Lar
Tenho rosas e flores artificiais em meu lar, não tão lindas quanto as originais, mas são belas e ao vê-las vejo nelas também grande beleza, simplesmente por me lembrarem do real. A beleza é assim, não é igual para todos, tampouco ou por vezes é real, mas existe para aqueles que a sabe enxergar.
ACOLHE-ME
Abre-me a porta do teu lar
Suspenso num tempo de encantar.
Ó lindo passarinho,
Dá-me a entrada estreita do teu ninho
E deixa-me deitar nesse maciinho,
Quentinho,
Tão fofinho,
Dos cobertores
Tecidos por ti, com amores,
Dos pedacitos das flores,
De ramos e das palhas multicores.
Acolhe-me, ó passarinho:
Estou a ficar já tão velhinho...
O meu lar é maior que o teu
Mas tão triste, como eu,
Ó passarinho.
E eu queria:
Será assim tanto mal,
Irmão passarito,
Passar contigo num grito,
O meu tão aflito natal?
(Carlos De Castro, In Há Um Livro Por Escrever, em 28-11-2022)
O LAR DO SOFÁ VELHO
Não chores meu velho
Como eu, a ficar a sê-lo.
Nunca pensaste como ainda penso,
Vá, pensa:
Porque o pensar é de graça,
Afinal o que nos resta.
Já não é a tua casa,
O teu cheiro
E os odores por ti criados
Naquela casita perto do mar
Onde gaivotas te iam beijar
Pela manhã, famintas,
Do teu dar
E abrigo procurar
Nas tardes fortes de tempestade.
O teu lar, agora, é o teu penar...
Outros cheiros,
Gentes que nem sempre gostam de ti,
Pelo que vi, senti e ouvi.
E então fugi, fugi dali
Tão amargurado.
Que triste, é do homem fado
Deixado num sofá velho
A tremer de medo,
Naquele cubículo sem afetos
Onde reinam os dejetos,
Muita fome amordaçada
E mais...
Aquele horrível pecado
De os não deixar morrer
Na sua velhinha cama.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 27-06-2023)
O progresso de um lar não está na glória do homem pensar muito, mas sim está na mulher que reflete a combinação de ideias do seu marido.
O sertão é agricultura
Chamada familiar,
Que abastece cada lar
Com um tanto de fartura.
O sertão se estrutura
Na sua pluralidade,
Onde a criatividade
Tem papel fundamental.
O sertão é genial,
É supimpa de verdade.
A sua casa é seu porto seguro, por isso não traga qualquer pessoa em seu lar. Existem pessoas que invejam o que você têm e não querem o seu bem.
Poema- Meu lar , meu mundo
Fui convidado para conhecer a terra do reggae, e então chorei ao ver a dura realidade, onde Gonçalves Dias sonhou com a liberdade, mas a tristeza se esconde em cada esquina o que dirá da minha princesa do sertão, onde nasci, hoje perdida em solidão. Sem autoridades que tragam amor, só sofrimento, um grito sem valor. crianças indo para as escolas em pau de arara, outras indo a pé, pegando poeira na estrada. Por que tanto sofrimento? A vida tão cara, flores que brotam em solo de dor e jornada. As casas de palha, as paredes de barro, reflexo de uma vida em meio ao desamparo. Na terra do bumba meu boi, onde o ritmo ecoa, mas a dor da miséria é que verdadeiramente ressoa. Caminhando com olhares que falam de dor, escolas em ruínas, sem amor nem valor. Futuro incerto, sonhos esmagados, Um grito silencioso em corações cansados. Olhei para aquela criança com olhos de mar, “Estou com muita fome”, me disse em súplica. O coração apertado não soube como agir, um clamor que ecoa e nunca se explica. se o comunismo ou socialismo é bom, o Maranhão vai te dizer! Um voto por um Bolsa Família que abrace, que traga dignidade e esperança ao lar. Que cada criança tenha um futuro que enlace, e que a fome se torne apenas um lugar. Na terra do reggae e dos versos de amor, é preciso um canto por justiça e verdade. Que as vozes se unam na luta que entoa, por um Maranhão livre da dor e da saudade. Assim sigo em frente com o olhar mais atento, carrego essas histórias no peito aflito. Com amor como escudo e esperança como vento, que leve as sementes de um futuro bonito.
ADAILSON PEREIRA SALES
Bom dia!
A diferença marcante entre lar e casa, é que casa pode ser um lindo castelo, um bonito prédio, um condomínio de luxo! Um sonho em absurdo numa construção se fazer, ou numa mansão tão bela e enquanto que em uma favela, pode se um lindo lar se ter, no lar se tem amizades, carinho e tantas bondades, pobreza não é padecer, no lar se tem um bom dia, mesmo que falte a comida, num lar o amor vem vencer...
(Zildo De Oliveira Barros)
