Frases poéticas (reflexões inspiradoras sobre vários temas)
INSCRIÇÃO PARA UMA LAREIRA
A vida é um incêndio: nela
dançamos, salamandras mágicas
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...
Há uns que morrem antes; outros depois. O que há de mais raro, em tal assunto, é o defunto certo na hora exata.
Tudo que se passa no onde vivemos é em nós que se passa. Tudo que cessa no que vemos é em nós que cessa.
O que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno voo e cai sem graça no chão.
O que me atormenta é que tudo é "por enquanto", nada é "sempre".
O medo sempre me guiou para o que eu quero; e, porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo quem me tomou pela mão e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo o que eu amo é arriscado.
Sempre conservei uma aspa à esquerda e outra à direita de mim.
Vivo no quase, no nunca e no sempre. Quase, quase – e por um triz escapo.
O que obviamente não presta sempre me interessou muito.
Confesso que até hoje só conheci dois sinônimos perfeitos: "nunca" e "sempre".
Sorria sempre. Seus lábios não precisam traduzir o que acontece no seu coração.
Naquele dia fazia um azul tão límpido, meu Deus, que eu me sentia perdoado para sempre não sei de quê.
Porque calando nem sempre quer dizer que concordamos com o que ouvimos ou lemos, mas estamos dando a outrem a chance de pensar, refletir, saber o que falou ou escreveu.
Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza legítima a qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto de nossa dor mais profunda.
(...) quanto a mim mesma, sempre conservei uma aspa à esquerda e outra à direita de mim.
Escadas de caracol
Sempre
São misteriosas: conturbam...
Quando as desce, a gente
Se desparafusa...
Quando a gente as sobe
Se parafusa
(...)
O assunto
E nunca me perguntes o assunto de um poema: um poema sempre fala de outra coisa.
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente...
e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Nota: Trechos do poema Seiscentos e sessenta e seis, que costuma ser veiculado na internet com o título O tempo.
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