Ha mil Razoes para Nao Amar uma Pessoa
O Encantamento
A princípio, ele pensou que ela fosse Ariadne — uma ninfa perdida entre os mitos e as constelações. Pensou que sua mente fosse um milagre oculto dos deuses, uma peça rara entre os destroços do caos. Via nela o brilho do improvável, como se cada gesto carregasse um segredo antigo.
Mas com o passar dos dias, ela foi se revelando... comum.
Pessoa binária — presa na contemplação medíocre entre o sim e o não, entre o bem e o mal. Uma alma regida por manuais. Uma mulher como tantas.
E ainda assim, ele a desejava.
Não por aquilo que ela era, mas por aquilo que ele imaginava que poderia ser, se ela aceitasse se lançar com ele ao vazio. Ele queria a vertigem. Queria sair do chão com ela, voar — não sobre nuvens, mas sobre abismos. Queria perder-se e, no fundo da queda, encontrá-la.
Ele era um homem subterrâneo.
Habitava no silêncio, na contramão do tempo. Carregava na alma uma solidão antiga, quase mineral. Tinha feito do abismo seu ateliê, seu altar e sua casa. E nela enxergava a possibilidade de dança, de salvação, de ruína bela.
Queria levá-la para esse mundo, onde a arte não tem preço e os gestos não pedem permissão. Queria que ela ouvisse o som da vertigem, o canto obscuro que move os artistas quando amam.
Mas ela tinha sonhos —
Sonhos com raízes, não com asas.
Queria se casar, ter filhos, construir uma casa com varanda e cortinas. Queria um homem estável, domingos tranquilos e filhos com nomes decididos muito antes de nascerem.
— E se não houver futuro? — ele perguntou, numa madrugada em que ela falava de imóveis e certidões.
— Então a gente inventa um — ela disse, sorrindo como quem jamais compreendeu a pergunta.
Ela não o entendia.
Achava bonito o que ele dizia, como quem acha bonita a chuva ou a música triste — mas não desejava se molhar, nem chorar.
Ele queria que ela rasgasse o destino e ardessse com ele num fogo sem nome. Mas ela dizia:
— Você precisa crescer.
E ele sentia que era exatamente o oposto: precisava desaprender.
No fim, ela partiu.
E ele ficou — com a ausência dela, com a vertigem não vivida, e com a verdade que o tempo traz como um veneno lento:
não era ela quem havia sido pequena —
era ele quem havia sonhado grande demais.
Um átomo nunca desaparece completamente, assim como as ideias de uma mente brilhante jamais se perdem totalmente.
Às vezes, no silêncio das madrugadas, uma lembrança adormecida caminha de mansinho entre os pensamentos. Não vem com nome, nem com rosto bem definido, é mais como uma brisa antiga que sopra do tempo, carregando o cheiro de um lugar esquecido e a luz suave de uma tarde que já não volta mais.
No sonho de ontem, a velha casinha ainda estava lá. Os tijolos um pouco gastos, o portão que range, e aquele silêncio que só existe em lugares que um dia foram felizes. Eu caminhava devagar, como quem pisa nas próprias memórias, e sussurrei, sem saber por quê: "ainda está como antes."
Havia algo no ar, talvez o vento mexendo nos cabelos de alguém que não vi, talvez os olhos de alguém que não se virou. Mas eu senti. Como se algo, ou alguém, estivesse ali, em cada canto, em cada sombra macia projetada pelo fim da tarde.
Não era saudade exatamente. Era mais fundo. Como uma música que não se lembra, mas que, quando toca, faz o peito pesar e o tempo perder o ritmo.
Acordei com a sensação de ter tocado algo precioso, mas intocável. Como se o passado tivesse respirado junto comigo por um breve instante, e depois voltado para o seu lugar, intocado, imóvel, eterno.
"A distração é camuflada em entretenimento vazio, produzido uma geração que se considera feliz, mas cada vez mais imbecilizada."
Cada sacramento é uma fenda no tecido do tempo, pela qual a eternidade irrompe. É o véu que se rasga ao contemplar a água e o sangue que saem do Cristo crucificado. É o Verbo que proclama eficazmente a salvação por meio de sua Palavra. O mesmo Deus que disse o haja luz, agora eficazmente diz: 'Está consumado'."
CONSTELAÇÃO
Olhei para as estrelas
E vi uma constelação
Os zodíacos se uniram
E formaram um coração
ESTRELAS FELIZES
No seu brilhante
Escutei uma canção
São as estrelas cantando e festejando
Porque o amor na terra está voltando
Se você me permitisse, seria uma lua em volta do seu planeta, equilibrando seu ecossistema, protegendo você de ameaças externas, embelezando suas noites frias e te proporcionando os mais belos eclipses que jamais imaginou.
JIU-JITSU É VIDA
Treinei Jiu-Jitsu hoje
E resolvi escrever uma poesia
Que o amor é respeito
E o Jiu-Jitsu é vida
Sou como
um pássaro
preso em uma gaiola.
E, quando estou perto da liberdade,
eles cortam minhas asas de novo
e me colocam novamente na gaiola,
onde só há
silêncio
e
vazio.
Fazem questão de lembrar
que sou um pássaro que não pode voar,
que também não pode ser livre.
Não me alimento mais do que colocam na gaiola.
Não faz sentido querer continuar insistindo
naquilo que nunca vai acontecer.
Sou um pássaro perdido em um sonho impossível:
o de um dia ser livre para voar
para o mais alto
e mais longe possível.
Vou te contar uma verdade
Saltar de um avião é mais fácil do que parece,
a distância do chão, ajuda você a ter tempo de assimilar o que está acontencendo enquanto está caindo
e permite que você curta o momento,
descobrindo algo novo, sentindo algo inédito
O que machuca de verdade são saltos com vontade em pessoas rasas
Que aparentam uma profundidade externa aos demais,
Mas ao pular, você descobre um vazio.
Aí é tarde demais!
Leonardo Procópio, Janeiro de 2025
Ela é uma menina-mulher, intensa e cheia de vida. Louca de um jeito divertido, legal de um jeito único, e chorona porque sente tudo profundamente. Ariana, corajosa e impulsiva, está sempre pronta para ajudar quem precisa, espalhando força e generosidade. Seu maior sonho? Ajudar cada vez mais pessoas, levando luz, amor e inspiração por onde passa.
Ler é uma terapia de conhecimento, escrever é um exercício de habilidades. Quando as duas coisas andam juntas, forma um sábio.
A vida de uma mulher insegura é marcada por batalhas silenciosas; ela caminha entre dúvidas e medos, questionando cada escolha, sufocada pela necessidade de agradar e pelo medo de não ser suficiente, enquanto esconde sua força por trás de sorrisos incertos.
Quando coloco uma música [num filme], é para ser ouvida. Eu quero que as pessoas sintam.
Sinto que vou ser ator pelo resto da vida. É uma profissão que te permite atuar velhinho.
