Mais Lento
não é o maior que engole o menor, mas sim o mais rápido que atropela o mais lento (CLARIANO DA SILVA, 2016).
“A tartaruga não é mais rápida que a lesma, o coelho não é mais lento que o guepardo, porque eles não vivem competindo, não vivem se comparando e nem dependem um do outro para sobreviver.”
Em seu caminho não há nada certo.
Há uma hesitação, um ritmo mais lento, mas não teme o sopro do vento.
Ela sonha com um futuro sereno, um caminho seguro, sem desatino e muros.
Em seu íntimo, um mar de emoção; por fora, a calmaria mais azul.
Em seu peito, um desejo a pulsar, o desejo de não deixar a paz escapar.
Ela, mulher de espírito tranquilo e maduro, carrega em si um amor puro e, no coração, uma doce demora, como um beijo que o tempo devora.
Eu te proponho...
um amor que começa e termina em sonho,
o tempo mais lento do mundo.
Eu te proponho...
um amor que é maior que o mundo
mais que o mar profundo.
Eu te proponho...
um amor, duas vidas
numa vida... tornar visível o invisível.
Eu te proponho...
a arrogância de acreditar no impossível!
Em câmera lenta
Olho na distância o tempo que se esvai...
Queria um mundo mais lento... pausado...
Queria que meu andar fosse um andar arrastado.
Mas corro.
Não posso me demorar.
As belezas ao meu redor nem consigo aproveitar.
Nasce o dia...
Nova correria...
Morre o dia.
O tempo que se foi numa total afobação.
Nesse grande afã... onde vamos parar?
Podemos parar?
Olho no espelho.
Vejo o reflexo do que um dia fui.
Meus olhos verdes estão amarelando...
Busco a essência dentro de mim.
Um grito perdido ecoa... ecoa...
O tempo voa.
Uma ânsia de ver em câmera lenta o tempo passar.