Machado de Assis- a Causa Secreta

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CARTA DO AUSENTE

Meus amigos, se durante meu recesso virem por acaso
passar a minha amada peçam silêncio geral.
Depois apontem para o infinito.
Ela deve ir como uma sonâmbula, envolta numa
aura de tristeza, pois seus olhos só verão a minha
ausência.
Ela deve estar cega de tudo o que seja o meu
amor (esse indizível amor que vive trancado em mim num
cárcere mirando empós seu rastro).
Se for a tarde, comprem e desfolhem rosas à
sua melancólica passagem, e se puderem entoem
cantus-primus.
Que cesse totalmente o tráfego e silencie as
buzinas de modo que se ouça longamente o ruído de seus
passos.
Ah, meus amigos, ponham as mãos em prece e
roguem, não importa a que ser ou divindade por que bem
haja a minha grande amada durante o meu recesso, pois
sua vida é minha vida, sua morte a minha morte.
Sendo possível soltem pombas brancas em
quantidade suficiente para que se faça em torno a
suave penumbra que lhe apraz.
Se houver por perto um hi-fi, coloquem o
"Noturno em sí bemol" de Chopin.
E se porventura ela se puser a chorar, oh
recolham-lhe as lágrimas em pequenos frascos de
opalina a me serem mandados regularmente pela mala
diplomática.
Meus amigos, meus irmãos (e todos os que
amam a minha poesia), se por acaso virem passar a
minha amada salmodiem versos meus.
Ela estará sobre uma nuvem envolta numa aura
de tristeza o coração em luz transverberado.
Ela é aquela que eu não pensava mais
possível, nascida do meu desespero de não encontrá-la.

Ela é aquela por quem caminham as minhas
pernas e para quem foram feitos os meus braços, ela é
aquela que eu amo no meu tempo e que amarei na minha
eternidade - a amada una e impretérita.
Por isso procedam com discrição mas
eficiência: que ela não sinta o seu caminho, e que
este, ademais ofereça a maior segurança.
Seria sem dúvida de grande acerto não se
locomovesse ela de todo, de maneira a evitar os
perigos inerentes às leis da gravidade e do momentum
dos corpos, e principalmente aquele devidos à
falibilidade dos reflexos humanos.
Sim, seria extremamente preferível se
mantivesse ela reclusa em andar térreo e intramuros
num ambiente azul de paz e música.
Oh, que ela evite sobretudo dirigir à noite
e estar sujeita aos imprevistos da loucura dos tempos.

Que ela se proteja, a minha amada contra os
males terríveis desta ausência com música e equanil.
Que ela pense, agora e sempre em mim, que
longe dela ando vagando pelos jardins noturnos da
paixão e da melancolia.
Que ela se defenda, a minha amiga, contra
tudo que anda, voa, corre e nada; e que se lembre que
devemos nos encontrar, e para tanto é preciso que
estejamos íntegros, e acontece que os perigos são
máximos, e o amor de repente de tão grande tornou tudo
frágil, extremamente, extremamente frágil.

Jesus sabe da capacidade de olhar as coisas miúdas da vida, as que não damos valor, e aquelas que ninguém havia visto antes. Colocando os pés no seguimento de Cristo, ouvimos a Palavra para olhar a vida diferente: "Amar a Deus sobre todas as coisas." E o que significa amar o meu próximo? O que significa olhar para o meu irmão e saber que nele tem uma sacralidade que não posso violar? Como posso descobrir este convite de Deus de abrir os olhos às pessoas? No dia de hoje, lhe proponho que acabe com os "achismos" do amor. Por muitas vezes, em nome do amor, nós fazemos absurdos: sequestramos, matamos, fazemos guerra, criamos divisões. A primeira coisa que Deus precisa curar é o que nós achamos do amor.

O amor nos dá uma força que nem nós mesmos sabíamos que tínhamos. É a capacidade que o amor tem de nos costurar. Quantas vezes olhamos para a objetividade do outro que nos motiva a sermos melhores. É o amor com suas clarezas e suas confusões.

Soneto da mulher inútil

De tanta graça e de leveza tanta
Que quando sobre mim, como a teu jeito
Eu tão de leve sinto-te no peito
Que o meu próprio suspiro te levanta.

Tu, contra quem me esbato liquefeito
Rocha branca! brancura que me espanta
Brancos seios azuis, nívea garganta
Branco pássaro fiel com que me deito.

Mulher inútil, quando nas noturnas
Celebrações, náufrago em teus delírios
Tenho-te toda, branca, envolta em brumas.

São teus seios tão tristes como urnas
São teus braços tão finos como lírios
É teu corpo tão leve como plumas.

Porque a vida é assim: quando o outro vai embora é que a gente descobre o tamanho do espaço que ele ocupava.

Sou sempre eu mesmo e se
sou diferente às vezes
é porque a necessidade me obriga.
Tudo na vida é relativo.

E falta sempre uma coisa, um copo, uma brisa, uma frase,e a vida dói quanto mais se goza e quanto mais se inventa.

Ah! Mulher! que tão depressa
esqueceste um homem que te ama
para ouvires os galanteios
doutro que te cobiça!...

Anarquia sem ordem, é desordem!

Eu sou incapaz de conceber o infinito, e ainda assim eu não aceito a finitude. Eu quero que esta aventura que é o contexto da minha vida continue sem fim.

Simone de Beauvoir
BEAUVOIR, S. A velhice. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990

Se o sentimento é legítimo, este dura para sempre; e qualquer reencontro, será como a primeira vez

Que o amor seja eterno enquanto dure.

Seja forte, siga em frente, respire fundo, e perceba a importância de se ter braços vazios, pra que se possa ter espaço em si para abraçar o mundo

Matar não quer dizer a gente pegar o revólver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu.

José Mauro de Vasconcelos
O meu pé de laranja lima. São Paulo: Melhoramentos, 2004.

Solidão

Estar sozinho não é estar isolado de tudo e de todos...
É ter muita gente a sua volta, mas não poder contar com nenhuma delas;
É conviver com os defeitos dos outros, nem ninguém suportar os seus;
É ter que dar carinho e atenção mesmo quando não tem mais de onde tirar, mas ninguém se dar ao luxo de doar-te o que sobra do amor que recebe;
É ouvir todos desabafarem, mas parecer que todos são surdos ao ponte de não ouvirem o seu desabafo;
É fazer tanto para ver o próximo feliz a ponto de desistir da própria felicidade, enquanto a felicidade de outros é ver sua tristeza;
É viver amando sem ser amado.

Por isso...
Quando alguém te disser - Conte comigo! – valorize, porque muitos nunca ouviram isso.
Quando você ouvir - Tudo bem, a gente supera! – valorize, muitos só escutam
- Sinto muito, você vacilou!
Quando você receber um abraço, valorize, porque muitos nem sabem o que é isso.
Quando alguém ouvir seu desabafo, valorize, porque muitos não tem quem os ouça.
Quando alguém te fizer feliz, valorize, porque muitos não tem quem se importe com eles.
Quando alguém te disser – Te amo! – valorize, porque muitos que a escutam, só trazem frustrações em sua memória.
Quando estiver rodeado de amigos, valorize, e lembre-se daqueles que estão “sozinhos”, pois eles podem estar ao seu lado, precisando de você!

E não se esqueça: retribua cada atitude de bondade que receber, porque não custa nada pra quem dá, mas pode valer uma semana de alegria para quem recebe!

Só dão o devido valor aos amigos aqueles que já viveram “sozinhos”!

Não me arrependo de nenhum erro cometido, pois, se não fossem eles, jamais teria aprendido o que é errar.

Sem Jesus uma flor tem mil espinhos com Jesus um espinho tem mil flores

Feliz daquele que no livro d'alma não tem folhas escritas.
E nem saudade amarga, arrependida, nem lágrimas malditas.

O Brasil é feito por nós. Está na hora de desatar esses nós.

Pouco sabe da tristeza quem, sem remédio para ela, diz ao triste que se alegre; pois não vê que alheios contentamentos a um coração descontente, não lhe remediando o que sente, lhe dobram o que padece.

Pra trás, nem pra pegar impulso!