Ledo Ivo poemas

Cerca de 710 poemas Ledo Ivo

Nada foi em vão
Para tudo há um proposito
Se disse que te amo
Esperava que me amasse,
mas se não acontece,
e se a recíproca cerce,
então o melhor é continuar,
não olhar para trás e seguir adiante,
como o sol radiante,
pois o passado não se apaga,
mas a memória se guarda.

Mentiras Religiosas e Políticas

Imagine uma religião e uma política honestas e sem mentiras... Conseguiu? Se não, é porque conhece a realidade. E se ainda assim continua religioso e submetendo-se ao que é imposto pela religião e pela política, você também é culpado, por omissão, alienação e conivência.

⁠sou o silêncio dos seus segredos
o medo da sua coragem
sou um pedaço da palavra adeus nunca pronunciada.
sou todas as voltas ocultadas nos seus desejos;
sou quase uma soma de nós. /i

⁠Receio ou medo?
Ao toque das mãos, se comprime, se esconde.
No olhar a aprovação do nada que fez.
Às vezes se pega desprotegida e fica natural, fica cândida, simplesmente uma menina.
Sem perceber, busca nos alheios um abraço, um carinho, talvez .Mais; busca, ainda, um colo, quem sabe perdido na infância.
Se soltasse as amarras, se o sorriso florescesse naturalmente, mais bela ficaria, se possível fosse ficar. Ivo Terra Mattos

⁠Te amo, menino.
Botou a mala nas costas e se foi
Nos bolsos, somente os bolsos
Na mente os planos valentes
Medo? Quantos!
Ficar seria concordar
Se acovardar, teria sido a morte
Misturei as lágrimas, me soltei dos meus abraços, abri as asas e saltei.
Não sei por quanto tempo
Nem sei por onde andei, de tanto que andei
Me ajudei e ajudei desconhecidos.
Apaguei as memórias e arrebentei os conceitos do poder das indiferenças nas diferenças
Onde e quando cheguei nem importa.
as cicatrizes se moldaram na pele e as rudezas das palavras arrancaram pedaços, mas não detiveram a restauração do meu destino. Ivo Terra Mattos

Quando, Muitos

Quando pobre morre
Muitos estão surdos
Quando Rico rouba
Muitos estão mudos
Quando professor fala
Muitos não ouvem
Quando o patrão manda
Muitos agradecem
Quando a mulher apanha
Muitos vão culpá-la
Quando o menino rouba
Muitos crucificam
Quando o cristão reza
Muitos não perdoam
Quando tiver Amor
Muitos terão Ódio
Quando a elite dorme
Muitos são pesadelos
Quando choro
Muitos riem
Quando Luto
Muitos Lutam
Quando enterram
Muitos florescem

Estalos Munidos dAGuera

Vai mísseis que verais no céu
Santificado seja o ódio nome
EUA é um falso reino
Bombardeia a vossa vontade
Tanto na terra quanto no céu
O projétil vosso de cada dia nos dai hoje
Atacar vossas diferenças
Assim como vão atacando
Pra que tudo seja oprimido
Não vos deixeis cair em Libertação
Nem livrai-nos do Mal

Ataquem!

Epigrama

Essa angústia em mim pairava
O Golpe que ressuscitava
Indignação é diferente de raiva
Gigante acordou até babava
É lá estava
Farsa montada estava
Meu sangue ferve feito lava
A democracia mal começava
Mas tanta gente odiava
Amarelinha tanto gol que se tomava
O craque que não jogava
Pro corrupto assassino ele votava
Pela tradição e família o deputado comprado falava
Aqui até a Liberdade é escrava

Somos Todos Coloridos

Dessa terra vermelha
Natureza que se espelha
Tons em raios fúlgidos
Somos todos Coloridos

Mais de 50 tons de cores
União de todas as flores
Terra adorada nascidos
Somos todos Coloridos

Luzes refletem fulmen prismático
Pele de encanto cromático
Corpos sagrados, floridos
Somos todos Coloridos

Brilho intenso, irradia o sol
Cabelo esculpido em caracol
De tantas maneiras, sortidos
Somos todos Coloridos

Caiçaras, Quilombolas, Xavantes
e Ribeirinhos. Semelhantes
Raizes aos cultos, Vívidos
Somos todos Coloridos

Atabaque e viola, batuqueiro
Samba de roda no terreiro
Ecoa bem aos ouvidos
Somos todos Coloridos

Rezas, Lendas por muitas crenças
Ajoelha ou bate cabeça, Há Benças
Risonhos e Límpidos
Somos todos Coloridos

Pigmentos misturado, Caboclo
Povo Divino, Que a Natureza mesclo
Olorum! somos agradecidos
Somos todos Coloridos ...

quando menino, já sabia da vida....
das dores dos grandes
quando homem, sentiu saudades das dores de quando era menino. (ivo)

Inserida por IvoMattos

Sou dessa terra distante .
Sou viajante errante.
Não tenho raizes; germino pelo vento e
cresço pelo sol.
Do tudo que sei, aprendi e ensinei
Sou de idas e de muitas voltas, quantas forem necessárias
As marcas das lutas travadas, silencio no meu coração.
Morro e renasço nas minhas saudades, tantas vezes for preciso.
Tudo que me sobrou, levo dentro da alma. Ivo

Inserida por IvoMattos

Luar

Fico a me perguntar
Em noites de luar
Teu olhar que faz a lua brilhar
Ou ela brilha por teu olhar?

Em verdade não posso afirmar
Mas desejo esse olhar
Desejo teu brilhar
E para sempre te amar

Inserida por ivom

⁠Se eu pudesse voltar.
foi se um tempo
um tempo que, já quase esquecido,
surge de repente, agora se apoiando em velhas lembranças;
rebusca a memória, força momentos que vem e vão como se fossem estrofe de um velha canção de ninar;
fecho os olhos e me vejo em lugares, cheio de rostos
conhecidos com perguntas que ficarão sem respostas.
o tempo se foi hoje. /i

Inserida por IvoMattos

⁠quanta expectativas:
o terno era sempre o mesmo. os sapatos, a camisa e a gravata também, mas que importância tinham estes detalhes?
era sábado e ia ter baile com orquestra. Isto sim, importava
e como importava.
//melhor esperar uma música lenta. logo a orquestra toca.
a expectativa, a espera de um olhar e o convite: -"vamos dançar?
a garota na frente, aqueles passos meio atrapalhados pela emoção ia seguindo os delas, enfim o contato. a musica quase não importava, desde que demorasse bastante . e aí, por um tempo, o mundo deixava de girar. mesclas de perfumes exalados dos corpos. palavras sem sentidos, ditas em silêncio. a pulsação dos corações que traiam as intenções.
amanhã, quando eu acordar, o perfume dela ainda vai estar comigo .
quanta saudade ./i

Inserida por IvoMattos

existiam tantas razões para voltar..

tantas pessoas para abraçar,

coisas para contar.

tinha até um futuro para viver..

com o tempo o caminho foi desaparecendo..

as longas ausências surgindo

os abraços desparecendo

ninguém para ouvir...

perguntas sem respostas

já não havia mais razões para voltar..

tinha tantas razões para ter ficado com você.(I

Inserida por IvoMattos

amores marcados, que fingem apagados

amores impossíveis de esquecimentos

ah, essas saudades de você !

saudades segredadas nos abraços furtivos

dos amantes eternos. (I

Inserida por IvoMattos

⁠Ninguém perguntava: "Onde mora essa tal de felicidade?"
Nosso aquecedor, no inverno, era a taipa do fogão à lenha.
Nossa banheira era a bacia coletiva. Os primeiros, por ordem de idade, aproveitavam a quentura e a limpeza da água, os mais jovens ficavam com o que sobrava na bacia.
Nossa manteiga era banha de porco com sal.
Nossas roupas de inverno, era constituída de: calção de elástico e camisa de flanela. No verão era só calção e camiseta "uma qualquer" de "qualquer tamanho e fosse de quem fosse sempre servia."
Sapatos: Não, não existia.
Cabelos penteados? Não a maioria tinha o corte "bodinho". Bom para pegar piolhos.
Mochila para a escola: Uma sacola de pano de saco de açúcar com alça. O guarda pó sempre manchado de azul, só ia, na volta vinha dentro da sacola.
Os cadernos e a cartilha "caminho suave", dormiam juntos.,
Os lápis, na sua maioria com a borracha já mastigadas, eram apontados à faca mesmo.
O Hino Nacional, "..das terras mais queridas".. o perfilhamento com distanciamento, as brincadeiras nas classes, as perguntas difíceis que as professoras faziam, principalmente as de matemática , cobriam a manhã. Na saída, sempre havia um "acerto de contas, claro, sem armas, somente no máximo com um: _quem for mais homem, cuspa aqui. e, vez ou outra, uma que dizia: fdp é leque leque se sua mãe......." mas no outro dia estava tudo bem, novamente.
A vida desviou os "caminhos suaves" da gente. Uns foram ficando por aí, outros pegaram outros caminhos, não tão suaves e se perderam, mas uma parte grande foi embora. Foi em busca de um "futuro melhor" e se esqueceram da infância, onde a felicidade, que não da bola para o futuro, permanecia sempre com as portas abertas, pedindo que aproveitássemos o tempo curto que temos. i/

Inserida por IvoMattos

⁠tivesse o mesmo tudo de você,
quem sabe, voltasse.
aquele cheiro da chuva misturada com a terra
vermelha.
talvez, quem sabe fosse mais.
aqueles abraços desejados, quase inexplicáveis
por excesso de tantos abraços para abraçar.
talvez nem fazia falta.
tivesse os mesmos excessos de tudo que era necessário,
talvez nem precisasse de tanto.
de tanto tempo, esquecendo como era comum
ser rico sem ter nada..
tive tudo de você, mas...fiquei sem tempo para voltar. /i

Inserida por IvoMattos

⁠era para ser somente um sonho.
era tudo uma brincadeira,
uma mentira qualquer...
onde mais e com quem mais a não ser com você?
mas a mente valente, dominou o coração inocente,
calou a saudade, soltou as correntes e nem olhou para trás; partiu!
quem ficou, ficou esperando sem acreditar que fosse de verdade, mas era quase tudo verdade, mesmo brincando de "brincadeira". /i

Inserida por IvoMattos

⁠(Já postado algumas vezes)
...e ⁠eu nem tive tempo de agradecer. Quem sabe um dia..
Em frente a pracinha, havia um cinema; Cine Rios.
Nos intervalos das "engraxadas' (eu era engraxate. Iniciante) eu ficava na porta no cinema e viajava naqueles painéis de fotos de "mocinhos e bandidos". Depois ficava esperando a matine de domingo, quando, então, aconteciam aquelas batalhas do "bom contra o mau". O "mocinho bom" sempre vencia. No fim do filme sempre tinha a continuação dos seriados intermináveis, que deixavam um suspense no final. Acho que era para a gente voltar no próximo domingo. Perto do cinema havia uma sorveteria . A mais linda do mundo. (Eu só conhecia aquela) Os sabores dos sorvetes eram homenageados nos painéis(desenhos) que ficavam expostos nas paredes. Eu viajava naqueles sabores. O meu preferido era o banana splits, mesmo não conhecendo o sabor. Gostava da imagem.
O dono da sorveteria classificava os meninos que podiam ou não entrar no recinto, lógico, pela aparência. Como eu era um dos que não podiam entrar, o negocio era ficar olhando pelo lado de fora e imaginando. E foi ali, naquela sorveteria, que um dia, um homem bom, usando botas e chapéu de boiadeiro, mandou que o homem ruim, servisse o melhor sorvete (aquele da foto que eu estava admirando banana split) para aquele menino que não podia entrar na sorveteria. O que foi feito sem relutar.
Do outro lado da pracinha, tinha um bar que vendia umas balas com figurinhas de jogador de futebol, com direito a ganhar uma bicicleta, desde que você preenchesse um álbum imenso. Ganhar aquela bicicleta era quase impossível. Mas foi assim, que um dia, com 8 anos, eu comprei o salário inteiro do meu pai em figurinhas, mesmo ele não tendo álbum de figurinhas e nem ter ganhado a bicicleta. /i Ivo Terra Mattos

Inserida por IvoMattos