Janela
Quando seu corpo está quente
A janela completamente aberta
Este momento é tudo que tem
Nesta corrida da vida.
Quando você sente que o fogo
Está se aproximando de você
As flores na janela
Estão viçosas
Deveras
São regadas por lágrimas
Pelo choro da saudade
Debruçada sobre elas
É onde permaneço
Açoitada pelo vento
Perdida dentro do tempo
Absorta
À espera
Quiçá que tu voltes
Como uma brisa mansa
Despertando-me a aurora
No entanto
O tempo é implacável
Passa os dias
De mãos dadas
Com as noites
Embalando os meus sonhos
Fugidios e furtivos
Que levam-me a esperança
Enquanto o jardim
Segue florindo.
Não me deixa aqui com meus discos velhos, com meus filmes estúpidos, com a janela aberta, com a geladeira vazia, não me deixa aqui sem você. Pra onde for me leve. Me deixa ser o cobertor que irar cobrir seu corpo, me deixa ser a tua pulseira favorita, só não me deixe aqui.
Hoje eu abri a janela do meu quarto e vi o céu chorando, por mim, por você, por nós, ele lamentou o amor que acabou sem querer, culpou o destino, mas se recolheu para pensar sozinho, e o frio sol, que não ligou para tristeza do céu, saiu das nuvens e brilhou, e agora pergunto:
- cadê meu amor?
O OLHAR DA BRUXA
Nove horas da manhã, mesa do café, eu e Paula olhando através da janela o mar no seu constante vai e vem, enquanto soprava uma brisa maneira! Puxo conversa:
O mar nessa rotina de todo dia, onda vai, onda vem,deve ser chato pra caramba , todo dia a mesma coisa!
Não meu amor, me respondeu a Paula, não é rotina nem para o mar e nem para quem olha com olhos de maior compreensão! Cada vez que a marola quebra na praia, trás uma concha vazia, que através dos milênios vai se transformar em calcário pulverizado, renovando a areia, é uma criança que olha esse gigante em movimento enfrenta-o, apanha um baldinho com água, e registra em sua mente, como um grande fato, trazendo alegria ao seu mundo infantil, e que ali ficará guardada , e maneira subjetiva, algum dia esse pequeno gesto, será um incentivo no futuro para que ela enfrente algum problema! È a onda que recolhe as preces, ou pensamentos de alguém, e o devolve em forma de coragem, e de fé , é nessa aparente rotina que o mar renova essas mesmas areias, levando-as para outros praias distantes, e de lá traz outras que aqui serão depositadas, sem falar das energias salutares que o seu movimento traz, somadas a renovação do oxigênio na Terra, bem superior a que é causada pelas matas.....portanto Vidinha, não existe rotina em nada!
Diante dessa explanação, não ousei perguntar mais nada, e fiquei ali conjecturando sobre o jeito de olhar as coisas, que tem as mulheres, que em seu olhar de bruxas, pois bruxas o são , sempre enxergam uma razão extra física naquilo que veem! Engoli meu café, sem querer, pensando no que foi dito a mais de dois mil anos atrás, quando o Mestre bradou para quem ouvidos de ouvir tivesse: “Feliz daquele que crê, sem ver....
Odair Flores
Na janela, olhando a noite escura,
estou tão sozinha nesse instante...
Eu preciso de você, estou insegura
porque meu amor está tão distante!
Babhina
Eu me agarro na brisa da janela meio aberta
Me acalanto com o tanto de frescor que ela trás
Ah, se eu pudesse abrir a porta para o vento,
Ah, se eu tivesse tempo, para passear...
Tirar pedaço da nuvem que parece um algodão
Perder o traço do espaço que já está na minha mão
Embebedar-se com o orvalho que calmamente cai no chão
Pisar no chão que o carvalho forrou em transfiguração
E transformou em um colchão.
Que repousou o beija-flor em toda a sua inquietude
Que abrigou aquela flor para um romântico roubar
Que fez pisar aquela gente cheia de virtude
E fez sonhar aquele sonho que soube apaixonar
Ah, se eu pudesse deixar a brisa entrar e voar...
Ao acordar, desfrute do meu primeiro raio de sol que entra pela fresta da janela e deixe por um instante de pensar em toda correria que lhe aguarda durante o dia.
Vai se surpreender com tantas; quantas sensações e pensamentos diferentes podem lhe suceder.
JANELA E ALGUÉM
Alguém já escreveu que os olhos são a janela da alma.
Eu concordo com esta verdade
hoje eu acordei decidida a mudar
Passei a noite acordada
mais uma noite quente de outono maldita insônia
Maldito pesadelo
malditas ideias que me fazem questionar
as coisas que eu alguma vez
nunca quis questionar, deste mundo cada vez mais perverso, desumano e frio
Enfim resolvi reviver
os melhores momentos de nós os dois
dei-me conta de que já vivemos tantas coisas bonitas das coisas que já passámos
e por um instante dei-me conta a sorrir mesmo à gargalhada.
Janela do meu peito
Abro a janela do meu peito
e por ela vejo o amor chegar.
De mansinho e meio sem jeito,
avisa-me que é hora de amar.
Se achegue nobre sentimento,
a janela foi aberta para você.
Acompanharei seu crescimento,
nesse peito que está à sua mercê.
Por essa janela aberta você já entrou,
e um cantinho escolheu para ficar.
Não interessa por onde perambulou,
pois daqui, você nunca mais sairá.
Evolua, cresça e se torne visível,
não tenha medo de aparecer.
Mostre que tudo é possível,
basta o coração te conhecer.
A brisa da janela arrepia a pele de seda
Transforma em aquarela cada canto desse lugar
Bem que me dera eu para de observar
E ser só dela como as ondas são do mar.
Hoje exatamente às doze horas ou ao meio dia, apreciava através da janela de uma aeronave, o horizonte de um céu sem nuvens, tão claro e nítido que dava pra ver com exatidão toda aquela vastidão, o firmamento unido a imensidão do mar e cidades que cabiam na palma da minha mão. Inquieta a minha consciência meditava e refletia a grandiosidade da natureza divina versus a pequenez do homem mesquinho, egoísta e medíocre que mata ou morre por bens materiais.
Ali da janela externa, notei que andava bem mais
ausente, mas decerto presente, mais perto, interna,
terna e eterna somente na sua mente!
Guria da Poesia Gaúcha
Não consigo ver felicidade sem flores
e para isso a minha janela estará sempre aberta;
é inimaginável um mundo sem amores...
Acreditar na paz interna ainda é a coisa mais certa!
A moça da janela
A moça na janela
De longe observa
Sente saudades
Revê em pensamentos
A sua gente distante
Seu tempo de menina
Vestindo suas bonecas
Infernizando a tia
E se sentindo princesa
Da avó embevecida
A moça na janela
Sorri pra não chorar
Toda vez que ver no mar
A distância que a mantém
Dos entes do outro lado
A menina do Brasil
Daqui um dia partiu
E agora olha pela janela
Da sua própria alma
Seu corpo de mulher
Lá longe ela espera
A hora do reencontro
E deixa escapar uma lágrima
Por quem não vai rever
Mas por certo há de sentir
É o preço a pagar
A moça na janela
Que em outro lugar foi morar
Mas deixou aqui ficar
A menina do Brasil
(Nane-13/11/2014)