Liberdade para Thomas Hobbes
"Gandhi tinha o maior respeito pelo cristianismo, por Cristo e pelo Evangelho. Seguindo seu caminho da satyagraha* acreditava seguir a Lei de Cristo. Seria difícil provar estar ele inteiramente enganado nessa crença ou que fosse ele, em qualquer grau, insincero.
Uma das grandes lições da vida de Ghandi é a seguinte: Ele, um indiano, descobriu, através das tradições espirituais do Ocidente, sua herança indiana e, com ela, seu reto pensar. Ora, na fidelidade à sua própria herança e ao seu sadio equilíbrio, pôde apontar aos homens do Ocidente e de todo o mundo um meio de recuperar o reto pensar dentro de sua própria tradição, manifestando, assim, o fato de que existem certos valores essenciais e indiscutíveis – religiosos, éticos, ascéticos, espirituais e filosóficos – sempre necessários ao homem e que, no passado, conseguiu ele adquirir.
Valores sem os quais não pode viver, valores atualmente em grande escala por ele perdidos, de modo que, sem preparação para enfrentar a vida de maneira plenamente humana, corre agora o risco de destruir-se completamente. Esses valores podem ser denominados “religião natural” ou “lei natural”, seja como for, o cristianismo admite sua existência, pelo menos como preâmbulos à fé e à graça, se não, por vezes, muito mais que isso (Rm 2, 14-15; At 17, 22-31).
Esses valores são universais e é difícil ver-se como possa haver alguma “catolicidade” (cath-holos significa “tudo abranger”) que, mesmo implicitamente, os exclua. Uma das marcas da catolicidade é precisamente a de que valores em toda parte naturais ao homem se realizem, no mais elevado nível, na Lei do Espírito e na caridade cristã. Uma 'caridade' que exclui esses valores não pode reivindicar para si o título de amor cristão."
(*Uma palavra fabricada por Gandhi. Sua raiz significa “apegar-se à verdade”)
Assim como uma lente concentra os raios do sol num pequenino foco de calor que pode atear fogo a uma folha seca ou a um pedaço de papel, assim o mistério de Cristo no Evangelho concentra os raios da luz de Deus e seu fogo num ponto que inflama o espírito do homem.
É mais seguro viver intensamente sabendo que pode perder do que viver na dúvida e morrer na expectativa.
"Quanto mais felizes nos sentimos com nossa pobreza, tanto mais perto estaremos de Deus, porque, então, aceitamos em paz nossa pobreza, nada esperando de nós próprios e tudo esperando de Deus."
Na liberdade da solidão, Thomas Merton
A verdadeira finalidade do ascetismo cristão, portanto, não é libertar a alma dos desejos e das necessidades do corpo, e sim colocar o homem todo numa completa submissão à vontade de Deus expressa nas exigências concretas da vida em toda a sua realidade existencial. Uma espiritualidade que apenas encerre o homem no isolamento de sua própria vontade e de seu próprio ego, fora do alcance de todas as exigências da carne, da história e do tempo, seria não só vã, mas também serviria, talvez, para confirmá-lo no mal daquela autonomia
espúria que é surda ao apelo da salvação e da obediência proclamado no Kérygma do Evangelho.” [a proclamação, o anúncio e a pregação do Reino, por Cristo, nos Evangelhos.)]
O fato é que vocês só agem pelo simples impulso de palavras, mas o impulso sentimental de vocês está mais podre que um cadáver.
Preferir o silêncio
"Se quiserem que as palavras ditas sobre Deus signifiquem algo, vibrem de zelo pela sua glória. Pois, se os ouvintes perceberem que falamos apenas para nosso próprio agrado, acusarão o nosso Deus de ser somente uma sombra. Se se ama a glória de Deus, é essa transcendência que se procurará, e é no silêncio que ela se encontra. Não procuremos, pois, conforto numa certeza de sermos bons. Saibamos somente que só Deus é santo, só Ele é bom.
Não é raro que o nosso silêncio e as nossas orações levem mais ao conhecimento de Deus, do que tudo que dissermos sobre Ele. O simples fato de querermos glorificar a Deus falando Dele não prova que o conseguiremos. Que importa, se Ele prefere o meu silêncio? Não ouviram dizer que o silêncio Lhe dá glória? "
Homem algum é uma ilha, Thomas Merton (Editora Agir), 1968, pág. 207
Linguagem esponsal
"Deus, nosso Criador e Salvador, deu-nos uma linguagem em que Ele pode ser anunciado, pois a fé nos vem pelo ouvido, e as nossas línguas são as chaves que abrem o céu aos outros. Mas, quando o Senhor vem como um Esposo, nada fica por dizer, exceto que Ele vem e que devemos ir ao seu encontro.
Saiamos, então, a encontrá-Lo na solidão. Aí nos comunicamos com Ele só, sem palavras, sem pensamentos discursivos, no silêncio de todo o nosso ser."
Homem algum é uma ilha, Thomas Merton (Editora Agir), 1968, pág.206
Às vezes o silêncio de uma pessoa é apenas um refúgio para o verdadeiro ser que existe oculto dentro dela.
SER EU MESMO
"O deserto foi criado simplesmente para ser o que é. É o lugar lógico de habitação para o homem que não procura outra coisa senão ser ele próprio - isto é, uma criatura solitária e pobre, dependendo unicamente de Deus, sem nenhum grande projeto que se interponha entre ele e seu Criador."
Na liberdade da solidão, Thomas Merton (Vozes, 2010), pág. 18
Os falsos mestres encobrem e colorem seus princípios perigosos e
almas-impostoras com discursos mui justos e pretensões plausíveis,
com conceitos elevados e expressões douradas. Muitos nestes dias são
enfeitiçados e enganados, isto é, iluminação, revelação, deificação,triplicidade flamejante, etc. Como prostitutas, pintam seus rostos,
cobrem e perfumam suas camas, para melhor seduzir e enganar as
almas simples (Gálatas 6:12; 2 Coríntios 11:13-15; Romanos 16:17-18;
Mateus 16:6, 11, 12; 7:15), assim, os falsos mestres colocarão uma
grande quantidade de pintura e enfeites sobre os seus mais perigosos
princípios e blasfêmias, para que possam melhor enganar e iludir as
pobres almas ignorantes. Eles sabem que o veneno adocicado desce
suavemente; eles embrulham suas perniciosas pípulas-de-matar-almas
em ouro.
A finalidade da Quaresma não é só expiação para satisfazer a justiça divina; é, sobretudo, uma preparação para nos alegrarmos em seu amor. E essa preparação consiste em receber o dom de sua misericórdia — dom que recebemos na medida em que lhe abrimos nosso coração, lançando fora o que não pode permanecer juntamente com a misericórdia.
Em suma, pode acontecer (ou não) que o que Deus pede de mim me faça parecer menos perfeito aos olhos de outros, e que isso poderá me privar de seu apoio, afeto ou respeito. Portanto, santificar-me pode significar a angústia de parecer um pecador, um pária, e, num sentido real, “sê-lo”. Isto pode significar um aparente conflito com certos critérios talvez mal compreendidos por mim, por outros ou por todos nós.
Sério...Educação é a maior coisa e mais importante da sua vida. Eu não disse diplomas, eu não estou falando sobre ir para escolas e conseguir diplomas.
Eu estou falando de conhecimento...Conhecimento é poder!