Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
Acho que meu cupido tá mantendo conversa com o santo errado, ao invés de conversar com Santo Antônio ele tá trocando idéia com São Jorge, porque é cada dragão que me aparece !
Antônio Vivaldi
No silêncio do paraíso
Lágrimas se confundem
Lágrimas e sorrisos.
Um Deus de chuva.
Em lagrimas de notas viúvas.
Madrigal para Cecília Meireles
Cacaso
(Antônio Carlos Ferreira de Brito)
Quando na brisa dormias,
não teu leito, teu lugar,
eu indaguei-te, Cecília:
Que sabe o vento do mar?
Os anjos que enternecias
romperam liras ao mar.
Que sabem os anos, Cecília,
de tua rota lunar?
Muitas transas arredias,
um só extremo a chegar:
Teu nome sugere ilha,
teu canto:um longo mar.
Por onde as nuvens fundias
a face deixou de estar.
Vida tão curta, Cecília,
a barco tragando o mar.
Que céu escuro havia
há tanto por te espreitar?
Que alma se perderia
na noite de teu olhar?
Sabemos pouco, Cecília,
temos pouco a contar:
Tua doce ladainha,
a fria estrela polar
a tarde em funesta trilha,
a trilha por terminar
precipita a profecia:
Tão curta é a vida, Cecília,
tão longa a rota do mar.
Em te saber andorinha
cravei tua imagem no ar.
Estamos quites, Cecília,
Joguei a estátua no mar.
A face é mais sombria
quanto mais se ensimesmar:
Tão curta a vida, Cecília,
tão negra a rota do mar.
Que anjos e pedrarias
para erguer um altar?
Escuta o coral, Cecília:
O céu mandou te chamar.
Com tua doce ladainha
(vida curta, longo mar)
proclames a maravilha.
Rio, 1964.
Cacaso (Antônio Carlos Ferreira de Brito) nasceu em Uberaba (MG), no dia 13 de março de 1944. Com grande talento para o desenho, já aos 12 anos ganhou página inteira de jornal por causa de suas caricaturas de políticos. Antes dos 20 anos veio a poesia, através de letras de sambas que colocava em músicas de amigos como Elton Medeiros e Maurício Tapajós. Seu primeiro livro, "A palavra cerzida", foi lançado em 1967. Seguiram-se "Grupo escolar" (1974), "Beijo na boca" (1975), "Segunda classe" (1975), "Na corda bamba" (1978) e "Mar de mineiro (1982). Seus livros não só o revelaram uma das mais combativas e criativas vozes daqueles anos de ditadura e desbunde, como ajudaram a dar visibilidade e respeitabilidade ao fenômeno da "poesia marginal", em que militavam, direta ou indiretamente, amigos como Francisco Alvim, Helena Buarque de Hollanda, Ana Cristina Cezar, Charles, Chacal, Geraldinho Carneiro, Zuca Sardhan e outros. No campo da música, os amigos/parceiros se multiplicavam na mesma proporção: Edu Lobo, Tom Jobim, Sueli Costa, Cláudio Nucci, Novelli, Nelson Angelo, Joyce, Toninho Horta, Francis Hime, Sivuca, João Donato e muitos mais. Em 1985 veio a antologia publicada pela Editora Brasiliense, "Beijo na boca e outros poemas". Em 1987, no dia 27 de dezembro, o Cacaso é que foi embora. Um jornal escreveu: "Poesia rápida como a vida".
Em 2002 é lançado o livro "Lero-Lero", com suas obras completas.
O poema acima foi extraído do livro "Lero-lero", Viveiros de Castro Editora (7Letras) - Rio de Janeiro e Cosac & Naif - São Paulo, 2002, pág. 189.
O neurocientista Antônio Damásio afirmou certa vez que só a arte pode melhorar o ser humano. A arte serve para provocar sonhos, mexer com as emoções e com imaginário, oferecer sentido à existência, e, até mesmo, causar estranheza diante do inusitado. A arte possibilita a recriação de um mundo mais belo e feliz.
Trecho do livro O TEMPLO DE AIAKOS
A FESTA DE SANTO ANTÔNIO
A festa do padroeiro
é a mais antiga de Urandi;
começou nos primeiros anos
que a capela passou a existir.
Todo fazendeiro vinha ao festejo
e, pra alojar, começaram construir.
Era a festa mais esperada:
vinha padre fazer celebração,
contratava filarmônica de fora
e faziam um grande leilão,
tinha levantada de mastro
e encerrava com a procissão.
Armava muita barraca,
fazia muita iluminação,
trazia até nega de fogo
e banda pra animação.
Ainda faziam roupa nova,
casavam e batizava pagão.
Quando vinham casar na cidade,
causava muita mobilização.
Procurava casa para arrumar,
vinha a pé,cavalo ou caminhão.
Soltava foguete, carregava mala
e fazia latada com trempe no chão.
Na novena soltava foguete,
durante toda comemoração.
Crianças de anjo e do Santo
acompanhavam a procissão,
até que chegou o padre Paulo
e acabou com toda tradição.
Como certo dia, O Grande Poeta, António Aleixo; numa linda quadra disse:
“Há tanto burro a mandar;
Em homens de inteligência;
Que às vezes fico a pensar;
Que a burrice, é uma ciência!”
Sobre essa grande verdade/razão, aqui deixo este recitar:
Que pena neste viver, tal se dê;
por tamanha injustiça em tal tão ter;
porque ser mandado, por quem não vê;
é mágoa, que fere; por tão doer!...
Doer, por ver no faltar da prudência;
da caridade e da pura humildade;
mandar, até na Pura inteligência;
por tão “sortuda”, cá; ser a maldade!...
Por tal, o António achou; e viu ciência,
no julgar da humana, “Chico espertice”;
que por cá põe, tanto burro a mandar!...
Em tanto ser de grande inteligência;
que por tal ter, pra tal; tal “malandrice”,
em si; por seu querer, não tem lugar!!!
Com a: de um por HONESTIDADE, ser “mandado”; mágoa,
Sócrates, Platão, Aristóteles refutam Antônio Gramsci
Cena: Em um bar no Rio de Janeiro, onde estão Sócrates, Platão, Aristóteles e Antônio Gramsci. Os três primeiros tomam seus vinhos enquanto Gramsci, com um livro volumoso em mãos, tenta explicar seu conceito de “hegemonia cultural.”
Sócrates: Ah, Gramsci! Vejo que trouxe o seu "livrão"… Deve ter muita “hegemonia” dentro, não? Conte-nos: essa “hegemonia” é como uma toga que podemos vestir, ou é algo que só existe no reino das ideias?
Gramsci: (orgulhoso) É algo mais sutil, Sócrates! A hegemonia cultural é o modo como uma classe impõe seus valores e visões sobre outra, dominando a cultura e a consciência da sociedade.
Platão: (rindo) Então você está dizendo que há uma caverna de sombras culturais? E que somos todos reféns dessas sombras… mas, me diga, Gramsci, onde está o “Sol” nesse seu conceito?
Gramsci: (nervoso) Não é exatamente uma caverna, Platão. A hegemonia age no cotidiano, é quase invisível. São os valores que absorvemos sem perceber.
Aristóteles: Ah, então a hegemonia é uma força invisível? Fascinante! Algo entre o vento e uma boa conversa de taverna? E, claro, somos controlados por ela… como, exatamente?
Gramsci: Aristóteles, a hegemonia está em cada ideia, em cada ato da vida cotidiana. É a cultura das classes dominantes moldando o comportamento das outras classes.
Sócrates: (sorrindo) Então, Gramsci, você sugere que, por exemplo, ao pedir um copo de vinho, estou sendo manipulado por alguma força superior que controla meu desejo? Quem sabe... o próprio dono da taverna?
Gramsci: Não exatamente, Sócrates. Mas o modo como o vinho é servido, o que é visto como "normal"… tudo isso é parte de uma hegemonia cultural que reflete os interesses das classes dominantes!
Platão: Ah, então a verdade sobre o vinho está escondida atrás de uma "cultura dominante"? Mas me diga, Gramsci, esse “dominador” é um homem de carne e osso ou uma ideia abstrata? Afinal, somos filósofos! Não vamos lutar contra um “inimigo invisível,” correto?
Aristóteles: E me diga, se houver um dominador, seria então nossa missão nos rebelarmos contra ele? Ou apenas reconhecer que somos eternos reféns? Que plano você tem para lidar com esse “inimigo invisível”?
Gramsci: O objetivo é conscientizar o povo! Uma “revolução cultural,” digamos, onde cada um pode quebrar as correntes da hegemonia!
Sócrates: (rindo) Ah, mais uma “revolução”! Quantas vezes já ouvi isso! Mas diga-me, Gramsci, quem vai guiar essa revolução? Você mesmo? Uma nova classe de “iluminados”? E por que não seria você mesmo o novo “dominador” após a “libertação”?
Gramsci: (suspirando) Minha intenção é construir uma sociedade onde todos tenham voz. Eu jamais dominaria!
Platão: Interessante! Mas me pergunto, Gramsci… como pretende garantir que todos falem com a mesma “voz”? Se um homem prefere o vinho e outro a água, quem decide o que será servido?
Gramsci: (irritado) Vocês estão caricaturando! A hegemonia cultural é mais complexa do que isso! É uma imposição que atinge as classes oprimidas!
Aristóteles: Ah, e desde quando o “povo” precisa de uma filosofia tão complicada para perceber que algo está errado? Se precisam de um tratado para entender a opressão, talvez ela não seja tão forte assim…
Gramsci: (hesitante) Eu… estou apenas tentando combater uma dominação sutil, mas poderosa…
Sócrates: Gramsci, meu caro, às vezes o combate à “dominação” só cria novos dominadores. Talvez sua filosofia seja apenas uma volta ao mesmo ponto, mas com palavras bonitas.
Platão: Quem sabe, Gramsci, no fundo você mesmo esteja na “caverna,” vendo sombras e chamando-as de “hegemonia.” Talvez a realidade seja muito mais simples do que imagina.
Aristóteles: Admita, Gramsci: sua filosofia é como tentar amarrar o vento. Pode ter valor para sua época, mas está tão cheia de voltas e conceitos que, no final, só torna as coisas mais confusas. Você mesmo não está cansado de lutar com essas sombras?
Gramsci: (abaixando a cabeça) Talvez… talvez eu tenha complicado demais. Talvez haja um caminho mais direto para a justiça social…
Sócrates: (sorrindo) Ah, Gramsci! Não se preocupe, todo filósofo já passou por isso. Às vezes, precisamos simplificar. Quem sabe um bom copo de vinho te faça ver as coisas mais claramente.
Cena: Todos brindam e, por um momento, Gramsci admite que sua filosofia tenha mais de sombradoquedeluz.
HOMENAGEM A SANTO ANTONIO
Já no início de vida
eu querida e desinibida
me atrevi a casar
conversei com meu Antonio
santo bondoso e discreto
pedi que de todo jeito
me arrumasse o marido certo
De joelhos em cimento
eu exigente como era
em meus pedidos e curas
pedi que me livrasse de homem ciumento.
Rezando mais um pouquinho
com meu jeitinho guerreiro
abracei meu santo Antonio
pedi um homem com dinheiro.
Desta feita os predicados
fiquei satisfeita e feliz
mas queria um homem delicado
daqueles que nos encantam com o que diz.
Mas tamanha era a lista
que a noite foi passando
e eu sem querer
os adjetivos aumentando.
Gostar de ler não podia faltar
traquejo no falar essencial
bom governante do lar
e um lorde ao amar.
Os filhos
dele tinham que se orgulhar
visto que família é tudo
e minha espécie deveria continuar,
De mais a mais
Tinha que com meu pai combinar
visto que valores que ele trouxe
Muito queria cultivar.
De vida em vida
Nada se vingaria
Se não fosse homem trabalhador
E no amor não amador
No contexto um conquistador
porque vida que é vida
tem que ter enredo todo dia
E um ar inovador
Muito embora satisfeita
com o modelo a seguir
me esqueci de mencionar
que nunca deveria partir.
Pouco depois de enumerados
Tantos dons e predicados
olhei meus pedidos
Encobrindo meus pecados
A folha já ia ao chao
olhei meu santinho querido
Meu devoto amado
a me olhar com exaustão
Seu rosto entretanto
Não me parecia santo
tamanha imposição
Do meu pedido sem educação.
E com resposta de pronto
Já que minha fé era no ponto
O Santo exausto me respondeu
Me parecendo um pouco tonto
Filha
esse homem que tu queres não nasceu
para que eu te atenda
Terei que inventar
Leva-la as nuvens
Te apresentar um poeta
um cesto de vários doces
um anjo da cabala
um mágico que te fará matriz
até o momento em que perceberes
que para fincar vida a dois
se sentir feliz
não precisas de vários adjetivos
Mas somente de um pequeno verbo
que te levará a completude
aquele que vai fazer você se dar
sem nada desejar
um pedaço do paraíso que se chama amar.
No Dia de Santo Antônio,
o santo casamenteiro,
a fiel pede um marido
respeitoso e parceiro.
Ela faz sua oração
com tamanha devoção
para ter um companheiro.
Antes eu liderava cães de Guerra ferozes, hoje lidero ovelhas, mansas e humildes.
Dc Antonio Denis 26/05/24
Quadras aos Santos Populares -
Santo António é padroeiro
Da Lisboa d’encantar
Mas São Pedro é o porteiro
De quem no céu quiser entrar!
Santo António milagreiro
Que és um Santo tão Santinho
Dá-me lá mais um dinheiro
Qu’inda sou tão pobrezinho!
Diz a boca do demónio
Destas gentes da intriga
Que outrora o Santo António
Gostou d’uma rapariga!
A ti deixo este meu canto
Óh meu rico Santo António
Não te esqueças deste pranto
E arreda-me o demónio!
Óh meu querido Santinho
Vou fazer o teu altar
Comer pão e beber vinho
Pelas ruas a marchar!
Óh meu lindo São João
Dá-me moças pr’a dançar
Deixo aqui meu coração
A quem o quiser conquistar!
São João os teus cabelos
Tem ondas amarelas
Envoltas em segredos
Já não damos conta delas!
São João dos Caracóis
Procurava uma amada
E mandava os rouxinóis
Cantar uma toada!
São João é do Estoril
Santo António é de Lisboa
O São Pedro é d’águas mil
E o poeta é Pessoa!
O são Pedro tem a chave
Da porta desta festa
Mas se o “homem” não a abre
O Santo António já não presta!
Arraial por toda a parte
E sardinhas pelo pão
O São Pedro que me aguarde
Se estragar o São João!
Se chover no São João
O São Pedro está tramado
Santo António sem perdão
Vai deixá-lo entalado!
Nesta mesa dos artistas
Há gentes que se vejam,
Poetas, músicos, fadistas,
Tantos “santos” que nos beijam!
Temos dias sem sentido
Que nos deixam solidão
Vai a quadra ao manjerico
E a alegria ao coração!
Lá vai o arco e o balão
Pelas ruas sem ter mal
Pois agora a solução
É fazer um arraial!
Hoje é dia de Santo Antonio, conhecido como Santo casamenteiro, achador de coisas perdidas, cupido nas horas de amor! Sou, sou fã de Antonio, pois tenho Antonia mãe, Antonio pai, Antonio marido, Antonio filhos. Não posso deixar de dizer que tive também um pé de limoeiro com o nome do Senhor! Não é a por acaso que seu dia é um dia depois dos namorados, para que as meninas e os meninos namoradeiros que estejam solteiros sempre lembre do senhor! E... eu que já tenho o amor da minha vida venho aqui para prosear e agradecer a presença viva da proteção e amor! Viva Santo Antonio! Giovana Barbosa
Antônio
- Valioso, inteligente e alegre -
É um homem de personalidade marcante e muito poderosa. É uma pessoa tranquila e de muita paciência. Mas provoca, ela some bem rápido. É muito organizado e gosta de tudo bem planejado.
Ele é uma pessoa emocionalmente dependente, desde cedo.
Garante a quem ama o melhor cuidado e atenção possível.
É sério e possui muita consideração pelas pessoas.
Gosta de fazer as pessoas que o cercam felizes.
Antônio é uma pessoa que vale ouro!
Quem tem uma Antônio em sua vida tem tudo.
Marca a Antônio da sua vida!
- Laís Carvalho
Eu amo você. Você é muito especial na minha vida. O nome dele é Antônio Barros. Você é o homem que eu amei, que vou amar eternamente. Se hoje eu sou eu, agradeço muito a Deus por você ter entrado na minha vida. Antônio Barros, te amo muito!
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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