Haikai Verao

Brilho, estrela cai
feito colírio no olhar
- vira haikai

⁠Mente no presente —
Brisa leve e refrescante
balança os bambus

⁠aquele com a voz
que é difícil de ouvir
está procurando o verão

Alma lavada.
Cheiro de terra molhada
Chuva de verão.

Chuva a compor
A poesia
Dança na rua como bailarina.

Eu sozinho
Você também
Agora estamos juntos.

Eu, no retrato
não sou um.
Sou três por quatro.

O bolso vibra
O dedo tecla
e a conexão se estabelece...

Não existe gelo neste mundo
Capaz de nos fazer frio
Juntos nos esquentamos.

Eu apaixonado
Escrevia três linhas e ela passava
E eu hakai ia...

vingue as dores
quando tudo for pedra
atire flores

Sala vazia
Estica-se pelo chão
A luz do dia

Dois dedos de prosa
Um acidente
Palavras censuradas no tempo.

Olha amor... A lua
cheia de inveja do molejo
em nossas curvas.

Limpa a maquiagem
Uma imagem sem rascunho
Reflete no espelho

Você para mim
é tipo água
não vivo sem

Olhe para o céu...
Na linha do horizonte
Há novos caminhos

em um sorriso
numa troca de olhar
quero te amar

A Chuva termina
e a tarde também tem fim —
Flores cintilam

⁠Vi uma estrela cadente
e fiz um pedido:
— quero ser céu.