Machado de Assis- a Causa Secreta

Admiramos o mundo através do que amamos.

São sempre desatinadas as vinganças por ciúmes.

Onde intervêm o favor e as doações abatem-se os obstáculos e desfazem-se as dificuldades.

O amigo é um segundo eu.

Uma árvore nua
aponta o céu. Numa ponta
brota um fruto. A lua?

O silêncio, ainda que mudo, é frequentes vezes tão venal como a palavra.

Há muita gente que, assim como o eco, repete as palavras sem lhes compreender o sentido.

O homem mais sensível é necessariamente o menos livre e independente.

O mundo não deve ter fronteiras, mas horizontes.

Ensinam-nos a viver quando a vida já passou.

Nas revoluções políticas os povos ordinariamente mudam de senhores sem mudarem de condição.

Aqueles que nós definimos como os nossos dias mais belos não são mais do que um brilhante relâmpago numa noite de tempestade.

É falso que a igualdade seja uma lei da natureza. A natureza não faz nada igual; a sua lei soberana é a subordinação e a dependência.

A utilidade da virtude é de tal modo evidente que os maus a praticam por interesse.

A autoridade não se consegue sem prestígio, nem o prestígio sem distanciamento.

O nosso amor-próprio exalta-se mais na solidão: a sociedade reprime-o pelas contradições que lhe opõe.

É mais vulgar ver um amor absoluto do que uma amizade perfeita.

Viver é o meu trabalho e a minha arte.

Num povo ignorante a opinião pública representa a sua própria ignorância.

A luxúria é como a avareza: aumenta a sua própria sede com a aquisição de tesouros.