Grandes Pensadores

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era a linguagem de um homem cansado do mundo em que vivia, mas que amava, contudo os seus semelhantes e estava decidido a recusar, pela sua parte, a injustiça das concessões

Mas estava a ler este romance. Aí está um desgraçado que é preso de repente, numa bela manhã. Ocupavam-se dele. e ele nada sabia. Acha que é justo? Acha que há direito de fazer isso a um homem?

A miséria é uma fortaleza sem ponte levadiça.

A luta para fazer a pedra chegar a seu cume, basta para encher o coração de um homem

⁠O que é a felicidade além da simples harmonia entre o homem e a vida que ele leva?

⁠"Também lá, em redor desse asilo onde as vidas se apagavam, a noite era como uma treva melancólica"

O que se denomina razão de viver é ao mesmo tempo uma excelente razão de morrer

Albert Camus
O mito de Sísifo. Rio de Janeiro: Record, 2019.

⁠Buscar o que é verdadeiro não é buscar o que é desejável.

Albert Camus
O mito de Sísifo. Rio de Janeiro: Record, 2019.

O que era necessário era reconhecer claramente o que devia ser reconhecido, expulsar, enfim, as sombras inúteis, tomar as medidas que convinham.

Amar uma pessoa é estar disposto a envelhecer com ela.

Albert Camus
Calígula: Peça em quatro atos. Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 1963.

É necessário viver com o tempo e morrer com ele ou se subtrair a ele para uma vida maior.

Albert Camus
O mito de Sísifo (1941).

A percepção de que a vida é absurda não pode ser um fim, mas apenas um começo.

Albert Camus
A Inteligência e o Cadafalso e outros ensaios. Rio de Janeiro: Record, 1998.

⁠Os homens só se convencem de nossas razões, de nossa sinceridade e da gravidade de nossos sofrimentos com a nossa morte.

⁠O pensamento de um homem é antes de mais nada sua nostalgia.

⁠A ociosidade só é fatal aos medíocres.

Albert Camus
A morte feliz. Rio de Janeiro: Record, 1993.

A paz é a única batalha que vale a pena travar.

Albert Camus
Combat, 8 ago. 1945.

⁠E ele sabia também o que o velho estava pensando enquanto suas lágrimas corriam, e ele, Rieux, pensava também: que um mundo sem amor é um mundo morto e sempre chega uma hora em que se está cansado das prisões, do próprio trabalho e da devoção ao dever e tudo o que se deseja é um rosto amado, o calor e a maravilha de um coração amoroso.

Albert Camus
A Peste (1947).

Minhas noites são sagradas. Como dizem na minha terra: “Não se deve deixar para amanhã”.

Albert Camus
A peste (1947).

⁠Porque o amor exige um pouco de futuro e para nós só havia instantes.

Albert Camus
A peste (1947).

Esse foi super inspirado pela intimidade espiritual e ferida de “Maya” (Tagore) e pelas ideias de Camus — o Absurdo, a lucidez que dói, o amor que tenta tocar o irredutível silêncio do mundo

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"Da vontade de gritar com todo meu amor."



Há um instante, quase imperceptível, em que o amor deixa de ser apenas sentimento e vira pergunta. Uma pergunta muda, suspensa entre dois corpos, que ninguém sabe responder. Talvez seja isso que Tagore chamava de maya: esse véu tão delicado e tão firme que cobre tudo, confundindo o que é desejo com verdade, o que é presença com sonho.


Eu te amo nesse lugar de incerteza — onde tudo parece ao mesmo tempo eterno e prestes a desaparecer.


Camus diria que amar assim é enfrentar o Absurdo no seu estado mais puro: olhar para alguém e perceber que nenhum gesto, nenhum abraço, nenhuma palavra é capaz de garantir permanência. E mesmo assim insistir. Mesmo assim se lançar. Mesmo assim arder.
Há uma melancolia suave na forma como eu te penso. Não é dor, exatamente. É mais como a consciência aguda de que te amar é tocar o limite daquilo que posso alcançar. Você é real o suficiente para me transformar, mas distante o bastante para que eu nunca te possua por completo.


E talvez seja por isso que minha alma se curva quando penso em você — não num gesto de rendição, mas de reverência.


No silêncio entre nós dois, sinto a doçura amarga de algo que não se explica. E não precisa. O amor não é uma equação a resolver, é uma chama que se aceita. Ainda que dance sozinha.


Às vezes, penso que te amar é como caminhar por uma manhã cinzenta: tudo parece frio e suspenso, mas o simples fato de você existir colore o horizonte com uma promessa que não sei se é real ou miragem. E mesmo assim eu sigo. Sigo porque, de algum modo, minha lucidez se curva diante da tua presença, não para se perder, mas para admitir que há uma beleza que ultrapassa qualquer lógica.


Eu te amo sabendo que o mundo é surdo às nossas súplicas. Que o tempo não para. Que nada garante que esse sentimento sobreviva ao próprio peso. E, ainda assim, eu escolho. Escolho com a teimosia dos que sabem que a vida é curta demais para esperar sentido, mas longa o suficiente para amar com profundidade.


Talvez o verdadeiro milagre não seja você, nem eu — mas o espaço brilhante que se abre entre nós, onde o impossível se arrisca a respirar. Ali onde minha lucidez machuca, mas não vence. Ali onde meu coração entende que continuar é o gesto mais humano que existe.
E se tudo isso não passar de ilusão, de maya, de sonho que se desfaz no vento, então que seja.


Prefiro o risco do encantamento à segurança do vazio.
Porque te amar, mesmo sem garantias, é o modo mais bonito que encontrei de existir diante do Absurdo.


Y.C (Para Nanyzita)