Já Entendi Você Românticos

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Um amor como o nosso está fadado a acabar. E eu já não tenho mais fôlego para soprar a fogueira.

"Quem já perdeu alguma coisa que tinha como garantida (algo que já me aconteceu muitas vezes), acaba por aprender que nada lhe pertence.

Essa vida viu Zé, pode ser boa que é uma coisa. Já chorei muito, já doeu muito esse coração. Mas agora tô, ó, tá vendo? De pedra.

Tati Bernardi

Nota: Trecho da crônica "Zelador".

Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se livrar dele, estava em desespero de amor.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Rosa Vermelha

Trago uma rosa vermelha
aberta dentro do peito
e já não sei se é comigo
se é contigo que me deito.

A minha rosa vermelha
mais parece uma romã
pois quando aberta de noite
não se fecha de manhã.

Trago uma rosa vermelha
na minha boca encarnada
quem me dera ser abelha
de tua boca fechada.

Trago uma rosa vermelha
não preciso de mais nada.

José Carlos Ary dos Santos

Nota: Composição de José Carlos Ary Dos Santos/Alain Oulman, voz de Amália Rodrigues

Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar.

Tudo dói, e eu já nem sei mais para onde ir nem o que fazer, se ao menos você me amasse um pouco, não estaria aqui e agora, neste bar, sozinho. Longe de você e de mim.

Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender agora: o jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Restos do carnaval.

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Não nascemos com expectativas já prontas acerca de como o mundo é, ou de como as coisas se comportam no mundo. O mundo é como é, e nós vamos experimentando isto pouco a pouco.

Um dia já não estaremos aqui para dizermos
que somos isto ou que somos aquilo.
Seremos apenas aquilo que disserem sobre nós,
ou o que lembrarem de nós - se lembrarem de nós...

'Mal pisei na balada já correram pra me avisar: “Se prepare, ele está aí, e não está sozinho.''

Velho cego, choravas quando a tua vida
era boa, e tinhas em teus olhos o sol:
mas se tens já o silêncio, o que é que tu esperas,
o que é que esperas, cego, que esperas da dor?

No teu canto pareces um menino que nascera
sem pés para a terra e sem olhos para o mar
como os das bestas que por dentro da noite cega
- sem dia ou crepúsculo - se cansam de esperar.

Porque se conheces o caminho que leva
em dois ou três minutos até à vida nova,
velho cego, que esperas, que podes esperar?

Mantra

Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá
Para dar amor...

Amor dará e receberá
Do ar, pulmão
Da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão
Do tempo espiral...

Amor dará e receberá
Do braço, mão
Da boca, vogal
Amor dará e receberá
Da morte
O seu dia natal...

Hei de seguir eternamente a estrada
Que há tanto tempo venho já seguindo
Sem me importar com a noite que vem vindo
Como uma pavorosa alma penada.

Sem fé na redenção, sem crença em nada
Fugitivo que a dor vem perseguindo
Busco eu também a paz onde, sorrindo
Será também minha alma uma alvorada.

Onde é ela? Talvez nem mesmo exista…
Ninguém sabe onde fica… Certo, dista
Muitas e muitas léguas de caminho…

Não importa. O que importa é ir em fora
Pela ilusão de procurar a aurora
Sofrendo a dor de caminhar sozinho.

Estou dentro dos grandes sonhos da noite: pois o agora-já é de noite. E canto a passagem do tempo: sou ainda a rainha dos medas e dos persas e sou também a minha lenta evolução que se lança como uma ponte levadiça em um futuro cujas névoas leitosas já respiro hoje. Minha aura é mistério de vida. Eu me ultrapasso abdicando de mim e então sou o mundo: sigo a voz do mundo, eu mesma de súbito com voz única.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Porque só oramos por nosso semelhante
Depois que ele já se foi.

Foi numa dessas manhãs sem sol que percebi o quanto já estava dentro do que não suspeitava.

Já chorei muito, já doeu muito esse coração. Mas agora tô, ó, tá vendo? De pedra.

Tati Bernardi

Nota: Trecho da crônica "Zelador".

Já pensou se eu tivesse decidido ficar em casa naquele dia, ou se você tivesse ido pra outro lugar. Já pensou se eu escolhesse outro caminho e você não pudesse me perceber. Já pensou se não tivéssemos nos conhecido?

Você já teve algum sonho que parecia ser real, e quando vai acordar, você só quer ficar na cama, mentindo com os olhos fechados para se prender a isso?