Gosto do Perigo

Cerca de 29749 frases e pensamentos: Gosto do Perigo

Desaparecimento

Não deixe o silêncio te vencer
Velhice do fim deve ser ingente
Exista, concorde no mais viver

Creia, noite tem amanhecer
Respire com o olhar vivente
Tenha manhã para anoitecer

Pois, saudade, o justo é sofrer
Então, se oponha ao sol poente
Suspire, alente sem se render

Pai, o teu decesso, faz fender
O coração, é choro "sofrente"
Duma lágrima que quer ceder
Não saia do alcance... Tente!
Lute, tente pra luz não morrer!
De sua benção ficarei ausente...

Luciano Spagnol
Junho de 2014, 02'44"
Cerrado goiano
Parodiando Dylan Thomas

Inserida por LucianoSpagnol

IPÊ AMARELO (soneto)

No teu fugaz aflorar. És partitura
Duma melodia cálida fulgurante
De etérea figura num semblante
No ápice duma passagem pura

Se ergue na paisagem, vibrante
Em efígie no cerrado, escultura
Tão cróceo de aparata candura
Num teor pomposo e insinuante

Ave ipê! Natureza na sua mesura
Aos olhos se faz guapo arruante
Ao poeta estro em embocadura

E neste Éden de aptidão gigante
Ao belo, a quimera se aventura
Numa viagem de visão alucinante

Luciano Spagnol
Agosto de 2016

Inserida por LucianoSpagnol

Falar, é fácil de dizer
crer, é que é difícil
a palavra tem poder
e entender, ofício...

Luciano Spagnol
mineiro do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

Não se deixe dissuadir
a quem não diz tudo
mais vale muito sorrir
que um coração mudo..

Luciano Spagnol
mineiro do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

NOTURNO (soneto)

O silêncio sobrou-me como alento
E o vento ressoa a última vindima
De ilusão... Desagregada da estima
No tempo noturno bem mais lento

O sino da matriz soa em pantomima
Chamando a esperança do relento
Para que se funda ao sentimento
E derrame em fé e não só lágrima

O sono evoca vinho como fomento
A solidão adentra na noite a cima
O relógio no pensamento, tormento

Me busco, e não encontro a rima
Me olho, o passado vira lamento
E o aninar na vigia não aproxima

Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Último dia do mês

Inserida por LucianoSpagnol

ADEUS AGOSTO

Adeus agosto, vai-se com a secura
Chegando o afável e a primavera
O tempo vai tecendo a sua costura

Crendice de desgosto, és quimera
Orna-se o setembro em partitura
Neste apartado boa é a atmosfera

Nas paragens do cerrado, mistura
O árido chão com esta novata era
Num balanço de cheiro e candura

Adeus agosto! Um novo mês gera
Que não seja somente de má jura
Mas na largura do ter sem espera...

Que venha setembro,
bem vinda primavera,
que seja com ternura...

Luciano Spagnol
31 de agosto, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O romântico, de querer por inteiro, mas quem há de dar tanto?
O amor!
Este quanto menos fatiado, sacia, te deixa calado...
E aos lábios se torna amordaçado, num beijo...
Assim vejo, quem dá tanto!
Porém existiram os portanto...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O viver é assim: mares, marolas, ondas, tsunamis... Surfar é o segredo.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O SONHO

Posso ouvir o sonho passar
Veloz e ao vento a bater
Deixando lembrança no ar
E saudade no curto viver

Eu pensei que ao acordar
O tempo deixaria de mover
Pois, ele não se põe a parar
Nem depois de se morrer

Um passo pra frente, a girar
Outro pra trás, sem se mover
Muita coisa pra se lembrar
É impossível de tudo saber

Então deixe a quimera levar
Pra que se possa esquecer
Quem sabe outro possa achar
O que você não soube ver...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

UMA TRAMA (soneto)

A trama da perda tece o vazio
com fios do sofrer trançados
numa arte com a dor casados
que não abafa o frio arrepio

Ter e perder, já estão tramados
no fado, sem nenhum extravio
mesmo que a sorte cate desvio
as intenções darão seus brados

Pratique perder no ritual e feitio
para assim adoçar os finados
alvejando o olhar no ato sombrio

Perdi, perdeu, são passados
até perder, viva sem fastio
pois elas não deixam recados...

Luciano Spagnol
06, setembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CADÊ A CHUVA?

Cerrado, árido, ressecado
sem chuva, cheio de curva
pede , implora, sem demora
pingos, pode ser respingos
agora, embora hora é hora
água, pra molhar a mágoa
veloz, feroz, gotas em nós
venham, e se mantenham...
Oh chuva!
Com sol casamento de viúva
qualquer forma, o que vier
breve, leve , releve
você nos deve!
Então, cadê o trovão
traga pra secura candura
e ao dia pura alegria...
Piúva! Cadê a chuva?
Tão bão, ouvir-te no chão.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

EU
a poesia
ELA
da alma psicografia...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

NA SEQUIDÃO DO CAMINHO

No caminho tinha uma folha seca
desgarrada uma folha seca tinha
no caminho do cerrado
uma folha seca no caminho tinha

Nunca me esquecerei desse evento
na sequidão do cerrado ao vento
no caminho tinha uma folha seca
Nunca me esquecerei que no caminho
tinha uma folha seca
Na sequidão do caminho
uma folha seca tinha
no caminho tinha uma folha seca

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Parodiando Carlos Drummond de Andrade
(No caminho tinha uma pedra)

Inserida por LucianoSpagnol

LÁGRIMA QUE CAI

Se cada lágrima cai, da ilusão
vinda do coração
há uma fenda
por onde a emoção tenda

há de então fazer oclusão
com a razão
e na paciência de condutor
abrir as comportas do amor

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Etemon e Persy são como Goku e Vegeta: Totalmente opostos mas são parceiros.

Inserida por Etemon



Eu, que o destino pândego impeliu à vida
Moldando- me com forjas de imprecação
Este que de má sorte na criação, nascida
Apenas para ao peito dar dor ao coração...

De flagelo em flagelo tem a poesia ferida
Sem fidelidade no caminho, outra direção
Sangra, rasga, na tranquilidade retorcida
Dos acasos servidos, os sons da solidão

Silêncio nas madrugadas, noites de luto!
Dias embatucados, me vejo em desalinho
Alma acabrunhada, de triste e vago olhar;

E, no horizonte do cerrado árido e bruto
E, talvez há de estar, no sempre: sozinho!
Sem o amor, sem tu, a chorar, a suspirar...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
09/04/2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Ao Coração na Sofrença

Ao coração na sofrença, dilacerado
Em silêncio, no exílio, que aqui chora
Assim me vejo, no sertão do cerrado
Separado, onde o amor foi embora...

Suspira e lamenta, pra ser consolado
Não me basta saber do desejo agora
Da ilusão de ter um poema delicado
Não me basta saber da perdida hora

E se fui amado, não me basta saber
Não me basta o afeto puro e sagrado
Ter o sabor do beijo e, assim alentar!

Mais causa ao coração pra não sofrer
É ser na maior pureza, e se maltratado
Se dê ao amor, e assim de novo amar...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
11 de abril de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

MEUS IMATUROS ANOS

Os meus imaturos anos dia deste
Acarquilhou no tempo, foi embora
Deixando a saudade, vil senhora
Cá no peito, no horizonte celeste

Diversa, macróbia, que cá mora
Alquebrada, da vida quer teste
Se o já é valedouiro a toda hora
Da sabedoria se diz inconteste

E da idade, a acama, cafajeste
Todo que ora não fui sou agora
Troça e ri tal qual a uma peste

E nos desvarios me levo afora
Sem que o sonho me moleste
Pois, a alma é nova, sem outrora...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Dói

Dói tudo o que já era
Tudo que não mais está
A dor que um dia não quisera
A saudade que permanecerá
O ontem no hoje não se espera
Cada dor doida lacera a poesia
Após o inverno, a primavera
Amanheceu, já é outro dia!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio de 2019
Cerrado goiano
paráfrase Fernando Pessoa

Inserida por LucianoSpagnol

EXÍLIO

A saudade que suspira, separada
Do teu cheiro, nos olhos a chorar
Me vejo, com a dor ali estocada
De um coração sufocado a gritar

Não basta saber que pude amar
Nem só a paixão ter sido alada
As amarguras tomaram o lugar
Dos gestos, a alma está talhada

Na ausência, de teus beijos, dor
As desventuras que fazem sofrer
Me consomem neste torto poetar

É um exílio cheio de amargo clamor
Em ter a emoção distante pra valer
Neste silêncio de não poder te tocar.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
18 de maio, de 2018
05’30”, Cerrado goiano.

Inserida por LucianoSpagnol

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