Logo ali na Proxima Esquina
Peixes, logo vi, regente Netuno, ah Netuno, cuidado com as ilusões mocinha, profundas e enganosas como o mar que é teu elemento.
Não se pode dizer para a primavera: tomara que chegue logo e dure bastante.
Pode-se apenas dizer: venha, me abençoe com sua esperança, e fique o máximo de tempo que puder.
Triste mesmo é a gente nem saber que o fim ainda nem começou e que perdemos a pessoa amada logo no começo.
Entre os selvagens, os fracos de corpo ou mente são logo eliminados; e os sobreviventes geralmente exibem um vigoroso estado de saúde. Nós civilizados, por nosso lado, fazemos o melhor que podemos para deter o processo de eliminação: construímos asilos para os imbecis, aleijados e doentes... Assim os membros fracos da sociedade civilizada propagam a sua espécie. Ninguém que tenha observado a criação de animais domésticos porá em dúvida que isso deve ser altamente prejudicial à raça humana...
Vou logo deixando claro, eu gosto mesmo é quando você me chama por um apelido carinhoso. Vou logo deixando claro, eu gosto é quando você me abraça por trás e prendendo meus braços, retruca: vai amor, tenta se soltar. Vou logo deixando claro, eu gosto é quando você me senta em seu colo, dá um beijo em meu pescoço, faz aquele carinho gostoso - que deixarei bem claro- só você sabe fazer. Vou logo deixando claro, eu gosto é quando nossos lábios se encontram, e se beijam deliciosamente como no nosso primeiro encontro. Vou logo deixando claro, sou uma louca e eterna apaixonada por você.
Eu olho para trás e você ainda é aquele ali, parado na esquina, sorrindo meio desengonçado, esperando que eu abra o portão. Esperando que eu te abrace e depois te beije, e que te diga que sua camisa não combina com sua calça. Eu olho para trás e você ainda é o meninão que ri das minhas piadas, que passa a tarde inteira jogando cartas com minha avó enquanto eu faço as unhas, que sabe que odeio que mexam no meu pé (e que sempre o faz para me ver ficar brava). Eu olho para trás e você ainda é o homem que me faz mais mulher, que me arrepia o pêlo, que balbucia meu nome com fervor, que me segura pela cintura e aperta forte meu corpo contra o seu. Eu olho para trás e você ainda é o amigo que me ouve, o único que me conhece por inteiro, de alma, que conhece cada centímetro de mim. Conhece todas minhas manias, todos os meus sorrisos, todos os meus olhares. Eu olho para trás e você ainda é o confidente que sabe meus segredos, meus medos, meus crimes, meus sonhos.
Mas quando eu olho para trás, você está, atrás. E cada vez mais atrás, e diminuindo, e indo embora. E se tornando mais uma lembrança do que uma presença, mais uma foto no mural do que uma ida à praia, mais uma página do diário (algumas páginas) do que um filme no fim da tarde. Uma paixão que veio, fez tormenta, tirou o sono, fez o teto cair e o chão fugir. Devastador. Mas que resolveu partir, assim, sem mais nem menos, como quem não quer nada. Foi-se com a chegada do inverno. Eu olho para trás e vejo um amor de verão, um sonho bom, uma lembrança terna.
E de repente, bum! É hora de olhar para frente, e ver que a vida está acontecendo, e que há alguém pra se olhar. E eu olho para frente e despeço-me de outra vida, sorrindo com alegria e abrindo meu coração com emoção para a brisa de primavera que traz outra vida, outras emoções, outros contos, que traz mais prosa e poesia, e que traz meu amor.
É a repetição de afirmações que leva à crença. E uma vez que a crença torna-se uma convicção profunda, as coisas começam a acontecer.
A amizade é a coisa mais difícil do mundo de se explicar. Não é uma coisa que se aprende na escola. Mas, se você não aprendeu o significado da amizade, na verdade você não aprendeu nada.
Mas a bela juventude é como um sonho frágil, / que dura pouco: sobre a cabeça do homem / logo pende a funesta, a horrível velhice, / que o torna, ao mesmo tempo, disforme e desprezado, / envolve os olhos e a alma, destrói-os e ofusca-os.