Poemas de Machado de Assis

Cerca de 318 poemas de Machado de Assis

O destino, que conhece o desfecho de cada drama, sorri dos nossos cálculos, e choraria, se pudesse chorar; das previsões humanas.

Machado de Assis
A semana, 30 de junho de 1895.

A bebedice parece desenvolver-se entre nós, já em tal escala que a taberna é o pórtico da sepultura.

Machado de Assis
Machado de Assis: Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2021.

Nota: Escrito em 1 de setembro de 1877.

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Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma coisa que morrer.

Machado de Assis
Memórias póstumas de Brás Cubas (1881).

Hinho Nacional Brazileiro

Enche o peito brasileiro
Doce luz, almo fervor,
Ante o dia abençoado
Do seu grande Imperador

Das florestas em que habito
Solto um canto varonil:
Em honra e glória de Pedro
O gigante do Brazil.

Em firme trono sentado
O colosso Imperial
Tem por base de grandeza
O coração nacional.

Das florestas em que habito
Solto um canto varonil:
Em honra e glória de Pedro
O gigante do Brazil.

Correm anos, e este dia
Surge na terra da Cruz:
Abre-se a alma do povo
Jorra do Céu nova luz.

Das florestas em que habito
Solto um canto varonil:
Em honra e glória de Pedro
O gigante do Brazil.

Machado de Assis
O Constitucional, 11 de dez. de 1867.

– [...] Para que queres tu mais alguns instantes de vida? Para devorar e seres devorado depois? Não estás farto do espetáculo e da luta? Conheces de sobejo tudo o que eu te deparei menos torpe ou menos aflitivo: o alvor do dia, a melancolia da tarde, a quietação da noite, os aspectos da Terra, o sono, enfim, o maior benefício das minhas mãos. Que mais queres tu, sublime idiota?
– Viver somente, não te peço mais nada. Quem me pôs no coração este amor da vida, senão tu? e, se eu amo a vida, por que te hás de golpear a ti mesma, matando-me?
– Porque já não preciso de ti. Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem. O minuto que vem é forte, jucundo, supõe trazer em si a eternidade, e traz a morte, e perece como o outro, mas o tempo subsiste. Egoísmo, dizes tu? Sim, egoísmo, não tenho outra lei. Egoísmo, conservação. A onça mata o novilho porque o raciocínio da onça é que ela deve viver, e se o novilho é tenro tanto melhor: eis o estatuto universal. Sobe e olha.

Machado de Assis
Memórias póstumas de Brás Cubas (1881).

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"

Machado de Assis

Nota: (trecho extraído do livro "Poesias Completas - Ocidentais", 1901, pág. s/nº. – Projeto releituras)

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Pergunta-me por que é que uma moça, casada de fresco, pode ter aborrecimentos? Quem lhe disse que eu tinha aborrecimentos? Escrevi que estava aborrecida, é verdade; mas então a gente não pode um momento ou outro deixar de estar alegre?

É verdade que esses momentos meus são compridos, muito compridos. Agora mesmo, se lhe dissesse o que se passa em mim, ficaria admirada. Mas enfim Deus é grande...

Machado de Assis
ASSIS, M., Questões de Maridos

⁠Tal é o vosso destino,
Ó filhas da natureza;
Em que vos pese à beleza,
Pereceis;
Mas, não... Se a mão de um poeta
Vos cultiva agora, ó rosas,
Mais vivas, mais jubilosas,
Floresceis.

Inserida por pensador

Dai à obra de Marta um pouco de Maria,
Dai um beijo de sol ao descuidado arbusto;
Vereis neste florir o tronco erecto e adusto,
E mais gosto achareis naquela e mais valia.
A doce mãe não perde o seu papel augusto,
Nem o lar conjugal a perfeita harmonia.
Viverão dous aonde um até ‘qui vivia,
E o trabalho haverá menos difícil custo.
Urge a vida encarar sem a mole apatia,
Ó mulher! Urge pôr no gracioso busto,
Sob o tépido seio, um coração robusto.
Nem erma escuridão, nem mal-aceso dia.
Basta um jorro de sol ao descuidado arbusto,
Basta à obra de Marta um Pouco de Maria.

Machado de Assis
Machado de Assis: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2021.
Inserida por laurenmatta

Descobri uma lei sublime, a lei da equivalência das janelas, e estabeleci que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881).

Quando chegamos ao alto da Tijuca, onde era o nosso ninho de noivos, o céu recolheu a chuva e acendeu as estrelas, não só as já conhecidas, mas ainda as que só serão descobertas daqui a muitos
séculos. Foi grande fineza e não foi única. São Pedro, que tem as chaves do céu, abriu-nos as portas dele, fez-nos entrar, e depois de tocar-nos com o báculo, recitou alguns versículos da sua primeira epístola: "As mulheres sejam sujeitas a seus maridos..."

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).
Inserida por marcosarmuzel

⁠Quando um homem sente em si uma grande ambição, não pode deixar de realizá-la, porque justamente nesse caso é que se deve aplicar o querer é poder.

Machado de Assis

Nota: Trecho do conto Uma águia sem asas (1872).

Das qualidades necessárias ao xadrez, Iaiá possuía as duas essenciais: vista pronta e paciência beneditina; qualidades preciosas na vida, que também é um xadrez, com seus problemas e partidas, uma ganhas, outras perdidas, outras nulas.

Machado de Assis
Iaiá Garcia (1878).

A amizade era, em mim, desde muito, a simples sentinela do amor; não podendo mais contê-lo, deixou que ele saísse.

Machado de Assis
A desejada das gentes (1886).

A distância não descasou os nossos espíritos, tão sinceramente amigos um do outro.

Machado de Assis

Nota: Carta para José Alexandre Teixeira de Melo, escrita em 22 de novembro de 1864.

⁠As assembleias não se inventaram para conciliar os homens, mas para legalizar o desacordo deles.

Machado de Assis
Gazeta de Noticias, Rio de Janeiro, 12 ago. 1894.

⁠É próprio das famílias numerosas brigarem, fazerem as pazes e tornarem a brigar; parece até que é a melhor prova de estar dentro da humanidade.

Machado de Assis
Páginas recolhidas. São Paulo: FTD, 2012.

Nota: Trecho da crônica O velho senado, publicado na "Revista brasileira", em junho de 1898.

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Jesus Cristo não distribui os governos deste mundo. O povo é que os entrega a quem merece.

Machado de Assis
Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: H. Garnier, Livreiro-Editor, 1904.

⁠É difícil estar entre políticos muito tempo sem adquirir a febre que os devora.

Machado de Assis

Nota: Trecho do conto Rui de Leão, publicado no "Jornal das Famílias", em 1872.

⁠Quando uma criatura ama, (...) todos os meios de poupar-lhe as comoções são nulos.

Machado de Assis
Não é mel para boca de asno (1868).

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