Lobos
É de madrugada quente de verão...
Dorme a cidade, a vila, a aldeia
Dormem os lobos e o homem
Dormem as flores do meu jardim
Dormem as aves em cima da arvores
Dormem os peixes no fundo do mar
Dorme a minha alma cansada de dor
Dorme o meu coração protegido e quieto.!!
São mortos escondidos os lobos e as raposas...
Entre as giestas, sobreiros, estevas e estevinhas
Uivam os lobos cheios de fome..alcateias..
Perdidas nas grutas das serras e montes..
Andam os caçadores entre as fragas, giestas no monte...
A caça dos javalis que fazem a delicia dos caçadores....
Mata-se a fome bebe-se o vinho, dorme-se a sesta...
Uivam os lobos pelas serra e montes deste nosso Portugal..!!!
Nunca deixem que os lobos.
Roubem os vossos sonhos.
E que a escuridão apague luz.
Dentro de nós existem lobos.
Lobos bons ou maus.
Do ódio
Do amor
Prefiro andar pelos vales sombrios.
Com os lobos
Que em campos floridos.
De falsos cordeiros.
Existem noites em que apenas a lua uiva.
Os lobos ficam em silêncio.
Há muito tempo que convivemos.
No meio dos lobos e hienas
Em vestes de cordeiros.
Consomem toda nossa
Esperança
Liberdade
Há lobos que uivam dentro de nós
Num esforço brutal tentamos contê-los
Quando chegarem as noites chuvosas
Os dias escuros
Tente ouvir
Ouvir o pastor no meio dos lobos!
O MEDO
O que me conduz é o medo...
Os lobos uivam e os poetas
Colhem flores numa pedreira,
Os pensadores repousam
E meditam sobre trilhos,
Eu sei que do outro lado do rio,
Que sou eu mesmo,
Tem um dragão, uma fera um vulcão...
É o meu melhor lado,
Deste lado tem um sorriso,
Tem a sensualidade e a escuridão...
As vezes os lobos comem os poetas,
Mas as flores colorem penhascos
E os pensadores continuam suas meditações...
As vezes o trem dilaceram os pensadores
Mas os poetas escrevem e florescem a vida...
Deste lado tem um sorriso
Que não passa de um disfarçe
Tem a sensualidade,
Que não deixa de ser uma armadilha...
E tem a escuridão que nos tira a noção do perigo...
E o que me conduz é o medo...
Os lobos são caminhos de luz.
Nas serras, nos montes,
Quando estiveres perto dos lobos...
Uiva forte como eles.
Talvez te sintas como eles.
As estrelas atravessam galáxias.
As raposas desconhecem outro conceito.
Que não seja de astúcia, de brevidade.
As cobras rastejam e dão passagem.
Mudam de pele, por pedras e lameiros.
Tentam fugir de quem as perseguem.
Os mochos rasgando a escuridão macia.
Das noites eternas, de verão ou inverno.
Os corvos nascem em tempos remotos.
São oportunistas, espertos e egoístas
A vida é um destino que existe em cada gesto!
Corrida de salmão
Negar os desejos por medo de amar?
Jogando como lobos querendo ficar.
Cobrando da vida, qualquer razão aparente.
E nas correntezas frias, continuar a nadar.
Corrida de salmão em rio gelado.
De onde as corredeiras levam.
Enfrentas-te ursos famintos, instintos selvagens,
pensamentos sombrios.
Para no final, reproduzir.
Mas reproduzir o que? Se o que falta , é o vir chegar?
Mas, não contes que tu não existas?
Sois tão real, como o ar que acabas de inalar.
O que chamas, é a Chama do Amor. Frutos de um entender.
Homem, mulher, de conhecer-se sentido.
Barreiras transpuseram.
Qual a sorte? Como saber?
A não ser, quando voltares para foz do rio.
Para reproduzir -se entre ursos famintos,
cheios de desejos.
Parecido aos que unem dois corações apaixonados.
marcos fereS
... e nesse mundo tresloucado há muitos velhos lobos que se satisfazem nos harém dos lobos mais jovens...
..e por culpa da inércia das ovelhas, os cães uivam como se lobos fossem e deitam e rolam no rebanho...
"UIVAM NA ALDEIA"
Uivam os lobos, na serra, no monte,
Comem as ovelhas com, que matam a fome
Caçados sem dó nem piedade, abafados, fechados
No silencio da noite, ninguém sabe, ninguém viu
Uivam os lobos na serra, no monte, canta o galo
Em cima do telhado, maldito azarado, que chamou o dia
Frio e fresco, das aldeias perdidas com gente, saudade perdida
Morte sem vida, noites acordadas, noites mal dormidas
Casa velha de tábuas corridas, a cair aos pedaços
Com história, com alma, com sentimentos, com vida
Onde moram dois velhinhos queridos, amorosos
Que vivem em conjunto a mais de uma vida os meus queridos pais.
Lobos à escuta no escuro do tempo
iluminados por dentro aos olhos do mundo
pacientes, tolerantes da morte anunciada
purifica-nos o corpo, a mente, as palavras,
as emoções lançadas no mar do nosso sentimento
visitantes do mundo, lugar onde mora o coração
onde temos o dever de observar, crescer, amar
sofrer , sentir e esquecer manter sempre a porta
aberta sem medo da incerteza do nosso novo despertar.!
Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.
Violáceas as piscadelas da lua.
Cheia, clara, insinuante.
Todos os lobos uivam enquanto
as sutilezas do seu olhar
perfuram o meu fígado.
Viscosidades que lambem o desejo.
Sorrateiros entumescem bicos
e vidraças inexpugnáveis.
Tão perto,
tão longe.
Geladas inutilidades.
Te abraçar salvaria algumas
das minhas almas.
Seus beijos me mandariam para
o inferno.
Resta nada,
quase nada.
Um último tubo de ar
na profundidade do oceano
ocre.
Um derradeiro olhar
de soslaio
nas sombras
agigantadas pela lua.
Um último querer
escondido entre meu copo
e o impossível.
Meu muito obrigada pelas experiências vividas ao longo da vida, pelos lobos em pele de cordeiros, pelas tantas vezes que tive o coração despedaçado e os sonhos perdidos ou trocados por outros que eu não queria sonhar. A dor demorou para passar, mas o corpo regenera e o sucesso vem.
Os lobos deixaram de uivar..
nesta noite de nevoeiro...
onde os pássaros choram de amor
O cheiro do orvalho da manhã é mágico
brilha a chuva, magia da noite, muralha de pedra
Vento suave de uma brisa, fragas de fogo
flores que adoçam a alma, perfumes vibrantes
melodias soltas, mornas, palpitantes..
o dia morre na noite, eu nos teus braços.