Improvisar

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Na história da humanidade (e dos animais também) aqueles que aprenderam a colaborar e improvisar foram os que prevaleceram.

"Às vezes parecia
Que era só improvisar
E o mundo então seria
Um livro aberto..."

Tudo na vida pode ser escrito se você tiver a coragem de fazê-lo e a imaginação para improvisar. O pior inimigo da criatividade é a insegurança.

Improvisar, adaptar, superar.
(Charmaine Diyoza)

The 100

Nota: Frase de um lema do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.

Por outras palavras, estamos condenados a improvisar.
Somos como atores que são mandados para cena sem ter um papel, um guia ou um ponto que nos possa sussurrar aquilo que devemos fazer. Nós próprios temos de escolher
como queremos viver. O homem está condenado a
ser livre porque quando é posto no mundo é responsável por tudo o que faz.

Às vezes parecia que era só improvisar que o mundo seria um livro aberto.

Quando achamos que entendemos as coisas, o universo nos surpreende. Então temos que improvisar. Encontramos a felicidade em lugares inesperados. Voltamos às coisas que mais nos importam. O universo é esquisito. Às vezes, dá um jeito de garantir que estejamos exatamente onde devemos estar.”

Vamos lá mano
começar a improvisar
mostrar a este povo
que também sabes rimar.

A ação. A imaginação. A concentração. A descoberta muscular. A descontração muscular. O estado interior de criação. O objetivo. O subjetivo. O jogo. O foco. O Eu!

Um convite. Uma proposta. Uma oportunidade. Uma iniciativa. Uma tentativa.... Eu aceito!

Ter capacidade de improviso é fundamental, improvisar como regra é imprudência

Quando as coisa dão erradas você pode sempre improvisar!!!😉

Dança nesta vida.
É sem coreografia,
tens que improvisar.
Ouve as notas no ar.
Levanta-te, se cais.
Não é um teste. Sim vai encenado,
é um ato único, sem provas.
Veste seu vestido mais bonito,
um pouco de maquiagem, os sapatos,
teu sorriso e dança... Dança e continua a dançar.

Vive melhor quem aprendeu a improvisar, diante das peças inesperadas, no teatro da vida.

Improvisar as vezes cai muito bem.
Improvise e seja surpreendida!

Apaixone-se pela vida todos os dias, ainda que alguns dias seja necessário improvisar algum sonho. Só por um dia!

Eu não tenho o dom de improvisar
Eu até rimo em poucos minutos
Eu sou poeta, escritor.
Só consigo pensar em silêncio profundo.⁠⁠

Olha para aqulio digo vou começar a improvisar,
minha rima é potente e tu não vais agüentar.
Fizeste de tudo para me meter em baixo seu traste,
quiseste vir com merdas e mais uma vez falhaste.

O ato gratuito

Muitas vezes o que me salvou foi improvisar um ato gratuito. Ato gratuito, se tem causas, são desconhecidas. E se tem consequências, são imprevisíveis.
O ato gratuito é o oposto da luta pela vida e na vida. Ele é o oposto da nossa corrida pelo dinheiro, pelo trabalho, pelo amor, pelos prazeres, pelos táxis e ônibus, pela nossa vida diária enfim – que esta é toda paga, isto é, tem o seu preço.
Uma tarde dessas, de céu puramente azul e pequenas nuvens branquíssimas, estava eu escrevendo à máquina – quando alguma coisa em mim aconteceu.
Era o profundo cansaço da luta.
E percebi que estava sedenta. Uma sede de liberdade me acordaria. Eu estava simplesmente exausta de morar num apartamento. Estava exausta de tirar ideias de mim mesma. Estava exausta do barulho da máquina de escrever. Então a sede estranha e profunda me apareceu. Eu precisava – precisava com urgência – de um ato de liberdade: do ato que é por si só. Um ato que manifestasse fora de mim o que eu secretamente era. E necessitava de um ato pelo qual eu não precisava pagar. Não digo pagar com dinheiro mas sim, de um modo mais amplo, pagar o alto preço que custa viver.
Então minha própria sede guiou-me. Eram 2 horas da tarde de verão. Interrompi meu trabalho, mudei rapidamente de roupa, desci, tomei um táxi que passava e disse ao chofer: vamos ao Jardim Botânico. "Que rua?", perguntou ele. "O senhor não está entendendo", expliquei-lhe, "não quero ir ao bairro e sim ao Jardim do bairro." Não sei por que olhou-me um instante com atenção.
Deixei abertas as vidraças do carro, que corria muito, e eu já começara minha liberdade deixando que um vento fortíssimo me desalinhasse os cabelos e me batesse no rosto grato de olhos entrefechados de felicidade.
Eu ia ao Jardim Botânico para quê? Só para olhar. Só para ver. Só para sentir. Só para viver. Saltei do táxi e atravessei os largos portões. A sombra logo me acolheu. Fiquei parada. Lá a vida verde era larga. Eu não via ali nenhuma avareza: tudo se dava por inteiro ao vento, no ar, à vida, tudo se erguia em direção ao céu. E mais: dava também o seu mistério.
O mistério me rodeava. Olhei arbustos frágeis recém-plantados. Olhei uma árvores de tronco nodoso e escuro, tão largo que me seria impossível abraçá-lo. Por dentro dessa madeira de rocha, através de raízes pesadas e duras como garras - como é que corria a seiva, essa coisa quase intangível e que é vida? Havia seiva em tudo como há sangue em nosso corpo.
De propósito não vou descrever o que vi: cada pessoa tem que descobrir sozinha. Apenas lembrarei que havia sombras oscilantes, secretas. De passagem falarei de leve na liberdade dos pássaros. E na minha liberdade. Mas é só. O resto era o verde úmido subindo em mim pelas minhas raízes incógnitas. Eu andava, andava. Às vezes parava. Já me afastara muito do portão de entrada, não o via mais, pois entrara em tantas alamedas. Eu sentia um medo bom – como um estremecimento apenas perceptível de alma - um medo bom de talvez estar perdida e nunca mais, porém nunca mais! achar a porta de saída.
Havia naquela alameda um chafariz de onde a água corria sem parar. Era uma cara de pedra e de sua boca jorrava a água. Bebi. Molhei-me toda. Sem me incomodar: esse exagero estava de acordo com a abundância do Jardim.
O chão estava às vezes coberto de bolinhas de aroeira, daquelas que caem em abundância nas calçadas da nossa infância e que pisávamos, não sei por quê, com enorme prazer. Repeti então o esmagamento das bolinhas e de novo senti o misterioso gosto bom.
Estava com um cansaço benfazejo, era hora de voltar, o sol já estava mais fraco.
Voltarei num dia de muita chuva – só para ver o gotejante jardim submerso.

Nota: peço licença para pedir à pessoa que tão bondosamente traduz meus textos em braile para os cegos que não traduza este. Não quero ferir os olhos que não veem.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

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