Fuga

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Na angústia não acontece nenhuma destruição de todo o ente em si mesmo, mas tampouco realizamos nós uma negação do ente em sua totalidade para, somente então, atingirmos o nada. Mesmo não considerando o fato de que é alheio à angústia enquanto tal, a formulação expressa de uma enunciação negativa, chegaríamos, mesmo com uma tal negação, que deveria ter por resultado o nada, sempre tarde. Já antes disto o nada nos visita. Dizíamos que nos visitava juntamente com a fuga do ente em sua totalidade.

Amar, algo gostoso e bom, porém algo sinuoso e periogo, que nos causa medo de perder o ser amando, tudo que esperamos é ser amado pelo ser que amamos, nos causa insegurança quando vemos que estamos desarmados perante uma paixão, e estar desarmado é estar suscetível a qualquer tipo de ataque que machuque o coração, amar ou nunca amar eis a dúvida...

⁠Não se pode correr
Daquilo que está em você..
É como querer fugir
Do seu mundo..

“Fugir de si mesmo não irá te afastar do problema.”

Temos uma chance em um bilhão.
Então, temos uma chance.

⁠Nós não podemos arriscar a nossa liberdade voltando pra um mundo que acha galinhas tão deliciosas.

Inserida por pensador

⁠– Ela era forte, não tinha medo, e queria uma coisa mais que qualquer outra.
– Liberdade!

Inserida por pensador

⁠Acho que a melhor parte de sair de férias é poder voltar pra casa, não é mesmo?

Inserida por pensador

⁠Às vezes, a gente tem que se jogar.

Inserida por pensador

⁠Maridos e galinhas são o terror da minha existência!

Inserida por pensador

Como fugir da culpa? Continuar os atos corruptos e pontuá-los com amenidades sobre o tempo e a família.

Sei que se tratava de um exílio, de uma fuga, de um ato imposto pela força, mas não será toda migração forçada por algum desconforto, uma fuga em alguma medida, uma inadaptação irredimível à terra que se habitava?

Inserida por pensador

A imaginação é passível de realização e a fantasia é um processo de fuga.

Em fuga das redes sociais, me liberando em poemas enigmáticos pois seria sentimentos demais para as pessoas entenderem se fosse contatos de uma vez."

O DOM TOTAL

"A morte que nos dá entrada à vida não é uma fuga à realidade, mas um dom total de nós mesmos que inclui uma completa entrega à realidade. Começa pela renúncia à ilusória realidade que as coisas criadas adquirem, quando consideradas apenas em relação aos nossos egoístas interesses particulares."

Na liberdade da solidão, Thomas Merton (Vozes, 2010), pág. 17

Um riso dissimulado, irônico, nada mais é que disfarce de fuga, gerando a falsa impressão por estar alegre ao anestesiar-se nessa desconfortável situação.

Liberdade sem sentido e objetivo é apenas fuga e alienação.

A Irreparável Fuga do Tempo

Justamente aquela noite iria começar para ele a irreparável fuga do tempo. Até então ele passara pela despreocupada idade da primeira juventude, uma estrada que na meninice parece infinita, onde os anos escoam lentos e com passo leve, tanto que ninguém nota a sua passagem. Caminha-se placidamente, olhando com curiosidade ao redor, não há necessidade de se apressar, ninguém empurra por trás e ninguém espera, também os companheiros procedem sem preocupações, detendo-se frequentemente para brincar.

Das casas, a porta, a gente grande cumprimenta-se benigna e aponta para o horizonte com sorrisos de cumplicidade; assim o coração começa a bater por heroicos e suaves desejos, saboreia-se a véspera das coisas maravilhosas que aguardam mais adiante; ainda não se veem, não, mas é certo, absolutamente certo, que um dia chegaremos a elas.

Falta muito? Não, basta atravessar aquele rio lá longe, no fundo, ultrapassar aquelas verdes colinas. Ou já não se chegou, por acaso? Não são talvez estas árvores, estes prados, esta casa branca o que procurávamos? Por alguns instantes tem-se a impressão que sim, e quer-se parar ali. Depois ouve-se dizer que o melhor está mais adiante, e retoma-se despreocupadamente a estrada. Assim, continua-se o caminho numa espera confiante, e os dias são longos e tranquilos, o sol brilha alto no céu e parece não ter mais vontade de desaparecer no poente.

Mas a uma certa altura, quase instintivamente, vira-se para trás e vê-se que uma porta foi trancada às nossas costas, fechando o caminho de volta. Então sente-se que alguma coisa mudou, o sol não parece mais imóvel, desloca-se rápido, infelizmente, não dá tempo de olhá-lo, pois já se precipita nos confins do horizonte, percebe-se que as nuvens não estão mais estagnadas nos golfos azuis do céu, fogem, amontoando-se umas sobre as outras, tamanha é sua afoiteza; compreende-se que o tempo passa e que a estrada, um dia, deverá inevitavelmente acabar.

A um certo momento batem às nossas costas um pesado portão, fecham-no a uma velocidade fulminante, e não há tempo de voltar.

Será então como um despertar. Olhará à sua volta, incrédulo; depois ouvirá um barulho de passos vindo de trás, verá as pessoas, despertadas antes dele, que correm afoitas e o ultrapassam para chegar primeiro.

Ouvirá a batida do tempo escandir avidamente a vida. Nas janelas não mais aparecerão figuras risonhas, mas rostos imóveis e indiferentes. E se perguntar quanto falta do caminho, ainda lhe apontarão o horizonte, mas sem nenhuma bondade ou alegria. Entretanto, os companheiros se perderão de vista, um porque ficou para trás, esgotado, outro porque desapareceu antes e já não passa de um minúsculo ponto no horizonte.

Além daquele rio — dirão as pessoas —, mais dez quilômetros, e terá chegado. Ao contrário, não termina nunca, os dias se tornam cada vez mais curtos, os companheiros de viagem, mais raros, nas janelas estão apáticas figuras pálidas que balançam a cabeça.

Então já estará cansado, as casas, ao longo da rua, terão quase todas as janelas fechadas, e as raras pessoas visíveis lhe responderão com um gesto desconsolado: o que era bom ficou para trás, muito para trás, e ele passou adiante, sem dar por isso. Ah, é demasiado tarde para voltar, atrás dele aumenta o fragor da multidão que o segue, impelida pela mesma ilusão, mas ainda invisível, na branca estrada deserta.

Ai, se pudesse ver a si mesmo, como estará um dia, lá onde a estrada termina, parado na praia do mar de chumbo, sob um céu cinzento e uniforme, sem nenhuma casa ao redor, nenhum homem, nenhuma árvore, nem mesmo um fio de erva, tudo assim desde um tempo imemorável.

Dino Buzzati
Livro: O Deserto dos Tártaros

Ir adiante não é a fuga do presente, mas ofensiva contra ele. O “eterno agora”, superado contra o caminho percorrido, acontece dentro de nós.

O amor,está mais para uma fuga,pois a cada sopro nós diz que a vida não é uma mentira.