Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza đ
E o que eu sinto Ă© o tal do amor. Aquele surrado, mal-falado, desacreditado e raro amor, que eu achava que nĂŁo existia mais. Pois existe. E arrebata, atropela, derruba, o violento surto de felicidade causado pelo simples vislumbre do teu rosto.
Amor perdido ainda Ă© amor, Eddie. Ele assume uma outra forma, sĂł isso. VocĂȘ nĂŁo pode vĂȘ-lo sorrir, nĂŁo pode lhe trazer o jantar, nĂŁo lhe faz cafunĂ© nem rodopia com ele pelo salĂŁo. Mas quando esses prazeres enfraquecem, um outro toma o seu lugar. A lembrança. A lembrança se torna sua parceira. VocĂȘ a alimenta. VocĂȘ a segura. VocĂȘ dança com ela. A vida tem de acabar â disse ela. â O amor, nĂŁo.
O reencontro do meu amor
Andava vagando
Pra sucumbir meu vazio,
Carregando nuvens de pensamentos,
Algumas claras como algodĂŁo
Outras escuras de tormento,
Quando me deparei com vocĂȘ,
Eterna musa dos meus olhos,
Reconheci todo esse encanto de ser.
NĂŁo acreditava no que via,
Apenas sentia meu coração responder,
Ă ela mesma, ele dizia,
A mesma que nos deixou um dia,
Que naquela outra vida,
Jurou que jamais nos esqueceria,
E que voltarĂamos a nos encontrar um dia.
Não dei razão ao coração
E segui minha jornada,
O coração ficou murcho, desprezado,
Choroso, dolorido.
ApĂłs dias de caminhada
NĂŁo mais sentia a dor,
Ri dele por ser tĂŁo inocente,
E acreditar nessas coisas de amor.
Quando nĂŁo mais que derrepente,
Olhei para trĂĄs e vi,
Estava ali parada Ă minha frente,
O motivo da ausĂȘncia da dor.
Era ela novamente,
Que seguira minhas passadas,
Veio até mim e falou:
Sou eu mesma meu amor,
Aquela que em outra vida jurou
Que nunca te esqueceria,
Que novamente te encontraria.
Vim dessa vez para ficar,
Nunca mais irei embora,
Seja para onde for,
SĂł irei com vocĂȘ agora.
Meu coração ficou choroso novamente
E derramou-me lĂĄgrimas nos olhos,
Mas dessa vez era diferente,
NĂŁo eram lĂĄgrimas de partida,
Eram lĂĄgrimas de vida.
Abracei-a forte,
Senti que nĂŁo era um sonho,
Sua imagem nunca saĂra dos meus olhos,
Nem as lembranças do meu pensamento,
Tampouco o amor do meu coração.
Era ela realmente,
Havia cumprido o que jurou,
DaĂ pra frente,
A solidĂŁo me deixou.
Continuarei seguindo a estrada,
Porém agora de mãos dadas,
Com o meu eterno amor.
Amor platĂŽnico Ă© tĂŁo engraçado. VocĂȘ ama o outro mesmo sabendo que aquilo Ă© quase impossĂvel, mas Ă© nesse âquaseâ que vocĂȘ sonha todas as noites.
A chuva? NĂŁo dĂłi, molha.
O amor? NĂŁo se vĂȘ, se sente.
Amizade? NĂŁo se compra, conquistamos.
E vocĂȘ? NĂŁo se esquece, guardo no meu coração!
- Sinto sua falta.
- Então sinta minha falta. E me mande amor e luz toda vez que pensar em mim. Depois esqueça. Não vai durar pra sempre, nada dura.
Dormir com alguĂ©m Ă© a intimidade maior. NĂŁo Ă© fazer amor. Dormir, isso que Ă© Ăntimo. Um homem dorme nos braços de mulher e sua alma se transfere de vez. Nunca mais ele encontra suas interioridades
Fizeram a gente acreditar
Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, sĂł acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. NĂŁo contaram pra nĂłs que amor nĂŁo Ă© acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nĂłs Ă© a metade de uma laranja, e que a vida sĂł ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não contaram que jå nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradåvel.
Fizeram a gente acreditar numa fĂłrmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava.
NĂŁo nos contaram que isso tem nome: anulação. Que sĂł sendo indivĂduos com personalidade prĂłpria Ă© que poderemos ter uma relação saudĂĄvel.
Fizeram a gente acreditar que casamento Ă© obrigatĂłrio e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiåveis, e que sempre haverå um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que sĂł hĂĄ uma fĂłrmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estĂŁo condenados Ă marginalidade. NĂŁo nos contaram que estas fĂłrmulas dĂŁo errado, frustram as pessoas, sĂŁo alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, tambĂ©m nĂŁo contaram que ninguĂ©m vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aĂ, quando vocĂȘ estiver muito apaixonado por vocĂȘ mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar
Nota: Adaptação de trecho da crĂŽnica "Sacanagem" de Martha Medeiros. Por vezes o texto Ă© atribuĂdo, de forma errĂŽnea, a John Lennon.
...MaisSobre o amor
FĂĄcil de acontecer, difĂcil Ă© descrever.
Amar Ă© sentir sem querer, Ă© querer sem perceber.
Fulgaz ou duradouro, nĂŁo importa o tempo, o que vale Ă© o sentimento.
Que o eterno seja pra sempre, mesmo que seja breve.
Sobre o amor Ă© tudo que nĂŁo sei, daquilo que jĂĄ sei.
O amor não me compete, eu quero é destilar as emoçÔes...
Ser solteiro nĂŁo significa que vocĂȘ nĂŁo sabe sobre amor... Significa que vocĂȘ sabe o suficiente, para nĂŁo perder o seu tempo com qualquer pessoa.
Apenas
Era amor, era aconchego,
era vontade de ficar junto,
era calma, o sossego
de um sonho sonhado.
Trocas de carĂcias,
eternas juras
que se estiolaram
no tempo corrido
da vida em comum.
Onde se escondeu
a antiga paixĂŁo,
onde ficou perdido
tanto amor?
Como duas pessoas
que se amaram
sĂŁo, agora, apenas amigos?
Onde ficaram as carĂcias, o sexo?
SĂŁo dois unidos,
pensando em ser um,
seguindo independentes
suas vidas isoladas
que nĂŁo mais se tocam
como antes.
Juntos, vivem tĂŁo separados
como se longe estivessem.
SĂŁo vidas a parte
que se relacionam
sem serem um par.
Apenas tentam cumprir
a promessa feita no altar
de ficarem juntos
até que a morte os separe.
Amor? Ă como quando vocĂȘ vĂȘ a nĂ©voa de manhĂŁ,
quando vocĂȘ acorda antes do sol nascer.
Ă como um breve instante que depois desaparece.
Apenas isso, o amor é uma névoa que queima com a primeira luz de realidade.
