Os ventos do inverno
chegam por baixo da porta —
Esquento o café
velho engenhão
festa da natureza
ao som do paredão
a chuva sobe
a neve caí
mas continua o frio
a tempestade
junto com as nuvens
cobre a luz do Sol
não vejo o Sol
o céu não aparece
estou sozinho
mais um dia
de chuva e solidão
perdido estou
A lua minguante
Piscou por um instante
Se encheu de sol
Breves folhas secas,
maduras, quase a cair —
Caminho do templo
verter poesia
é, em certa medida,
uma forma de terapia.
- A quintessência:
Aonde fui me meter?
Fito o éter...
não há dia
melhor que hoje
não adia
a moça está triste
por que em seu coração
o amor já não existe
as folhas colorem o jardim
verdes roxas e vermelhas
depois amarelam
dentes de leão
que sobrevoam a imensidão
pelo céu azul da estação
Tucano colorido
como o crepúsculo
Tão lindo quanto
Belchior citou
que o novo sempre vem
Espero também...
Felicidade —
nem sempre plenitude.
Às vezes, ilusão.
pintassilgo!
o céu pinta consigo
a cor da manhã.
Noite de silêncio
uma moça na janela
contempla a neblina
tarde de outono
o cãozinho esparrama
folhas na varanda