Lembre se que um dia eu te Amei

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Você vê coisas que existem e se pergunta por que? Eu imagino coisas que não existem e me pergunto por que não?

É verdade: eu sou uma mulher dura cercada de homens meigos.

Sim, eu vendo coisas às pessoas que elas não precisam. Não posso, no entanto, vender a elas algo que elas não queiram. Mesmo com propaganda. Mesmo se eu estivesse decidido a fazê-lo.

Por saúde, quero dizer a possibilidade de levar uma vida completa, adulta, viva, em que eu esteja em estado de respirar em comunhão com aquilo de que gosto.

Se tudo fosse permitido, eu me sentiria perdido num abismo de liberdade.

Eu só tenho realmente valor em certos momentos de exaltação.

Voa bem-te-vi,
enquanto o sol é promessa
e eu tenho as janelas.

ao pé da janela
dormimos no chão
eu e o luar

Sabedoria

Desde que tudo me cansa,
Comecei eu a viver.
Comecei a viver sem esperança...
E venha a morte quando
Deus quiser.

Dantes, ou muito ou pouco,
Sempre esperara:
Às vezes, tanto, que o meu sonho louco
Voava das estrelas à mais rara;
Outras, tão pouco,
Que ninguém mais com tal se conformara.

Hoje, é que nada espero.
Para quê, esperar?
Sei que já nada é meu senão se o não tiver;
Se quero, é só enquanto apenas quero;
Só de longe, e secreto, é que inda posso amar...
E venha a morte quando Deus quiser.

Mas, com isto, que têm as estrelas?
Continuam brilhando, altas e belas

José Régio
Poemas de Deus e do Diabo

«Diz-me o que lês e eu dir-te-ei quem és» é verdade; mas conhecer-te-ia melhor se me dissesses o que relês.

Se eu conhecesse alguma coisa que fosse útil à minha pátria, mas prejudicial à Europa, ou que fosse útil à Europa, mas prejudicial ao gênero humano, considerá-la-ia um crime.

Chuva cai lá fora
No batuque das goteiras.
Eu durmo tranqüilo.

Não quero saber em que língua a ópera será cantada - desde que seja em uma língua que eu não entenda

Se eu tivesse encontrado mais dificuldades na minha juventude, eu teria conhecido mais alegrias.

A Máquina do Mundo

E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco

se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas

lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,

a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.

Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável

pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar

toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.

Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera

e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,

convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas.

(Trecho de A Máquina do Mundo).

Entre as ruas, eu,
e em mim, eu em outras ruas,
sob a mesma noite.

Eu limpo meus óculos
mas vejo que me enganei.
É lua nublada.

Dez anos atrás eu rachava uma pedra de gelo ao meio com o jato do mijo. Hoje não empurro nem bola de naftalina.

Sem eu’s nunca existirá nós. O nós é feito de eu’s.

Eu me chamo Zé Limeira
De Lima, limão, limança
A estrada de São Bento
Bezerro de vaca mansa
Valha-me Nossa Senhora
Tão bombardeando a França!