Hoje a Felicidade Bate em minha Porta
Minha voz é tão pequena
quanto o canto triste
do Sabiá-Laranjeira,
centelha sobrenatural que
flameja e que traz
na beira do rio do destino
uma verdade tão feroz
que beira o desatino.
Igual a flor do Ipê-amarelo
levada pelo vento,
este peito se assemelha,
sagra-se o amor em paciência
para o quê é preciso ser dito.
Não por vontade nossa,
o suor do meu povo sofrido
pode vir a armar tropas
e aumentar o derramamento
do sangue do povo palestino.
Eu me recuso que isso seja
realidade e se for verdade
que seja desistida a maldade
no meu Brasil que é minha
Pátria de solo e sangue
porque tal dissabor não
pode vir jamais a ser permitido.
Cultura Popular
A Cultura Popular
da minha Nação
não nasceu ontem,
A Cultura Popular
por último nasceu
na televisão,
A Cultura Popular
nasceu com os olhos
voltados para o Céu,
com pureza no coração
e com os pés descalços no chão.
Siriri
A tua voz macia
na toada do Siriri,
Na minha mente
está gravada
e ando dançando
até debaixo da chuva
me preparando
para a próxima vez
que a gente se encontrar
e em mim você vai notar
que o amor chegou para ficar.
Cururu
Balançando a minha saia
dançando o Cururu,
Você percebeu que não
sou para o bico de qualquer um,
Você não me troca por
outra na vida de jeito nenhum.
Peão Pobre
Do meu Mate
esculpo um Peão Pobre
na minha Cuia,
Porque pobre mesmo
é achar que ser peão é ser pobre,
Na verdade ser peão
é ser um nobre que sabe ser livre.
Ciranda
Da Zaranda que virou Ciranda
lembro-me da primeira
dança da minha infância
que enraizou-me na terra
de tal maneira que virei poeta
que cirandeia com as letras
enquanto as pega emprestadas
com a Lua enquanto escuta
e canta as cirandas de Lia
protagonizando a interminável
com toda a possível Poesia.
Pode cair o mundo,
a minha cabeça
jamais eu mudo,
A minha Cuia é
amor absoluto
que sempre
tem que ser feita
com Porongo,
Pode vir com ouro
que eu recuso,
A Cuia de Porongo
é o meu verdadeiro luxo.
Esta bonita Cuia Gaúcha
é a minha confessora
que ouve o meu coração
sobre a sua existência sedutora.
Minha árvore nacional
se chama Pau-Brasil
que tem o meu inefável
lado mais emocional
e apegada a este chão
que tem minh'alma, corpo
e coração e que por ele
aconteça o quê aconteça
jamais abrirei mão,
é ele que me sustenta
com total inspiração.
Na minha cidade de Rodeio
cercada por montanhas verdes,
Deslumbro-me com o contraste
celestial das flores do tempo
com o Pau-Brasil em florescimento,
Agradeço ao Universo pela beleza
do Médio Vale do Itajaí dotado
de abundante encantamento
que reforça todo o pertencimento.
A minha Cuia de Vidro
na janela refletindo
o Sol campeiro
deste dia lindo,
Quero você por perto
como o meu mais
belo compromisso.
Ibirapirangas florescidas
nesta tarde chuvosa
se parecem com
a minha parte manhosa
que sente muito
por ainda não ter conseguido
saber como e onde
você se encontra
e se ainda me mantém
como chama de amor
viva no seu peito fulgoroso
como o seu maior
bem e patrimônio amoroso.
A minha imagem
com a Cuia Coquinho
na mão jamais sairá
do seu coração,
Sou feita de amor
e completa paixão.
Primícia flórea de Ibirapitangas
neste Médio Vale do Itajaí
em especial por aqui
na minha cidade de Rodeio
enfeitada pelo sereno e o silêncio
deste amanhecer amoroso
pairando poético no meu peito.
A minha poesia é o meu
cavalo infinito que levo longe
sempre que for preciso,
seja para as festas do Espírito Santo
ou a de São Benedito,
O importante é continuar indo;
Porque meu folguedo de vida
imparável é continuar
de Cavalhada em Cavalhada
interminável até conseguir
fazer que muita seja acordada
e vir comigo com o seu cavalo
de Cavalhada em Cavalhada
se apaixonando a cada dia
de uma maneira diferente
pelas belezas da nossa Pátria.
Ibirapitanga florescida
de amor assim sou,
De ti minha Pátria
amada jamais vou,
Parte de ti minha
Pátria amada eu sou,
Nesta tarde plena
de tudo e muito mais
assumo que sou
e serei aquela que
feliz ou triste
sempre te amou,
e a mão jamais abrirá.
Se eu desaparecer
a minha poesia
continuará existindo,
Se a minha poesia
desaparecer eu
continuarei prosseguindo,
Não comecei a escrever
poesia do dia para noite,
Nasci e me criei poetisa
da minha própria vida
e não para nenhum outro
destino que não venha
espontâneo a meu encontro.
Orabutãs florescidos
enfeitam a minha tarde
enquanto me preparo
por dentro para receber
amor de verdade
e viver com intensidade.
Um Orabutã mágico florescido
nesta manhã acompanha
a minha lembrança de outrora,
O quê importa é somente o agora
em preparação ao amor que virá.
Olhos nos olhos
de Sul a Sul,
Você com a mão
na minha cintura
e nós dois no ritmo
do Chamamé
do nosso destino
nos deixando levar
pelo nosso amor bonito.