Machado de Assis- a Causa Secreta

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⁠Quanto às minhas opiniões públicas, te­nho duas, uma impossível, outra realizada. A impossível é a republica de Platão. A realizada é o sistema representativo. É sobre­tudo como brasileiro que me agrada esta úl­tima opinião, e eu peço aos deuses (também creio nos deuses) que afastem do Brasil o sistema republicano, porque esse dia seria o do nascimento da mais insolente aristocra­cia que o sol jamais iluminou.

Machado de Assis
Diário do Rio de Janeiro, 5 mar. 1867.

⁠A solidão é oficina de ideias.

Machado de Assis
Obra Completa. Rio de Janeiro : Nova Aguilar 1994.

Nota: Trecho do conto Teoria do Medalhão.

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⁠Há casos em que a indignação silenciosa é o mais eloquente comentário.

Machado de Assis
Obra completa. São Paulo: Nova Aguilar, 2021.

⁠Um homem pode corrigir-se muito bem dos defeitos miúdos.

Machado de Assis
Dom Casmurro. São Paulo: Ática, 1997.

⁠Muitos gemem o que foi, todos saboreiam o que é, raros cuidam do que será.

Machado de Assis
A semana, 9 ago. 1896.

⁠Assim vai a vida humana: um nada basta para complicar tudo.

Machado de Assis
Casa velha (1886).

Há coisas que se não fazem, outras que se não dizem.

Machado de Assis
Iaiá Garcia (1878).

[O coração] é o relógio da vida. Quem não o consulta, anda naturalmente fora do tempo.

Machado de Assis
A Mão e a Luva (1874).

O futuro nunca se engana.

Machado de Assis
José de Alencar. In: Obra Completa, Machado de Assis. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, V.III, 1994.

Nota: Publicado originalmente na Revista Literária, Rio de Janeiro, em 05/12/1883.

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A amizade lhe fará esquecer o amor; é mais serena que ele, e talvez menos exposta a perecer.

Machado de Assis
Ressurreição (1872).

Soneto de Natal

Um homem, – era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno, –
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,

Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.

Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca.
A pena não acode ao gesto seu.

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou mudei eu?”

Machado de Assis
Ocidentais (1901).

⁠Não havendo nada que perdure, é natural que a memória se esvaeça, porque ela não é uma planta aérea, precisa de chão.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881

⁠Há umas plantas que nascem e crescem depressa;outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas; brotou com tal ímpeto e tanta seiva, que, dentro em pouco, era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881

⁠...preferi dormir, que é um modo interino de morrer.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881

⁠Cuido que não nasci para situações complexas.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881

Vocês deveriam dormir. Tudo melhora depois de uma boa noite de sono.

Como dizia o poeta

Quem já passou
Por esta vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá
Pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou
Pra quem sofreu, ai

Quem nunca curtiu uma paixão
Nunca vai ter nada, não

Não há mal pior
Do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa
É melhor que a solidão

Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir?
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer

Ai de quem não rasga o coração
Esse não vai ter perdão

Vinícius de Moraes e Toquinho
Álbum "Como dizia o poeta"

Nota: Música composta por Vinicius de Moraes e Toquinho

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O amor é difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz é para poucos!

Ercília Ferraz de Arruda Pollice

Nota: Trecho do poema "Hoje quero falar para os apaixonados", de Ercília Ferraz de Arruda Pollice. É muitas vezes atribuído de forma errônea a Cecília Meireles.

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Aprendi que 50% das pessoas são falsas e as outras 50 não se pode confiar 100%.

Paulo de Tarso Pinto Silva

Nota: Autoria não confirmada.

— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.

Mais isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.

Como então dizer quem falo
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.

Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.

Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).

Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,

a de querer arrancar
alguns roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.

(Morte e Vida Severina - Introdução)