Hércules
O importante é todo dia antes de dormir, a gente analisar o que fez, falou, pensou e melhorar no dia seguinte. Todos nós erramos. O que fazemos com isso é o que importa
O que eu penso, o que eu acredito, o que eu gosto, é o que me faz feliz... o que os outros pensam ou acham, a mim não diz nada, sou feliz assim. Tudo é efêmero, devemos sempre plantar e regar sementes sadias para que em outro plano possamos colher os frutos da verdadeira paz.
O tempo me ensinou a ouvir e selecionar palavras agradáveis e desagradáveis, umas silenciei outras ignorei. Também tive o cuidado de proteger meus tímpanos de certas asneiras que nada me acrescentava. Continuarei com a mesma indiferença, na certeza que vc logo, logo vai procurar um psiquiatra para curar sua logomania.
A força é um movimento fundamental, a inteligência é uma essência prioritária. E o amor? Nem Hércules e nem Newton seriam capazes de decifrar algo de beleza intuitiva e inerente aos seres vivos. Por isso, seja forte o suficiente, inteligente o necessário e ame sem limites.
"Mergulhar no Rio Aqueronte, aqui, é descer ao ventre da própria existência — onde a alma se despedaça para, enfim, se reconhecer na escuridão."
Depoimento do Abismo – Parte II
Às vezes penso se algum dia fui algo.
Um nome. Um corpo. Um gesto de humanidade.
Mas essas memórias, se existiram, apodreceram sob o peso das águas.
O tempo aqui não passa — ele apodrece.
É um tempo imóvel, estagnado, onde tudo que respira morre em silêncio.
O que resta são vestígios de pensamentos,
ecos de uma razão que tenta sobreviver ao esvaziamento de si mesma.
Pergunto-me: o que é a dor quando não há mais corpo?
E descubro que ela sobrevive mesmo assim,
porque a dor é anterior à carne —
ela é a lembrança do que fomos,
a cicatriz deixada pela ausência de sentido.
Aqui, a consciência não se extingue.
Ela se estilhaça,
se parte em fragmentos que flutuam sem direção,
como restos de naufrágio num mar sem horizonte.
Eu os observo, esses fragmentos.
E cada um carrega uma versão de mim que não reconheço.
O que sou agora é um silêncio que pensa.
Um vazio que filosofa sua própria forma.
Compreendo, enfim, que o verdadeiro castigo
não é o fogo, nem o tormento físico.
É o excesso de lucidez num lugar sem realidade.
É saber demais num espaço onde nada tem nome.
Aqui, a única certeza que tenho
é que nunca sairei.
Não por estar preso —
mas porque já não há um "eu" que possa partir.
O rio Aqueronte não aprisiona.
Ele dissolve.
Ele absorve o que resta da alma até que a alma se torne ele.
E eu… já não sei se sou aquele que caiu,
ou apenas mais uma corrente fria
a arrastar outros para o mesmo fim.
Devemos mergulhar em nós mesmos e enxergar a humanidade que habita nosso interior. Essa humanidade é feita de princípios sutis: amor, paz, bem-estar - e tantas outras essências que nos moldam. Nesse oceano de sentimentos entrelaçados, reconhecer-se como ser pensante é o primeiro passo.
É preciso lançar luz sobre os cantos escuros da alma, clarear pensamentos onde a terra ainda é árida.
Somos mundos inteiros por dentro. Explorar-se é como soltar um sonar no vazio e ouvir o eco dos próprios pensamentos.
E, quando algo incomodar, vá até lá com leveza, paciência e humildade - e apenas ouça, reflita.
Não deixe que elogios eleve o seu ego e nem que as críticas te rebaixe,independente de tudo seja quem você é , e não o que as circunstâncias fazem você ser.
