Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
Algumas pessoas acreditam que o amor, o trabalho ou até a fé podem ser razões fortes para se tornarem servis, incorporando a subserviência como meio de preservá-los. Pois eu digo a elas que se teu parceiro de vida, teu chefe ou teu deus te cobram isso, começa a pensar na solidão, no desemprego ou na agnose como uma dádiva do que tens de mais legítimo e inalienável na vida, que é o teu amor-próprio.
A partir do instante em que descobri como você pensa, eu parei de me preocupar com o que você pensa!
Não é sobre acreditar, é sobre a autenticidade da fonte; não se trata do conteúdo, mas do marketing usado.
A pior prisão não é estar atrás de uma porta fechada,mas acreditar que não temos mais portas para abrir.
O Estado brasileiro despreza seu povo e cuida muito mal dele.
O melhor da maturidade é a troca da credulidade ingênua da juventude pelo ceticismo inteligente que traz segurança o bastante para separar joio do trigo de uma forma inusitada: ao mesmo tempo em que não deixa mais espaço para o misticismo pueril de outrora, descobrimos um cérebro aberto ao improvável e empático ao inacreditável para derrubar as fronteiras entre concreto e abstrato de forma a que tudo se mostre possível, e apenas a dúvida – antes de qualquer negação – faça a mediação entre o ser e o não ser. Alguns chamam isso de delírio, eu
o chamo de despertar!
Todo aquele que coloca a verdade à frente de seus passos terá o mundo inteiro contra ele, pois que não finge ser o que não é, nem finge acreditar no que os demais fingem ser. A humanidade se esmera no uso de suas máscaras, e declara guerra aberta a quem não se deixar enganar por elas, expondo a face que ela faz de tudo para esconder. Que não se diga então que apenas a verdade grosseia incomoda: por mais delicada que se faça, a simples rejeição à mentira já dá causa a sistemático combate pelos que têm nela sua maior aliada.
Qual o propósito da existência? Eu apostaria na lei da compensação que Buddha chamou de "caminho do meio", alguns de "lei do retorno", e outros de "princípio da ação e reação", mas onde tudo se resumiria à busca pelo ponto de equilíbrio levado ao físico, ao mental e ao espiritual. Se comeu em excesso num dia, faça jejum no outro; se foi tomado pela cólera numa determinada hora, concentre-se em meditar na próxima; se atingiu alguém com suas ações hoje, ao nascer do sol conscientiza-se e peça desculpas; se foi atingido em sua auto-estima em algum momento, no seguinte se imponha de forma a que não o repitam. Tal sentido de vida não se inspira em crença, mas na lógica de pontos equidistantes que não nos colocam acima ou abaixo, nem à direita ou à esquerda, mas no único lugar que nos mostrará o porto seguro situado entre os extremos. Essa é a posição onde apenas SE É, pura e simplesmente. Nas demais só se poderá ESTAR, e em nenhuma delas você se encontrará naquela à qual realmente pertença.
Como se sabe ter sido feliz? Olhando para trás e descobrindo que, se pudesse voltar, faria pequenos ajustes aqui e ali, mas nenhuma mudança de rumos ou com momentos a apagar. Antes um mundo de razões para jamais esquecer.
A prática revela que a maioria está atrás de diversão, e não de Conhecimento. Tanto que conteúdos profundos recebem pouca atenção, e pelos superficiais a procura é enorme!
Toda decisão que se deseja sensata deve passar por quatro filtros:
1. Eu quero?
2. Eu posso?
3. Eu devo?
4. Convém fazer?
E sempre que obtivermos um "não" como resposta para qualquer deles, é preciso pensar dez vezes antes de colocar a ideia em prática, porque a emenda pode sair pior do que o soneto.
A primeira coisa que um hóspede que eu receber em casa precisaria aprender é que não há nela um único objeto que esteja ali por acaso. Existe uma razão para ele estar exatamente naquele local. Mas alguns não se importam com isso e subvertem uma ordem que foi criada exatamente para que a as coisas atendessem à sua finalidade. Da vez que um deles voltou pra casa eu precisei lhe ligar várias vezes para saber onde havia guardado cada objeto de meu uso diário. Se a intenção era que falássemos com mais frequência, então alcançou sucesso total!
O mundo não é bom ou ruim conforme os parâmetros usados para descrevê-lo, mas apenas um reflexo do que trazemos em nós mesmos. Desse modo só conseguirá ver beleza nele quem se mostrar apaixonado pela própria existência.
Toda pessoa que se vitimiza precisa de um vilão pra justificar seu papel de vítima e dar caráter de argumento à interpretação deturpada que faz dos fatos. Então sempre se verá atacada, independente de agressão, para ter a quem culpar por seus próprios rancores.
