Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
Somos esperançosos por felicidade. Como podemos alcançar isso se na verdade somos frágeis e não conseguimos buscar a sabedoria? Uma parte do cérebro, o reptiliano, que é falastrão, impulsivo e primitivo, operando em sincronia com o já estressado fígado, contribui para colocar a razão de lado e agirmos pela emoção, pela nossa inquietude rebelde, egoísta e ostentativa e imperativa! Junta tudo isso num caldeirão e o vapor resultante desta fervura, eleva para o ar que respiramos uma exalante contaminação cruzada - claro que é uma metáfora, mas vivemos nessa “poluição” ancorados na moda, no efeito manada, nas distrações improdutivas da era digital, na polarização. Vivemos um paradoxo nos dias atuais, mas os primitivos da era das cavernas se uniam para caçar o mamute em prol da sobrevivência e estabeleceram comunidades. Hoje as pessoas vivem um fla flu muito inferior aos seres primitivos, vivemos o mundo da lacração e o ser humano tem esquecido de ser, humano! Como as pessoas podem falar em felicidade, buscá-la, se elas não estão felizes com elas mesmas, não respeitam as opiniões alheias? Lamentavelmente o ser humano que se julga civilizado, caminha para a involução espiritual: querem um Smartphone de última geração um automóvel milionário, querem agora viajar para planetas estéreis e não olham para o distanciamento espiritual que sabe-se lá onde isso vai dar. Admiro o modo de viver dos aborígenes, dos indígenas, das comunidades africanas, dos monges, pois independente de onde estejam ou como vivem, sabem viver em harmonia com a natureza, com suas crenças, costumes e simplicidade, enquanto que nós desta “dita”. civilização que usa talheres, escova os dentes e é alfabetizada, trabalha incansavelmente para se destruir espiritualmente a si mesmos e aos outros. Falar em buscar a felicidade nesse ambiente hostil e degradante é mera utopia, ou talvez um último suspiro da sensatez humana incubada em cada um.
Além-mar
Ir ao outro lado do mar, ao desconhecido, foi a curiosidade humana e o empreendedorismo que ainda no século XV, lançaram os portugueses ao mar. Coragem era a palavra em mente na busca de um objetivo: descoberta de rotas , explorar novas oportunidades! Eles não sabiam, mas o movimento das naus sobre as águas, embora fosse lento, aquilo os levaria a se tornarem numa potência mundial no século XVI.
Assim devemos ser. Ir além mar! Levantar as velas e seguir à frente a navegar por oceanos tendo em mente que encontraremos um
Eldorado do outro lado.
Durante a viagem, haverão tempestades, ventos, águas invadirão a nau, que irá balançar de um lado para o outro, náuseas intermináveis, medo pode bater, mas cerramos os punhos e foco no objetivo, encarar a tempestade! A tempestade passa, os céus se abrem, a luz do sol desce como uma cortina transparente - a bonança chegou! É o momento de seguir sob águas tranquilas. Fazendo uma alusão à história bíblica, chegou o momento da rota para a terra do leite e mel!
O torcedor…triste
Torcer é sinônimo de querer algo ou desejar. Andando de carro neste final de semana, estava o meu rádio sintonizado numa estação cuja programação naquele momento era a repercussão quanto a derrota de um time de futebol e assim a escutar a opinião dos ouvintes. Muitos entraram no ar reclamando do juiz, outros de um determinado jogador, do técnico , enfim, buscavam encontrar um culpado ou com o objetivo de entender melhor o que havia acontecido, alguns replicavam até mesmo opiniões influenciadas pelas dos comentaristas e do narrador daquela emissora. Mas teve a opinião de um ouvinte, que me chamou a atenção uma única palavra: triste! Ele estava triste com a derrota do time! Naquele momento meu cérebro entrou no conflito entre a inveja saudável pela “banalização” da palavra triste inserida no contexto da derrota de um time de futebol e a triste tristeza , sendo bem redundante propositalmente , do real sentido desta palavra e o que ela significa no dia a dia de muitas pessoas por N razões. Não vou listar todas as razões e motivos que deixam uma pessoa triste, mas quero trazer uma reflexão de que a tristeza pode entrar porque a queremos , ou pode ser enfiada goela abaixo pelas circunstâncias da vida. Saber lhe dar com ela enfiado num espectro imenso por , repito , N razões, concluo eu, significa que todos nós estamos sentenciados a isto. Como nos preparar para lhe dar com a sensação de uma tristeza inesperada? Não sabemos! Cada um de nós não tem um manual desses dentro do bolso, vai de cada um saber fazer isso conforme seu estado de espírito, vontade própria para superar ou ficar com aquilo “Ad aeternum” ou usando um advérbio comum que é o sair dela pau-la-ti-na-men-te. Acho que estou nesta última, mas ancorado em clichês como: gratidão pelas coisas boas, pela fé em Deus ou pela esperança de dias melhores.
Quando o afeto e o olhar de crença na transformação transcendem a energia da disposição e boa vontade, tudo é possível!
Os animais vivem em harmonia com a natureza. Vivem nela, dependem dela! Se locomovem, repousam, contemplam....alguns estão na ponta da cadeia, outros são muito vulneráveis, passivos e inocentes , mas todos, sem exceção, agem pelo instinto de sobreviver! Todos querem viver! Buscar a conexão com esses “irmãos” como São Francisco de Assis os chamava, é compreender que todos nós fazemos parte de um tudo e Deus é o todo em tudo!
Caracal e o ser humano
Um felino que habita no deserto, no árido. Diante da escassez de alimentos no seu habitat, esse animal dá saltos gigantescos para pegar uma presa no alto, pode ser uma árvore ou até mesmo no voo baixo de um pássaro. Suas chances são mínimas, mas ele tenta. Antes do salto, a presa em sua mira! Em seu entorno, uma vegetação baixa típica de um deserto. Sobre ele , um imenso céu azul e no seu olhar e raciocino, o cálculo para a sua investida na luta pela sobrevivência.
Por que cito o Caracal, esse animal de orelhas pontudas da família dos felinos? Porque vejo que mesmo diante da escassez, algumas pessoas são capazes de muitas proezas que é tão fácil admirar quanto ao ver o salto do Caracal! Alguns ficam tão sabeis e conseguem exercer paciência, resignação, sabedoria e bondade! Geralmente são os mais pobres, humildes, moradores de rua….Essa gente é tão mais sábia que qualquer pessoa com um currículo de saltar os olhos, com Doutorado e tudo mais. Os Doutores mergulham no próprio ego e esquecem de continuarem sendo seres humanos. Alguns acham que estão acima do bem e do mal. A humildade e a bondade habita nos mais puros. A inteligência não pode ser considerada ou confundida com sinônimo de sabedoria, pois está transcende a inteligência que é nativa e residente em qualquer pessoa.
Os mais sábios que passaram por aqui viveram na pobreza, na castidade, na doação, na entrega ao próximo, influenciaram e influenciam até hoje pessoas despertas, desprendidas e que buscam incansavelmente pela sabedoria.
Nunca faça inimigos! Faça amigos! Se não puder fazer amigos, distribua gentilezas, sorrisos ou generosidade. Se não puder fazer nada disso, faça bem a si mesmo, que daí treinará para fazer aos outros algum dia.
Somos seres humanos que estamos aqui para aprender e a evoluir. Na dor ou não, eu quero estar sempre buscando a presença de Deus, pois ele é o todo em tudo! Pessoas que nos relacionamos são diferentes, pensam diferentes, tanto em ações e no modo de se expressarem. Qualquer pessoa, vive, se comporta e reage de forma diferente na vida:
- Na alegria: mesmo tendo muito ou pouco ou quase nada.
- Na tristeza: em consequência de uma decepção, coisas invasivas do passado, perdas irreparáveis, frustrações perversas, traições etc.
- Na luta: Pois ficar parado é ruim. Uma mente ociosa, entregue totalmente à resignação é uma mente preguiçosa. Que tal colocar a mente para trabalhar, pensar? Pensar em criar, pensar em ter idéias, pensar de forma positiva mesmo havendo adversidades e muitos nãos? Os nãos, a queda e até mesmo a própria morte da matéria, nos mostrar ser uma forma de continuidade, de renascimento e a vida não desiste de nada, pois nada morre, nada pára, tudo continua.
Minha escolha é continuar, lutar e buscar novos olhares, inspirações e a certeza absoluta de que eu posso transformar essa vida, tão bela, sublime, numa jornada tão incrível quanto a de o simples fato de saber que estou vivo, com saúde e que eu, exatamente EU, posso através de mim mesmo, brotar sob os meus pés, flores lindas. Diante dos meus olhos ver as minhas realizações. Com as minhas mãos, dar e oferecer ajuda! Através da minha boca, soltar palavras de incentivo, conselho e ânimo aos desanimados. Com os meus braços, abraçar quem eu amo, os desconsolados e desesperados conhecendo a estes ou não.
Hoje acordei animado! Estou mais seguro diante das incertezas e forte mais ainda na certeza blindada de que continuarei a ser um bom pai e um melhor ser humano.
Perdoe quem lhe feriu e siga adiante. Seja você! Recicle-se e projete sua vida para um novo mundo, mais amigos, mais humanidade e mais que isso: bondade!
"Um problema com a tradição surge quando o significado de um símbolo muda com o tempo, à medida que o símbolo adquire novos referentes em cada novo contexto em que é usado."
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