Horizonte
Solilóquio
Num lampejo de ascese
ascendo à virtude
em meio à turba imbecilizada.
Na lunação
torno-me lépido
virtuoso
lúbrico.
Na turbamulta iniciada
(um) laivo imbecil protesta
o axioma irrefutável.
Na lucerna que eclode no horizonte
a utópica cura para a sarjeta
que se perfaz.
Ignoto sentido
imune a palavras
sem glórias ou decoro.
Carecente!
O AMOR, AQUELE AMOR QUE ...
Sonhamos desde sempre com o grande amor de nossas vidas.
Depois de agraciados, aos poucos deixamos escorregar por entre os dedos a dadivosa oportunidade...
Às vezes aos pingos, outras vezes de roldão, permitimos que as nuvens da felicidade se dispersem no distante horizonte.
É quando nuvens negras de ressentimento empanam os sentimentos sinceros.
O choro copioso da chuva de arrependimento avoluma a correnteza da saudade, desaguando nos bueiros da dor, nos córregos da tristeza tardia. E no mar das desilusões, o destino final.
(Juares de Marcos Jardim)
A felicidade é uma ilha na qual queremos atracar. Então construímos nossos barcos no afã de poder pisar as areias mais desejadas. Mas quando estamos por chegar mais perto, a ilha desaparece e o barco naufraga. É quando pensamos que teria sido melhor ficar em terra contemplando o horizonte intocável, na alegria angustiante de imaginar o inconcebível.
Quando eu realmente percebo a falta de horizontes dentro da mente e da alma humana, o meu vulcão se transforma em iceberg, e sai a navegar por aí...
"Quão bom é ter alguém,que nos fomenta a continuar e nunca à desistir;que nos traga paz,lealdade!
Que seja um eterno amante do horizonte sem olhar pra trás e sem à ânsia de enxergar o seu fim..."
Que os ventos me levem,
para terras distantes, que eu possa voar
sobre árvores frondosas, estradas.
rios e igarapés; Que eu consiga ir além
dos meus sonhos, ultrapassando os
limites das linhas do horizonte,
só pra te encontrar, sorrir e
amorosamente te abraçar.
Todos os entes têm futuro. Mas vincular o próprio ao alheio, às vezes é (con)sentir a troca de horizontes por limites.
Pato selvagem:
Era uma vez um bando de patos selvagens que voava nas alturas. Lá de cima se via muito longe, campos verdes, lagos azuis, montanhas misteriosas e os pores de sol eram maravilhosos. Mas voar nas alturas era cansativo. Ao final do dia os patos estavam exaustos.
Aconteceu que um dos patos, quando voava nas alturas, olhou para baixo e viu um pequeno sítio, casinha com chaminé, vacas, cavalos, galinhas… e um bando de patos deitados debaixo de uma árvore.
Como pareciam felizes! Não precisavam trabalhar. Havia milho em abundância.
O pato selvagem, cansado, teve inveja deles. Disse adeus aos companheiros, baixou seu voo e juntou-se aos patos domésticos.
Ah! Como era boa a vida, sem precisar fazer força. Ele gostou, fez amizades. O tempo passou. Primavera, verão, outono, inverno…
Chegou de novo o tempo da migração dos patos selvagens. E eles passavam grasnando, nas alturas…
De repente o pato que fora selvagem começou a sentir uma dor no seu coração, uma saudade daquele mundo selvagem e belo, as coisas que ele via e não via mais: os campos, os lagos, as montanhas, os pores de sol. Aqui em baixo a vida era fácil, mas os horizontes eram tão curtos! Só se via perto!
E a dor foi crescendo no seu peito até que não aguentou mais. Resolveu voltar a juntar-se aos patos selvagens. Abriu suas asas, bateu-as com força, como nos velhos tempos. Ele queria voar! Mas caiu e quase quebrou o pescoço. Estava pesado demais para o voo. Havia engordado com a boa vida… E assim passou o resto de sua vida, gordo e pesado, olhando para os céus, com nostalgia das alturas…
(Ostra feliz não faz pérola)
(...) “E mesmo se a esmo esvoaçar a minha voz, numa dimensão, ainda sem direção... Meus passos em lapsos remanescerão, com passadas descompassadas, mas que apesar de pesadas andam apressadas por ansiar passar onde a mente não possa pisar, mas os pedaços do passado ainda pairam no ar e me levam sempre a pensar nas perdas e pedras que no caminho ei de enfrentar, contudo, continuo confuso e cansado por insistir em caminhar, porém, já realizado por ainda desejar, encontrar uma sombra que no horizonte vivo a procurar”.
Coração
O que tem sido de você, meu velho companheiro, os batimentos quase imperceptíveis, sujeito de parcos sentimentos, sumido no horizonte arrítmico transcendendo em razão.
Não adianta, duas pessoas podem estar olhando na mesma direção e mesmo assim contemplarem coisas diferente. E até podem estar contemplando a mesma coisa, mas darem ênfase a coisas diferentes. Alguns olham o horizonte e se encantam com a beleza do sol, seus raios de luz a tocar suavemente as nuvens ao seu redor. Outros olham o mesmo horizonte e tudo que conseguem ver são as nuvens obscuras que se aproximam do sol para esconder seu brilho. Tudo é uma questão de perspectiva. Hoje você pode contemplar o horizonte e ver o sol radiante, e amanhã, ao contemplar o mesmo horizonte, pode enxergar apenas as nuvens negras que se aproximam. Procure enxergar tudo do melhor ângulo possível.
Lembro-me da minha mãe fumando seu cigarro sentada próxima a janela, olhar distante, perdida em pensamentos, imersa em um mundo secreto, lembro-me de observa-la e procurar no horizonte o que prendia a atenção de seus olhos, lembro-me da voz de Roberto de fundo se fazendo presente, lembro-me de querer compreender aquele silencio que emanava dela, lembro-me que seu silencio me deixava irrequieta. Hoje olhei para ela novamente e consegui vê aquela mesma mulher de 15 anos atrás, vi em seu rosto as marcas deixadas pelo tempo, vi o mesmo olhar distante, em sua cadeira próxima a janela, a voz de Roberto ainda presente, era como voltar ao tempo à diferença é que a olhei e vi que ela não estava ali por obrigação ou arrependimento, mas somente perdida em memórias de um tempo além da janela.
Certo dia, eu escrevi que para se estar aqui é preciso ir a outros lugares, buscar novos horizontes para não se frustar com poente sol cotidiano que a vista de cá me apresenta. Cansado do joguetes pueris dessa gente tão descolada, resta-me ir para poder ficar, esquecer de sonhos desejados, das noites em claro, dos lábios tocados, do frio arrepio que sua presença causa ao meu corpo. Extasiado com o medo da partida, nem adeus procurei dar, aos poucos você perceberá a doce ausência da minha presença em seu dia a dia, até lá terei caminhado pelos meus pensamentos, redesenhando os caminhos que só me levavam a você, embaralhando mais o confuso sentimento que me liga a você. Terei que suportar a estranha sensação de saber que você está nos braços de outrem, acalentando os desejos de moços esguios, prematuros, rasos, como quase tudo em sua vida. Quando der falta de mim, poderei não mais encontrar as velhas estradas que me levava diretamente a você. Meu velho e cansado corpo buscará aconchego em outros bares, outras esquinas, em outros copos de cerveja. No entanto, sei que conservarei o antigo desejo de compartilhar novamente com você os cigarros no meio da madrugada e o indireto beijo negado será mais uma vez partilhado sob a névoa da nicotina. Meus dedos tocarão os seus, meus olhos procurarão os seus e o fogo que incendiava meu peito novamente será aceso. Mas eu já não serei mais aquele, você não me reconhecerá, porém eu sempre serei seu.
E quando seu pior inimigo é a sua imaginação? A gente passa a sentir o que não se sente e tudo vira de cabeça pra baixo, do avesso. Tenho aversão a esse descontrole, a essa situação. Quem me dera poder passar incólume aos dias frios de inverno e lançar-me aos sonhos quentes de verão. Sem pensar, sem revirar-me, sem ter a certeza de que não dará em nada. Voar baixo nos assegura uma queda menos dolorosa, mas descobri que não tenho medo de altura e por isso sonho cada vez mais alto, porém ainda nutro o medo de cair. A única vantagem nisso tudo é a linha do horizonte infinito... que me distraí e faz-me voltar a imaginar.
O caminho que você julga
ser o certo, pode ser o certo
só pra você... Não imponha
a sua opinião a ninguém,
como sendo a única opção
correta a se seguir...
Cada qual, com a sua estrada...
A mesma estrada que abre o
horizonte pra um, pode ser sem saída
para outro.
Estrada sinuosa
Ser barro pisado p'ra vida ser.
A beira da fonte escondido dos Céus ao Pé do gigante.
Imponente viveste no tempo antes passado..
Tempo que te resta, conhecido e esperado, não aceita.
A sublime mão do destino te apresentou a jovem, que aos teus pés debruçou.
Com suavidade te abraçou e, da vida, te deu vida - fez raiz.
Teu equilibrado - sustento.
Hoje vives a olhar o horizonte imberbe, acolhido e suportado, amor da natural vida.
Viva à "Gameleira" que de ti também faz vida.
Em teus ombros sustenta a Luz que do horizonte te embeleza.
De tuas rasas raizes corre a seiva da vida, em direção ao mar.
Nascente, num filete, rio se transforma.
Essa sinuosa vida, do Barro vida se faz.....
Quem acolhe quem.
A Gameleira ao coqueiro ou, o coqueiro te faz, ainda Gameleira.
Ivan Madeira
A procura.
Deus me enviou para esta vida para encontrar meu grande amor, pois eu me encontrava muito triste, no paraíso. Cruzei mares. Cruzei rios. Subi montanhas. Cheguei até a linha do horizonte, dali fui por estradas, muitas estradas desconhecidas, enfrentando chuvas, sol, frio. Eu não media distâncias para encontrar a mulher amada. Sempre em busca de um sonho e de uma esperança, de encontrá-la. Aquele anjo azul, distante, a beira da estrada, que cada vez que eu me aproximava ia para mais longe, era uma miragem, fantasia de minha imaginação. Atravessei desertos tentando alcançar esta miragem, hoje já cansado e sem forças, resolvi escrever estas palavras simples, mas que poderão alcançá-la. Encontro-me aqui a sua espera.
Eu sou uma evolução constante.
De pensamentos, palavras e ações.
O hoje não é o ontem e, nem de perto, o amanhã.
A passos largos sigo o meu caminho, olhando sempre o horizonte onde se encontra a minha felicidade.
Sou a própria vida!
As vezes as pessoas constroem
muros tão altos que nem elas
próprias conseguem transpô-lo.
Agindo assim anulam a visão do
seu horizonte.
Esquecemos que há pessoas por
detrás destas muralhas que
querem o nosso bem.
Será que vale à pena tanto
esforço para o isolamento?
Muros alicerçados no orgulho
e no egocentrismo.
E se depois resolvermos remover
esta muralha e houver apenas
deserto de sentimentos e cactos
para abraçar.
O que diremos aos nossos corações?
E nossas almas não tendo mais com
quem acalentarem-se, pois nossos
obstáculos afugentaram a todos.
Construir defesas até vale à pena,
Mas, exagerá-las, poderemos estar
colocando-nos em nossa própria
masmorra repleta de solidão.
Entre viver a hipotética era da exteriorização existencial e sem precedentes, antes há um mundo formado por estímulos, alimentando uma alma viajante, que permeia o horizonte. Existe um diálogo interno nato a ser resgatado
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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