Karl Marx e a Juventude
Mas ela não tinha nada. Digo nada de especial que a fizesse ser diferente das demais moças que, solitária navegam passivas na suave brisa das madrugadas. Não! Olho-a e não consigo compreender essa singular criatura vestida de negro, pele alva e cabelos bagunçados. Todavia, estou a imemoriáveis minutos imersos na moça que como disse nada tem de especial.
Ela não me viu. Chegou como quem nada quer neste bar de boêmios e solitários homens de coração partido. Sentou. Pediu um Martini e desde então permanece na mais reclusa solidão. A moça que nada tem não quer nada além de sentir o doce gosto álcool.
Mas eu, por algum motivo ainda desconhecido permaneço a fitá-la. A moça solitária não ver ninguém, entretanto, todos a observam. Bonita? Não! Mas a algo nela que desperta abismo. Ela é um pulo no escuro de uma madrugada feita para bêbados e corações frustrados. A moça –aquela que nada quer- mexe comigo porque o seu silêncio me ofende. Deveria gritar, esbravejar, e sim, chorar porque seus olhos transmitem dor e solidão, mas não, permanece no mais íntimo silêncio porque aceitou a sentença que a vida lhe deu. Aceitou que o mundo vai agredi-la, por pura incompreensão. Por isso bebe.
Bebe, moça! Afoga tuas mágoas nesse Martini com gosto de lágrimas, decepções e amores rasos. Embriaga-te. Perde tua lucidez. Vira o que quiser, pois ao beber o mundo é seu. Tu poder tudo, moça! Tu tens a loucura dos bêbados. Tu és noite, álcool e silêncio.
Mas ela nada quer. Nada pede. Ela não fala, não chora, não ama. A moça levantou-se embriagando os bêbados com seu cheiro adocicado de flores e Martini. E foi-se. Fugiu para o mundo que amanhecia e que nada tinha a lhe oferecer.
Estou me afogando em águas negras e profundas! Meu corpo está cansado. Sinto frio. E tudo a minha volta é escuridão. Mas enquanto isso vejo a vida seguir para muitos, eles caminham, traçam seus objetivos, amam, sofrem e morrem, porque no final tudo é igual para todos. A morte é iminente. Porém, estou me afogando e sei que chegará o momento que não retornarei do fundo deste rio negro e espesso. Vou me tornar parte dele. Água, talvez. Pedra, quem sabe. Deixarei de ser humana e me tornarei negra como a noite que envolve minhas palavras, e ainda sim o mundo vai continuar sua caminhada. Todos a procura do bem ideal, mau sabendo que no final disso tudo só existe a morte. Vamos todos para o fundo do rio. Todos para a mesma escuridão."
RETICÊNCIAS .....
Quando você diz: EU SINTO MUITO ter te magoado
Você está tentando justificar seu erro ou pecado
Pois nem sempre o SINTO MUITO é necessário
E jamais terá o seu lugar
Se acompanhado não está
De arrependimento e misericórdia
E quando você diz: FOI SEM QUERER que feri você
Não acredite, pode crer,
VOCÊ não está sendo sincero
Pois o que você quer ou o que quero
Tem seu poder dentro de você e de mim
Por isso, o FOI SEM SEM QUERER, mesmo assim,
Pode ser coisa decidida e pensada
Precisa ser acompanhada
De arrependimento e perdão
E quando você afirma: "NUNCA/JAMAIS" quero saber de ti
Desconfie, pois por aqui
Ninguém tem palavra determinante para assim afirmar
O mundo suas voltas dá
E nestas Idas e vindas pra lá e pra cá
Ninguém deve jamais esquecer
Que amanhã é outro dia
E que tudo pode acontecer
Se você teima em dizer:"NÃO SINTO SAUDADE"
Está aí uma grande inverdade
Saudade faz parte de quem amou, viveu, se apaixonou
Ela está bem no fundo do baú do coração
Às vezes suas lembranças nos fazem sofrer, outras vezes não
Só não podemos achar que ela não exista e então,
Nos convençamos que ela solenemente
Acompanha a vida da gente
Quer queiramos ou não.
E por fim, quando você disser "EU AMO VOCÊ"
Lembre que amor é perdão, aceitação,
Não arde em ciúmes, tudo sofre, tudo espera, tudo crer,
Tudo suporta, tudo supera
Não fere, não magoa, não pisa, não se exaspera,
Não esmaga com palavras ou ação
Se isto acontece, amor não existe, é pura ilusão
Não é que o amor cubra defeitos, não é isso não
Porém jamais irá sobreviver
Pois a maior virtude entre o outro e você.
Não há como esconder, é o próprio AMOR.
EU E VOCÊ
Me perdi em meus pensamentos
E por um momento teimei em não querer pensar
Mas me deixei levar pelas lembranças
De tudo que contigo vivi, e descobri
Que apesar de toda dor e decepção que te causei
Ainda assim,
Percebi que valeu a pena sim
E enxerguei que o amor foi maior que a dor
Porque só o amor tudo supera,
Suporta, acredita,
Consegue sobreviver a tudo
Seguir em frente é necessário
Porque somos o que semeamos pela estrada
E não adianta nada remoer o que passou
Descobrimos que a linguagem do amor
É perdão, recomeço, aceitação
É virar pelo avesso se preciso for
Só não se pode é permitir que o amor
Bata asas e nos deixe
Assim vivamos cada dia a intensidade da vida a dois
Não se preocupando com o ontem ou com o depois,
Mas com o aqui e o agora com intensidade
Sem mentiras ou falsidades
Porque o amor é essência pura e bela
Por fim, o que importa é que sou teu e tu és minha
Amada, querida, sonhada, preterida, desejada,
Nos queremos, nos pertencemos,
Mesmo com tantas diferenças é verdade
Mas na realidade, somos o côncavo e o converso
Por esta e tantas realidades eu te peço
Não deixemos a chama apagar
Tudo é mais bonito se você comigo está,
Somos o complemento um para o outro assim
Porque o grande cerne de tudo é:
Que eu não vivo sem você e não há você sem mim
A mesma paixão que salvou o Fonny fez com que ele se encrencasse e fosse para a cadeia. Porque, veja bem, ele havia descoberto seu centro, seu próprio centro, dentro dele: e isso era visível. Ele não era o preto de ninguém. E isso é um crime na porra deste país livre.
Lembre-se: foi o amor que te trouxe aqui. E se você confiou no amor até agora, não entre em pânico agora. Confie até o fim.
Uma das coisas mais terríveis e misteriosas da vida é que um aviso só pode ser considerado em retrospecto: tarde demais.
