Graça
É nas dificuldades, nas provações, nas divergências que a vida nos oferece as oportunidades para amadurecermos quanto indivíduos, quanto parte das relações estabelecidas através do destino, mas especialmente quanto seres humanos que buscam o aperfeiçoamento da alma que nos eleve além da absorção das teorias religiosas. Nas boas fases, nos bons momentos tudo é muito fácil de ser vivenciado, tão fácil que pouco, ou nada, aprendemos efetivamente para vida como um todo, o que nos leva a novas experiências de provações.
Paz é, também, não precisar viver mentindo, nem enganando.
Paz é o resultado de um comportamento que não incomoda a nossa consciência quando estamos a sós com nós mesmos e os nossos pensamentos não entram em choque quando confrontamos a teoria dos nossos valores com a pratica deles
Temos, sempre, uma nova, ou última, chance de fazermos a coisa certa antes da errada se tornar um arrependimento com consequências diversas irreparáveis. O Tempo, antes de sentenciar, notifica a consciência
Ter razão é um detalhe quando a consciência tem paz
Ter paz não é um detalhe em circunstância alguma
Paz é um valor que vale mais que inúmeras razões
A razão tem poder de impedir a paz
Tanta futilidade move a sociedade. Tanta vaidade se sobrepondo aos valores. Tanta mediocridade permeando as relações humanas. Tanto desrespeito e descaso com os presentes que a vida oferece. Tanto oportunismo mascarado de bondade. Tanta sabedoria de areia, porque na prática não se sustenta. Tudo isso numa vida com data de validade pra terminar, nós só não sabemos o dia certo, mas todos estamos fadados a virar pó, não somos nada, mas não falta quem se ache tudo. O sofrimento no processo da travessia de volta de alguns de nós causa piedade em quem assiste, contudo ele sempre se justifica se tivermos a oportunidade de conhecer a trajetória de quem passa pela provação dos momentos derradeiros se considerarmos os tempos pretéritos até o presente.
Mas quem se preocupa com o amanhã do corpo, da alma e da consciência?
Vagamundo
Carrego cicatrizes
(...e quem não as tem?)
De algumas esqueço,
enquanto outras sangram
porque feitas de punhais-palavras.
A cada (a)talho, vago pelo mundo
para driblar esse mal
chamado coração.
Caos climático
É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.
As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.
Dores d’África
Eh, meu pai!
Em vez de prantos
é melhor que cantemos.
Eh, meu pai!
É melhor que cantemos
a dor contínua
a solidária luta
de poetas-bantos
contra a tirania
Nem todas as flores
vivem gloriosamente em flor.
Uma delas sobrevive
catando os nossos restos
juntando os nossos pedaços
do playground à lixeira
marGARIda-amarela
marGARIda-do-campo
marGARIda-sem-terra
marGARIda-rasteira
marGARIda-sem-teto
marGARIda-menor
pela terra mais garrida
de maio a maio arrastando
o seu carrinho de GARI.
Catando os nossos restos
juntando os nossos pedaços
vai e vem uma marGARIda
brotar no seu jardim
Comei e bebei!
estas palavras são meu corpo
nem alegre, nem triste
só um corpo
Comei e bebei!
Nestas palavras minh'alma
talvez a mais próxima
de um revoar de sonhos
Mas se este ofertório
te parece pouco,
ide ao verso-reverso
onde o nosso sudário
continua exposto
Saúdo as minhas irmãs
de suor papel e tinta
fiandeiras
guardiãs,
ao tecer o embalo
da rede rubra ou lilás
no mar da palavra
escrita voraz.
Saúdo as minhas irmãs
de suor papel e tinta
fiandeiras
tecelãs
retratos do que sonhamos
retratos do que plantamos
no tempo em que nossa
voz era só silêncio.
Enquanto a humanidade investe na sua falta de tempo, despreocupada com a qualidade e com a utilidade do seu uso, o TEMPO, quanto força poderosa neste esférico espaço azul, cada vez mais, e melhor, executa o seu ofício de Senhor observador do nosso comportamento, enquanto usamos as suas valiosas partículas, monitorando a qualificação da nossa essência, das nossas ações e das nossas intenções, quanto indivíduos que somos, ao transitarmos sob o teto do infinito
Sou devota, demais, do Tempo, porque ele não faz milagres, faz justiça.
Silencie para que todas as vozes ao seu redor, seja em forma de suavidade ou de gritos, possam trazer à tona as suas verdadeiras raízes de sentimentos e valores ao expressar o seu interior e tu poderes compreende- las ou, simplesmente, fazer-te calar-se ao reconheceres a tua incapacidade, frente à realidade íntima alheia, para ajudar a reverter ou avalizar os efeitos do porão psiquicoemocional verbalizados através do som das vozes que tu ouves, dentro do teu potencial de percepção
Os desajustados são todos àqueles que se recusam a acatar as imposições do "politicamente correto" de forma irrestrita, desprezando os seus próprios valores pessoais os quais os tornaram pessoas com credibilidade, de atitudes íntegras, dotados de independência intelectual, satisfatório equilíbrio emocional e desprendimento dos interesses egoístas apenas para atender as frágeis e fúteis necessidades humanas que impedem o indivíduo de amadurecer e aprender a lidar com a verdade e com a realidade dentro de um cenário isento da hipocrisia e de imagem construída para fins que mascarem as suas dependências e limitações. Enfim, os desajustados estão em extinção
Brilhe na alma e não precisará empenhar tanto numerário com maquiagens gliterizadas, nem com sessões terapêuticas para autoaceitação, sequer será necessário filtro nas fotos para as redes socias. Quando há luzir natural no espírito, todos ao redor conseguem identificar-nos possuídos de luz
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