Gente Mimada

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O mundo está cheio de gente vazia.

Muitas coisas, não vale a pena dizê-las. E muita gente não merece que lhes digam outras coisas. Isto faz muito silêncio.

tão longa a jornada!
e a gente cai, de repente,
no abismo do nada

Pensar de pernas para o ar
é uma grande maneira de pensar
com toda a gente a pensar como toda a gente
ninguém pensava nada diferente Que bom é pensar em outras coisas
e olhar para as coisas noutra posição
as coisas sérias que cómicas que são
com o céu para baixo e para cima o chão

Quem tem medo de dizer não?

A gente vive aprendendo
A ser bonzinho, legal,
A dizer que sim pra tudo,
A ser sempre cordial...

A concordar, a ceder,
A não causar confusão,
A ser vaca-de-presépio
Que não sabe dizer não!

Acontece todo dia,
Pois eu mesma não escapo.
De tanto ser boazinha,
Tô sempre engolindo sapo...

Como coisas que não gosto,
Faço coisas que não quero...
Deste jeito, minha gente,
Qualquer dia eu desespero...

Já comi pamonha e angu,
Comi até dobradinha...
Comi mingau de sagu
Na casa de uma vizinha...

Comi fígado e espinafre,
De medo de dizer não.
Qualquer dia, sem querer,
Vou ter de comer sabão!

Eu não sei me recusar,
Quando me pedem um favor.
Eu sei que não vou dar conta,
Mas dizer não é um horror!

E no fim não faço nada
E perco toda razão.
Fico mal com todo mundo,
Só consigo amolação.

Quando eu estudo a lição
E o companheiro não estuda,
Na hora da prova pede
Que eu dê a ele uma ajuda

Embora ache desaforo,
Eu não consigo negar...
Meu Deus, como sou boazinha...
Vivo só para ajudar...

Se alguém me pede que empreste
O disco do meu agrado,
Sabendo que não devolvem
Ou que devolvem riscado...

Sou incapaz de negar,
Mas fico muito infeliz...
Qualquer um, se tiver jeito,
Me leva pelo nariz...

Depois que eu estou na fila
Pra pagar o supermercado,
Já estou lá há muito tempo...
Aparece um engraçado...

Seja jovem, seja velho,
Se mete na minha frente,
Mas eu nunca digo nada...
Embora eu fique doente!

A gente sempre demora
A entender esta questão.
Às vezes custa um bocado
Dizer simplesmente não!

Mas depois que você disse
Você fica aliviada
E o outro que lhe pediu
É que fica atrapalhado...

Mas não vamos esquecer
Que existe o "por outro lado"...
Tudo tem direito e avesso,
Que é meio desencontrado...

Quero saber dizer NÃO.
Acho que é bom para mim.
Mas não quero ser do contra...
Também quero dizer SIM!

É curioso. Há gente que nos odeia sem que jamais lhe tenhamos feito algum favor.

Drão

Drão,
O amor da gente como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n'algum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura

Drão,
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Cama de tatame
Pela vida afora

Drão,
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há
De haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
Drão.

A religião supre o juízo e a razão que falta em muita gente.

Publicamos para não passar a vida a corrigir rascunhos. Quer dizer, a gente publica um livro para livrar-se dele.

Pouca gente pensa mais de duas ou três vezes por ano; eu ganhei reputação internacional a pensar duas ou três vezes por semana.

''Quem teve o privilégio de viver muito sabe que o tempo é um mestre muito caprichoso. Às vezes as suas lições são tão repentinas que quase nos afogam. Outras vezes elas se depositam devagar, como a conta-gotas, diante da avidez de nossas perguntas.
E por isso, quem teve o privilégio de viver muito tempo, aprende a olhar com serenidade o turbilhão da vida. Amores ardentes se extinguem, urgências se acalmam, passos ágeis relentam.

Enfim, tudo muda. Muda o amor, mudam as pessoas, muda a família, só o tempo permanece do mesmo modo, sempre passando.

E é por isso que eu queria esta noite, erguer um brinde a ele, que esculpiu no meu rosto e na minha alma a sua marca, da qual eu tanto me orgulho.

Então, ao tempo, ao tempo..''

A menininha mimada nunca foi fresquinha,
Atravessa qualquer parada, aprendeu a se virar sozinha.
Sozinha, assim, nem tanto.
Ela não vive sem amor, paixão, encanto...
Tem dessas que viram patricinhas, outras guerreiras de primeira linha.
A bonequinha de porcelana revestiu-se de aço,
Aprendeu a andar a ponta dos pés para depois andar nas pedras sem sapatos.
Mãos de princesa e alma de Joana Darc...
Dedilhar piano nunca foi seu forte,
Diga isso aos seus pais, eles tiveram sorte!
Cansou de ser Rapunzel na torre coberta de flores,
Cansou de esperar pelo príncipe encantado,
Deixou de acreditar em amores...
Bobos da côrte enfeitiçados.
Mas chorou por um monte desses, que depois se mostram sapos.
Príncipe mesmo só um...Não exatamente príncipe.
Homem pra ela tem que ser plebeu, guerreiro, constante.
Daqueles que não saem fora por nenhum instante, seja qual for!
Chorou e ainda chora...
Porque espera que mude o mundo...
Liberdade é a palavra certa...
Igualdade é o que espera.
Livre das barreiras que o preconceito revela,
Não gosta de muros, nunca gostou.
Não precisa de armas para tentar revolucionar.
Não gosta de flores, senão em seus botões, vivos e suntuosos.
Ramalhetes são desperdícios...
Homens infiéis que os mandam para encobrir defeitos, mais ainda!
Deixou de ver a vida como um filme, cansou de esperar do nada!
A luta é a melhor maneira de se sentir amada, armada!
Mas ainda ama o som do mar,
Música alta, baladas constantes...
Para quê drogas, se a vida é tão mais inebriante?
A menininha dos laçinhos cor de rosa...
Vestidinhos rendados...
Sapatinhos de cristal...
Mulher... pra ser exato...
Laços rosas nas caixas de presente,
Vestidos, ainda sim, mas em croquis e moldes,
Pq desenhar ainda é seu ponto forte!
Sapatinhos de cristal???
O que eu falei sobre andar nas pedras???
Sua nobreza não vem de impérios
Corre em suas minhas veias!!!
Faz parte da alma...

Uma criança mimada será um adulto infeliz.

"Quanto mais você disciplinar a mente, mais a terá sob controle. Uma criança mimada sofre horrores, até com um pequeno ferimento; outra, espartanamente educada, mal se assusta diante de uma lesão séria. "

Sou mimada, sou dengosa. Às vezes não vou estar bem como você espera, e mesmo assim terá que respeitar. Sou dia, sou noite; e tudo isso no mesmo dia.
Sou alegria, sou lágrimas, sou conversa muda. Só alguém tão complexo quanto eu(ao menos no fundo) pra me aguentar.
Não sou fácil mas também não sou problemática.Sou do bem.
E do mal também. Claro, num bom sentido. Mas calma aí, existe bom sentido para o mal ?

Me chame de chata,
de maluca, mandona, mimada.
Diga que eu sou intensa, tensa, dramática, exagerada.
Reclame que tudo que eu amo, acredito, reclamo, ou sofro,
eu amo demais, acredito demais, sofro demais, e sim, eu reclamo demais.
É tudo verdade,
mas eu não vejo por que ser diferente se a realidade não é melhor do que os meus sonhos.
Eu não tenho culpa do meu querer não caber numa simples frase de "eu te amo".

Eu aprendi que, para crescer como pessoa, preciso me cercar de gente mais inteligente do que eu.

H. Jackson Brown Jr
BROWN, H. J. The Complete Live and Learn and Pass It On. Nashville: Thomas Nelson Incorporated, 1998
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A maior prisão que podemos ter na vida é aquela quando a gente descobre que estamos sendo não aquilo que somos, mas o que o outro gostaria que fôssemos.
Geralmente quando a gente começa a viver muito em torno do que o outro gostaria que a gente fosse, é que a gente tá muito mais preocupado com o que o outro acha sobre nós, do que necessariamente nós sabemos sobre nós mesmos.
O que me seduz em Jesus é quando eu descubro que n'Ele havia uma capacidade imensa de olhar dentro dos olhos e fazer que aquele que era olhado reconhecer-se plenamente e olhar-se com sinceridade.
Durante muito tempo eu fiquei preocupado com o que os outros achavam ao meu respeito. Mas hoje, o que os outros acham de mim muito pouco me importa [a não ser que sejam pessoas que me amam], porque a minha salvação não depende do que os outros acham de mim, mas do que Deus sabe ao meu respeito.

A DESPEDIDA DO AMOR

Existe duas dores de amor. A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão envolvidos que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

Você deve achar que eu bebi. Se a luz está sendo vista, adeus dor, não seria assim? Mais ou menos. Há, como falei, duas dores. A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por ninguém. Dói também.

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um suvenir de uma época bonita que foi vivida, passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação com a qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a dor-de-cotovelo propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: eu amo, logo existo.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.

Martha Medeiros
Crônica "A Despedida do Amor", 2001

Nota: Texto originalmente publicado na coluna de Martha Medeiros, no website Almas Gêmeas, a 6 de agosto de 2001.

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Eu nunca vou entender por que a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender por que você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais...

Mas aí, daqui a uns dias... você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.