As histórias engraçadas encantam porque misturam fantasia, humor e aprendizado de um jeito leve e envolvente. Elas despertam a curiosidade, reforçam a autoestima e mostram que errar, tentar e rir de si mesmo também faz parte do crescer. Ótimas para ler junto, brincar e se emocionar com alegria.
O cachorro que pensava ser um gato

Na casa da família Silva vivia Totó, um filhote de labrador dourado, fofo e desajeitado. Mas Totó achava que era... um gato!
Desde bebezinho, cresceu cercado por três felinos: Mingau, o preguiçoso; Fofinho, o comilão; e Princesa, a limpinha. Totó fazia tudo igual a eles.
Tentava se lamber — e acabava molhado e com pelos na boca.
— Acho que sou um gato meio esquisito... — pensava ele.
Via os gatos pulando nas prateleiras. Tentava também:
BOING! CRASH! PLOFT! TILILIM!
Totó voava, caía, derrubava tudo!
Um dia, Dona Silva trouxe uma caixa de areia novinha. Totó espiou, curioso.
— Agora sim vou mostrar que sou um gato de verdade!
Quando ninguém viu...
PLOFT! VROOOOSH!
Areia pra todo lado!
À noite, no parque dos cachorros, Totó viu cães de todos os tipos. Um vira-lata chamado Rex chegou:
— Ei, quer brincar?
Totó respondeu sério:
— Sou um gato. Faço miau.
Mas só saiu desajeitado: “mi-au-au!”
Rex caiu na gargalhada:
— Você? Olha seu reflexo ali!
Totó se olhou: focinho grande, patas enormes...
— Eu sou um cachorro?!
—Claro! E ser cachorro é o máximo! — disse Rex.
Naquele dia, Totó aprendeu a latir, correr, cavar e brincar sem medo. E adorou!
Em casa, parou de pular em prateleiras e nunca mais tentou usar a caixa de areia. Dormia na caminha, latia feliz e ainda amava seus amigos gatos.
E quando encontrava outro cão, dizia com orgulho:
— Cresci achando que era um gato... e tudo bem! O importante é ser feliz do jeitinho que a gente é!
Os espirro malucos da vovó

Na casa da Nina, tudo era normal. Até a vovó começar a espirrar.
Mas não era espirro comum, não.
Era tipo um trovão com purpurina.
— ATCHIMPLÉÉÉÉ! — tremia a geladeira.
— ATCHUM-TCHÁÁÁ! — as cortinas voavam como fantasmas.
— ATCHINFLA-BRÁÁÁ! — o gato Fubá se jogava atrás do sofá e só saía depois de duas rações.
— Vó, você tá gripada? — perguntou Nina.
— Que nada, querida! Só tô espirrando alegria acumulada.
A mãe tentou chás, banhos, e até um ritual com meia no pescoço. O pai instalou travesseiros nas prateleiras. O irmão foi morar na casa da tia.
Mas a vovó? Ela sorria e dizia:
— Cada espirro é uma gargalhada que saiu pelo nariz!
Até que, num domingo, vovó fez só um espirrinho tímido:
— atchu...
E parou.
— Parou? — perguntou Nina, desconfiada.
— Parou. Meu espirro fugiu de mim — disse a vovó, triste, fazendo uma carinha de pastel sem recheio.
Na segunda-feira, todo mundo sentiu falta dos ATCHINSPOW.
Foi quando Nina teve uma ideia.
Chegou bem perto da vovó, fez cócegas no nariz dela com uma pena de galinha...
E...
— ATCHIM-BOROGODÓÓÓ!
A vovó sorriu. O gato correu. E a casa tremeu de alegria outra vez.
Desde então, toda manhã, Nina faz cócegas na vovó. Não pra curar. Só pra rir.
O peixinho fora d’água

Bolhas era um peixinho azul com manchas prateadas e olhos curiosos. Enquanto os outros peixes brincavam entre os corais, ele só pensava no que havia além da superfície brilhante do mar.
— Lá em cima só tem ar e problema! — dizia Dona Escama, toda rabugenta. — Peixe nasceu pra viver na água!
Mas Bolhas queria descobrir por si mesmo. Um dia, achou uma máscara de mergulho caída no mar e teve uma ideia: "E se eu criasse um capacete cheio de água para visitar a terra?"
Durante dias, nadou recolhendo tampas, plásticos e uma bombinha de brinquedo — coisas jogadas no mar pelos humanos.
— Pelo menos posso transformar esse lixo em algo útil! — pensou.
Depois de muito trabalho e algumas trapalhadas (inclusive um vazamento de bolhas por dois dias), ele criou seu traje aquático: uma garrafa com água do mar, tubos coloridos e ar circulando.
Ao amanhecer, Bolhas foi até a praia, colocou o capacete e...
GLUB! FUNCIONOU!
A areia parecia feita de estrelas, o céu era um mar azul sem fim, e as palmeiras dançavam como algas ao vento.
— Sou o primeiro peixe astronauta! — disse ele, mesmo que só saísse "glub-glub-glub" no capacete.
Logo, apareceu um caranguejo espantado. Depois, vieram tartarugas, gaivotas e mais caranguejos. Todos riram, surpresos com o peixinho maluco de capacete.
— Mas cuidado — alertou uma tartaruga sábia. — A terra é legal, mas o seu lugar é o mar.
Quando a água no capacete começou a esquentar, Bolhas sabia que era hora de voltar. Deixou pegadas de nadadeira na areia e mergulhou feliz no oceano.
No recife, todos estavam preocupados.
— Onde você estava?! — gritaram.
Ele contou tudo. No começo, ninguém acreditou. Mas ao verem o capacete e ouvirem suas histórias, ficaram encantados.
— Eu quero ir!
— E eu!
— Me ajuda a fazer um capacete?
Assim nasceu o Clube de Exploradores Subaquáticos, com Bolhas como presidente. Até Dona Escama quis experimentar — só para “provar que não era grande coisa”.
E sempre que alguém dizia que peixe não pode sair do mar, Bolhas sorria e dizia:
— Com água na cabeça, coragem no coração e imaginação... a gente pode ir a qualquer lugar!
O sapo que não sabia pular

Era uma vez um sapinho chamado Pepe que vivia num lago bem alegre. Ele tinha muitos amigos, mas um problema: não sabia pular!
Enquanto os outros sapos faziam "SPLASH!" de pedra em pedra, Pepe só conseguia cair de barriga. "PLOFT!" — e todo mundo ria.
Determinado, Pepe pediu ajuda à Juju, a campeã de saltos. Ela mostrou como fazer: dobrar as perninhas, cara de concentração e... pular!
Pepe tentou, tentou… mas: "PLOFT!" de novo.
Então, teve uma ideia: pular como outros animais! Tentou ser um canguru, um grilo, até uma pulga… Mas só se sujou de lama, pólen e levou mordidas de formiga.
Triste, sentou numa pedra e olhou seu reflexo na água. Percebeu sua barriga redondinha e pensou: "E se eu usasse isso?"
Inspirado, encheu o ar nas bochechas e... "BOIIING!"
Pepe quicou como uma bola de borracha! Pulou tão alto que viu até o topo das árvores!
Todos ficaram impressionados:
"É o Pepe Bola-Quicante!"
Desde então, Pepe virou professor de pulos. Ele não só aprendeu a pular, mas inventou um novo jeito de fazer isso.
E quando alguém perguntava o segredo, ele sorria e dizia:
"Cada um tem seu jeito. E o meu é bem divertido!"
A girafa com medo de altura

Na savana africana vivia Gigi, uma linda girafa com manchas como estrelas. Mas ela escondia um segredo: tinha medo de altura!
Sempre que olhava para baixo, suas pernas tremiam como gelatina.
"Por que nasci com esse pescoço tão comprido?" suspirava, desejando ser uma tartaruga ou um porco-espinho.
Mesmo com medo, Gigi ajudava os outros animais a pegar folhas no alto, sempre tremendo, gaguejando e quase dançando de nervoso.
Um dia, o filhote de leão, Leo, ficou preso no alto de uma árvore. Nenhum animal conseguia alcançá-lo, só Gigi.
Ela tentou se esconder, mas todos olharam para ela.
"Eu... tenho medo de altura!" confessou. Os animais ficaram chocados.
Mas o choro de Leo era tão triste que Gigi respirou fundo e decidiu tentar.
Tremendo, de olhos fechados, foi se aproximando da árvore.
"Mais pra esquerda!", guiava o elefante.
"Agora pra cima!"
Com muito cuidado, Gigi conseguiu alcançar Leo e trazê-lo de volta. Todos comemoraram, dançaram e chamaram Gigi de heroína.
Ela ainda tremia e disse baixinho:
"Eu ainda tenho medo..."
"E daí?" respondeu o macaco.
"Coragem é agir mesmo com medo. E você é a mais corajosa da savana!"
Desde então, Gigi continuou ajudando sempre que podia.
"Mas com os olhos fechados e alguém segurando a minha pata, por favor!", dizia rindo.
E assim nasceu seu apelido: Gigi Trememais Salvamais, a girafa mais corajosa, mesmo com medo!
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