Machado de Assis Contos Curtos Saudades

Cerca de 17822 frases e pensamentos: Machado de Assis Contos Curtos Saudades

⁠o parco roçagar da frondosa giesta
acesa pelo vento como um chicote
acelera em mim a lúcida consciência
de que as árvores, procurando o solo,
regressam ao útero que as gerou
por isso também eu caminho pleno
um homem plano sobre outro plano
uma luz, um astro cego, um abismo
desenhando um círculo com palavras
no misterioso alfabeto da criação
vou enchendo a boca de terra
vou abraçando a morte iminente
porque tudo em mim é imediato
o grito, o eco e o súbito silêncio.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "cabo de gata")

Inserida por PoesiaPRM

⁠uma crisálida indecifrável
que respirasse
na perpendicularidade
das minhas pálpebras
como uma força
vibrante e extraordinária
a desenhar as novas veias
fartas e cálidas
do dogma
filosofia ou religião
paradoxais
um paradoxo forte
imbatível e irrefutável
que fizesse esvoaçar
a inércia do verão
que é na memória póstuma
dos outros
o solstício
permanentemente sombrio
uma silhueta contendo
os risos verdes
lá atrás
onde os braços descansam
nus
no imponente esquecimento
do mundo.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "crisálida indecifrável")

Inserida por PoesiaPRM

⁠monja de salto-agulha
encontra o teu destino
imola-te na laça poeira
do celeste e laço doce
uno absorvente e único
das infinitas cadências
porque virão galáxias
e cometas invisíveis
velar a mulher densa
untada do encarnado
quente e magmático
resplandecente corpo
onde a mulher morta
dá lugar ao vaticínio
há mil anos escrito
no sangue e no fogo
o universo ressurge
enquanto a deusa nasce
da kundalínica nébula
que os povos adorarão.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "monja de salto-agulha")

Poema dedicado a Sheila

Inserida por PoesiaPRM

⁠mês de julho
dia vinte e dois
farias sessenta anos
mais os quatro decorridos
sobre o ano que adormeceste
a palavra pai é como um balão aceso
sobre a imprecisão contígua da boca cerrada
só a prejuízo a poderei pronunciar com a leveza certa
porque arde e não sei quando se fará noite dentro de mim.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "vinte e dois de julho")

Inserida por PoesiaPRM

⁠quero a poesia alta e superior
a que se eleve acima do corpo
capaz de transcender a lucidez
como se o sonho da montanha
fosse mais importante e nobre
que a própria subida à montanha
uma poesia que não obedeça
ao circadiano ritmo dos homens
uma poesia portanto sem o ritmo
perpendicular da língua no céu
cheio de uma tonalidade viva
que não seja o azul celeste
quero a poesia que incapacite
os homens ásperos da terra
incapazes da vigília letárgica
de um astro que os queime.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "um cometa chamado poesia")

Inserida por PoesiaPRM

⁠pai
não tenho memórias
desde que mostraram
a mortalha coerciva
cercando o teu corpo

pai
ouvia dizeres “é a fingir”
eu ria e dizia “é a fingir”

por isso todos acreditaram
que a minha extravagância
era um produto da loucura

pai
como se na aritmética
da vida que continua
e do tempo que passa
coubesse alguma lógica.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "aritmética do luto")

Inserida por PoesiaPRM

⁠ancestral aranha que mascaras
balaustradas, capitólios e olimpos

sigiloso movimento trespassando
o invisível lugar de visível vazio

aroma metálico ou apurado gume
na distracção sonora do sono

afinal, de quantos rituais e cantos
ou milenares hecatombes aladas
se fazem as arestas criminosas
onde jazem brancas e indefesas
as mil e uma esvoaçantes criaturas
que encontraram na sedutora luz
o seu destino ébrio de inocência?

(Pedro Rodrigues de Menezes, "ancestral sibila")

Inserida por PoesiaPRM

⁠é olhando para todas as mães
com as suas vaginas derrotadas
e os ventres espiando a cicatriz
que me adormecem os olhos
perante a mão cega e grotesca
somos incapazes de vir ao mundo
sem ensanguentar o mundo inteiro
sem arrancar dormitando ainda
sendo ainda esse sonho por gerar
pedaços vivos da carne e do sonho
criaturas invariantes e futuras
condenações a estourar hediondez.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "hediondez maternal")

Inserida por PoesiaPRM

⁠o corpo pairando
suspenso nu
fantasma sem cor
com forma de fantasma
candura obliterada
interrupção incomum
cadáver assombroso
terra inclinada na chuva
um poeta sobre uma poça
milenar
o sangue coagulando todo
vertical

a veia míope tocando o
horizonte

a vírgula expansiva da sua artéria
cavernosa

os pés, uma chaga infernal do
caminho

as mãos, um claustro negro de
silêncio

o poeta salta
o poeta corre
o poeta também ri
mas o poeta está morto.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "o poeta, o poema e o fantasma")

Inserida por PoesiaPRM

Os pensamentos sabotadores estão te deixando estressado e fazendo você se sentir um inútil ? Te convido a mudar seu comportamento e estimular seu cognitivo, aprendendo a ser gestor de seus pensamentos, e não ser mais dirigido por eles.
Mude, enquanto você não mudar eles continuarão a ditar as regras negativas na sua vida !

Inserida por DavidBezerradeMelo

⁠ Ora, se o nosso cérebro absorve as sugestões dos próprios pensamentos conflitantes, como você acha que ele irá reagir mostrando uma lista de condutas apresentados pelas reações psicossomáticas ?
Ensine aos seus pacientes a serem gerentes ativos de suas emoções, e não guiados pelos pensamentos sabotadores interno e externos!

Inserida por DavidBezerradeMelo

⁠Ame a vida.
Ame as vidas.
Viva a vida.
Viva pelas vidas.
A nossa missão é viver, possamos nós então aproveitar cada partícula temporal, sempre da melhor forma possível, de tal maneira que consigamos reclinar nossas cabeças sobre o travesseiro leves, livres e soltos, de tal modo que no amanhã sejamos melhor criatura do que havíamos sidos ontem.

Inserida por Claudiokoda

⁠"fantasma"

Se tudo fosse lógico
o sentido se perderia no vazio de se sentir comigo
no afeto ao que tens me pedido
lembre-se de nunca ser visto
e sempre tente aniquilar tudo aquilo que sente
como um fantasma que sempre mente
e desaparece sem nunca ao menos
ter aparecido na sua frente.

Inserida por Poetadecopo

⁠"Casabro"

Te convido a vid vim ver a vida
males de loucuras e injúrias
gostos de novo.
Um poeta de desgosto
viver sem poder ver o céu.
Compreender sem querer reaver
o que nunca foi seu.
É tão suave
Mas grave ainda assim.
Mais tarde e não tem fim
o dia não passa.
Somente gasta sua casa.
Desgasta e atrasa sua vida fraca.
Então passa o dia com sua memória chata.
Com o som da navalha
a atormentar suas lágrimas.
Medo de ser só mais um novo.
Pouco a pouco
indo para o rolo
que de rolo não é nada
mas acaba.

Inserida por Poetadecopo

⁠"Ilusão"

Você foi a minha alegria.
Agora é somente a inspiração para escrever sobre a vida.
Sobre as mentiras vazias que sobressaem nossa química.
Típica ilusão não resolvida por gente tímida.
Nada mente
nem entende.
Respeite o meu passado ou nunca entenderias o meu presente.
Então eu aceito o seu antepassado regrado e mal amado.
E digo com certeza:
você
não
sente.

Inserida por Poetadecopo

⁠"Subdesço"

Eu carrego a morte no bolso esquerdo.
Invejo o sujeito que não teme
Em de repente se tornar
somente um nada novamente.
Me encarrego de ter isso em mente.
Como se não existisse esperança nas palavras.
Eu não sei dizer o que não sinto
e não digo o que sinto
por achar que estou mentindo.
Me livro do imprevisto julgando cada segundo
como o ponteiro eu balanço na mesma direção
e em voltas subdesço em desespero.

Meu pensamento é um descanso.

Inserida por Poetadecopo

⁠"Sofrimento"

Essa merda de ódio
me faz caminhar na chuva
sem sentir uma gota de água
sem ouvir o vento gélido
que pelo meu ouvido passa
me faz sentar na relva
molhada por águas passadas
sem pensar em nada
sem perceber
que a minha alma
vazia estava.
E sem entender o que comigo se passava
deixei o momento se prender ao tempo
enquanto minhas lágrimas
dançavam livres
com a tempestade
que é o sofrimento.

Inserida por Poetadecopo

⁠"Passatempo"

Odeio esse sentimento de estar em constante desentendimento comigo mesmo.
É como fosse eu parado no tempo, remoendo contextos e revivendo momentos.
Mas na verdade só estou em uma fase
de envolvimento com o que não é importante
nem o bastante
e só trás constrangimento.
Eu levo o sofrimento como um passatempo.

Inserida por Poetadecopo

⁠"Merece"

Sem vontade própria ou específica.
Na carência de uma sentença
entre carisma ou morte.
De repente.
Imprudente e nem um pouco vigente.
Nada sente.
Somente a semente de ser quem não cresce
nem floresce.
Só descreve e não ouve suas preces.
Você nem merece
somente repete aquilo que te apetece
e nem isso ao certo descreve.

Inserida por Poetadecopo

⁠"Incerteza"

Nas loucuras em vida
buscas lógicas licitas
tramas utópicas e vontades impróprias.
Questões pressionadas em dia
com o amargor da bebida.
Mais azedo que o medo
não devo, não temo.
A menos que o tempo esteja ameno
e o erro seja sereno como o vento.
Que te leva e volta das memórias
onde o arrependimento não mora
mas a incerteza desola.

Inserida por Poetadecopo

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