Ha mil Razoes para Nao Amar uma Pessoa

Nada há de humilhante - desde que se seja honesto - em ganharmos a vida trabalhando.

Todas as tendências egoístas que há nos homens, o culto de si próprios e o desprezo pelos outros, têm origem na organização atual das relações entre os homens e as mulheres.

Num Estado, isto é, numa sociedade onde há leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer-se o que se deve querer e em não estar obrigado a fazer o que não se deve querer.

É tão fácil o prometer, e tão difícil o cumprir, que há bem poucas pessoas que cumpram as suas promessas.

Há algo maior que o poder que se chama justiça.

Há homens para nada, muitos para pouco, alguns para muito, nenhum para tudo.

Há verdades que é mais perigoso publicar do que foi difícil descobrir.

há qualquer coisa no ar
além dos aviões
da Panair...

Enquanto houver vida, há esperança.

Há quem creia ser um grande escritor porque todos o lêem; e há quem creia ser um grande escritor porque ninguém o lê.

Há imensas pessoas que confundem a imaginação com a memória.

Há virtudes que só se podem exercer quando se é rico.

Desprezos há, e de pessoas tais, que honram muito os desprezados.

Há muitas vezes mais orgulho do que piedade quando lamentamos as desgraças dos nossos inimigos.

Há mulheres com quem fazemos amor, outras com quem falamos.

Há os livros que antes de lidos já estão lidos. Há os que se lêem todos e ficam logo lidos todos. E há os que nos regateiam a leitura e que pedimos humildemente que se deixem ler todos e não deixam e vão largando uma parte de si pelas gerações e jamais se deixam ler de uma vez para sempre.

Há grandeza mais verdadeira numa boa ação do que num bom poema ou numa grande vitória.

Há séculos em que a opinião pública é a pior das opiniões.

Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis, que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens, palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição

Entre nós e as palavras,surdamente,
As mãos e as paredes de Elsenor

E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis À boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além da azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar.

Infelizmente só posso comprar o que está à venda, senão há muito tempo que teria comprado um pouco de felicidade.