Oração de verdade a gente faz em qualquer canto, com qualquer barulho, e com todo o amor. É desejar baixinho com que a vida da gente melhore junto com a do amigo ali do lado. É parar de se contorcer diante do que não temos, pra aprender a oferecer o nosso melhor. E o que temos de bom não é pouco não, é só acreditar. E fazer. Que a vida, diariamente, trate de nos oferecer forças pra transformar o mundo num lugar melhor. E nessa oração eu posso contar pra vocês: isso a vida já fez.

Inserida por juniorkjuru