Luis Fernando Verissimo poemas Sonhos

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Se anjos existem eu não sei, mas sei que existem seres que entram em nossas vidas e nos mostram um outro caminho a seguir.

O caminho que eu seguia era cheio de pedras, buracos e espinhos, o mais difícil era percorrer isso tudo sozinho, não ter mais forças, cair e olhar pros lados e não ter onde se apoiar.

Tudo o que eu queria era ter uma mão pra sustentar nos momentos mais difíceis, você como um ser encantado apareceu assim devagar, com tanta graça, carisma e a atenção que eu tanto precisava.

Sem me cobrar nada permaneceu assim do meu lado, mesmo com a distância eu quase podia te sentir do meu lado, tantas e tantas noites passei em frente dessa tela fria que é por onde você lê essa mensagem, mais por essa mesma tela fria eu pude matar um pouquinho da saudade que sempre aperta.

Eu não tenho certeza do futuro, só sei que já não consigo imaginar ele sem você do meu lado, as coisas boas que acontecem em nossas vidas são assim, “acontecem por acaso” sem planejamento.

Encontrei em você
Tudo que eu sonhei
Tudo que eu sempre quis
Não quero que tudo passe de um sonho
Do meu melhor sonho
Quero a realidade
Com esse enredo
E com um final feliz

Quero...mas não posso...
Não posso...mas quero...
Mas se não posso mas quero...
Então porque quero...se não posso...?!

Hoje Tomei a Decisão de Ser

Eu Hoje, ao tomar de vez a decisão de ser Eu, de viver à altura do meu mister, e, por isso, de desprezar a ideia do reclame, e plebeia sociabilizacão de mim, do Interseccionismo, reentrei de vez, de volta da minha viagem de impressões pelos outros, na posse plena do meu Génio e na divina consciência da minha Missão. Hoje só me quero tal qual meu carácter nato quer que eu seja; e meu Génio, com ele nascido, me impõe que eu não deixe de ser.

Atitude por atitude, melhor a mais nobre, a mais alta e a mais calma. Pose por pose, a pose de ser o que sou.

Nada de desafios à plebe, nada de girândolas para o riso ou a raiva dos inferiores. A superioridade não se mascara de palhaço; é de renúncia e de silêncio que se veste.

O último rasto de influência dos outros no meu carácter cessou com isto. Reconheci — ao sentir que podia e ia dominar o desejo intenso e infantil de « lançar o Interseccionismo» — a tranquila posse de mim.

Um raio hoje deslumbrou-me de lucidez. Nasci.

Beijo

Beijo não tem hora, não tem lugar;
pode ser roubado ou demorado mas de qualquer forma,
não dá vontade de parar.

Beijo pode ser no rosto,
pode ser na testa ou no pescoço,
mas é só na boca que se sente o gosto.

Beijo anima, alimenta;
Tem gosto de nada misturado com tudo.
E quando está frio,
ainda esquenta.

Beijo provoca emoção,
faz bater mais forte o coração.
E quando se fecha os olhos,
dá até para ouvir uma canção.

Beijo faz parar o tempo,
faz parar o vento e
torma inesquecível um momento.

Beijo é assim,
algo sem controle como um louco.
Beijamos, beijamos e ainda
achamos pouco.......

CAMALEÃO IN VITRO

Sou um verdadeiro investigador de mim mesmo
Cada dia descubro algo novo em mim
Creio que meu “eu” atual é um retrato em branco e preto, ou às vezes em tons de sépia e o meu passado é um retrato colorido, cujos tons se avivam no decorrer do tempo.

Nos espelhos da vida já me vi de tantas formas...
Me vi bonito, feio, inteligente, ignorante, criativo, ocioso, atencioso, disperso, amável, insuportável...
Tanto me vi que enjoei.
Posso ser tudo, como também posso não ser nada, mas nessa vida cheia de imagens ilusórias e utópicas a única conclusão a que posso chegar é que eu sou e sempre serei apenas o reflexo daqueles que me observam.

A espantosa realidade das coisas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada coisa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.

Basta existir para se ser completo.

Tenho escrito bastantes poemas.
Hei-de escrever muitos mais, naturalmente.
Cada poema meu diz isto,
E todos os meus poemas são diferentes,
Porque cada coisa que há é uma maneira de dizer isto.

Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada,
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.

Outras vezes ouço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.

Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem esforço,
Nem ideia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos,
Porque o digo como as minhas palavras o dizem.

Uma vez chamaram-me poeta materialista,
E eu admirei-me, porque não julgava
Que se me pudesse chamar qualquer coisa.
Eu nem sequer sou poeta: vejo.
Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:
O valor está ali, nos meus versos.
Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.

Fernando Pessoa
PESSOA, F. “Poemas Inconjuntos" in Poemas de Alberto Caeiro. Lisboa: Ática. 1946 (10ª ed. 1993). p.83
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"Sonhar mesmo que seja impossível
Lutar mesmo que o inimigo seja invencível
Suportar a dor, mesmo que seja insuportável
Correr, mesmo onde o bravo não ouse ir
Transformar no bem o que é mal,
mesmo que o caminho seja de mil milhas
Amar o puro e o inocente,
mesmo que seja insistente
Persistir, mesmo quando
o corpo não mais resista
E, afinal, tocar aquela estrela,
mesmo que seja impossível."
-Fernando Pessoa-

Anny Versário

Anny Versário era uma menininha
Que morava em um planeta bem diferente,
Um planeta de nome engraçado e meio bobo.....
Seu planeta se chamava: Planeta BOLO

Sempre com roupas coloridas,
usava um vestidinho com broches de pirulito e
botões de bala de caramelo,
e um chapéu em formato de cone amarelo.

Nas ruas feitas de chocolate,
com calçadas de marshmellow....
Ela vivia a correr e a brincar
e quando a noite chegava,
as velinhas ascendiam para iluminar..........

E por todos os lugares,
Ela vivia a cantar,
A sua música preferida:
“Parabéns para você,
nesta data querida,
muitas felicidades,
muitos anos de vida......”

Fiquei doido, fiquei tonto...
Meus beijos foram sem conto,
Apertei-a contra mim,
Aconcheguei-a em meus braços,
Embriaguei-me de abraços...
Fiquei tonto e foi assim...

Sua boca sabe a flores,
Bonequinha, meus amores,
Minha boneca que tem
Bracinhos para enlaçar-me,
E tantos beijos p'ra dar-me
Quantos eu lhe dou também.

Ah que tontura e que fogo!
Se estou perto dela, é logo
Uma pressa em meu olhar,
Uma música em minha alma,
Perdida de toda a calma,
E eu sem a querer achar.

Dá-me beijos, dá-me tantos
Que, enleado nos teus encantos,
Preso nos abraços teus,
Eu não sinta a própria vida,
Nem minha alma, ave perdida
No azul-amor dos teus céus.

Não descanso, não projecto
Nada certo, sempre inquieto
Quando te não beijo, amor,
Por te beijar, e se beijo
Por não me encher o desejo
Nem o meu beijo melhor.
(Fernando Pessoa)

Saudades.
De onde vem este sentimento
Que de uma hora para outra
Nos arrebate

Será que vem
Pela falta de algo
Ou pela perda
Ou talvez pela distância?

Sinto saudades

Saudades
De um amigo
Que conheci há um tempo
E que muito me cativou

Sei que és atarefado
Com compromissos, trabalho
Afazeres, com seu lar
Mas sempre o tenho comigo

Este amigo não imaginas
O quanto me alegra
Quando me liga
Quando me escreve
Quando conversamos

Saudades
De um amigo
Que mesmo não conhecendo pessoalmente
Muito me acalenta

Saudades
De suas ligações, mesmo quando não o ligo
De suas cartas, mesmo quando não o escrevo
De suas conversas, mesmo que eu não fale

Saudades
Que faz aumentar meu carinho
Meu afeto por ti

Saudades
Que aumentam minhas preces
Minhas orações a Deus
Por este amigo

São saudades
O que me fazem ver
Quão importante
És para mim.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira.
Em que hei de pensar?

É amo"R"!

É,o amor é amizade
É respeito e sinceridade
É a saudade que sufoca
É um beijo inesquecível
É algo que nos trás alívio
É um abraço que conforta.

É a lágrima que rola pelo rosto
É o carinho que sentimos um pelo outro
É a música que emociona
É o pensamento que sempre questiona
É algo que o coração nunca abandona.

“Ah! dá nojo ver o mundo
Pensar tão pouco profundo”.

(escrito em 15.11.1908), In Poesia 1902-1917)

Quer pouco: terás tudo.
Quer nada: serás livre.
O mesmo amor que tenham
Por nós, quer-nos, oprime-nos.

Fernando Pessoa

Nota: Heterônimo Ricardo Reis.

DESILUSÃO

Menina,
a desilusão
é uma mina
de emoção.

Não qualquer emoção,
mas a noção do qual ser
que pretendemos ser!

Menina,
a desilusão
é uma mina
de verdade.

Não qualquer verdade,
mas a veracidade
da idade do ser!

Menina,
a desilusão
é uma mina
de bênção.

Não de qualquer bênção,
mas da ação do bem,
bem no coração!

Menina,
a desilusão
é uma mina
de paz.

Não de qualquer paz,
mas do viver veraz,
porque verás!

Menina,
a desilusão
é uma mina,
de emoção,
de verdade,
de bênção,
de paz.

Menina,
Des-iludiu-se?
Que emoção!
Terás a noção do ser,
do teu ser!

Menina,
Des-iludiu-se?
Que verdade!
Terás a veracidade,
a idade do ser,
do teu ser!

Menina,
Des-iludiu-se?
Que bênção!
Terás a ação do bem,
bem no coração do ser,
do teu ser!

Menina,
Des-iludiu-se?
Que paz!
Terás o viver veraz,
verás como o Ser,
serás o ser!

"Tem gente que é só passar pela gente
que a gente fica contente…
Tem gente que sente o que a gente sente
e passa isto docemente…
Tem gente que vive como a gente vive .
Tem gente que fala e nos olha na face.
Tem gente que cala e nos faz olhar…
Toda essa gente que convive com a gente,
leva da gente o que a gente tem
e passa a ser gente dentro da gente.
Um pedaço da gente em outro alguém."

(Fernando Sabino)

O que é o que é?
Se te visito, não me quer.
Mas sem mim não vale a pena.
Quando perto não me tens.
Mas quando longe, entro em cena.
Quem sou eu?
--
R: A SAUDADE

Passei por ti sem que te visse
Vi-te depois de ti não ver
O lembrar traz à superfície
O que o olhar deixa perder.

DÁ-ME A VERDADE:dou-te a vida.
A vida esquece como a água PASSA,
E é coisa morta a coisa que é esquecida.
Dá-me a verdade!
Como o que nunca foi, a vida esvoaça.

Ter o que é certo nas incertas mãos!
Saber bem o que nunca pode ser!
Tudo isto nos faz ermos e irmãos
No nada que nós somos.
Dá-me poder sentir, saber querer!

Instante inútil entre ser e estar,
Momento vácuo entre sonhar ou não,
Tudo isto pode ser e não ficar.
Dá-me a verdade!
Mas deixa-me a mentira ao coração!

(Fernando Pessoa)

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