Frases de Miguel

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Não há livro tão mau que não tenha algo de bom.

O deleite imaginado é muito maior que o gozado, embora nos verdadeiros gostos deva ser o contrário.

A diligência é a mãe da boa sorte.

A estirpe herda-se e a virtude conquista-se; e a virtude vale por si só o que a estirpe não vale.

As obras de caridade que se praticam com tibieza e como que a medo, nenhum mérito, nem valor têm.

Nas desventuras comuns, reconciliam-se os ânimos e travam-se amizades.

Quem está ausente, teme e tem todos os males.

Um empreendimento imagina-se e começa-se com facilidade; mas na maior parte das vezes sai-se dele com dificuldade.

Não há pai nem mãe a quem os seus filhos pareçam feios; nos que o são do entendimento ocorre mais vezes esse engano.

O valor que não tem por fundamento a prudência chama-se temeridade, e as façanhas dos temerários devem atribuir-se mais à sorte do que à coragem.

Nos perigos graves, atropela-se toda a razão.

Não pode haver graça onde não há discrição.

A verdade pode ser interessante, mas não é indispensável.

O molho dos contos é a propriedade da linguagem.

Dizem que não há nenhum problema tão terrível que você não possa adcionar um pouco de culpa e torná-lo ainda pior.

Ah! O mundo é grande demais, atraente demais! Ah tantas promessas que precisamos manter, e tanta estrada ainda pra percorrer!

O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura. E que a doçura que não se prova se transfigura noutra doçura muito mais pura e muito mais nova.

Miguel Torga
TORGA, M., Antologia Poética

Tantas formas revestes, e nenhuma
Me satisfaz!
Vens às vezes no amor, e quase te acredito.
Mas todo o amor é um grito
Desesperado
Que apenas ouve o eco...

Miguel Torga
TORGA, M., Penas do Purgatório, 1954

Nota: Trecho do poema "Esperança"

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Mas a vida é uma coisa imensa, que não cabe numa teoria, num poema, num dogma, nem mesmo no desespero inteiro dum homem.

Miguel Torga
TORGA, M., Diário

Os homens só me deram tristezas. Ou eu nunca os entendi, ou eles nunca me entenderam.

Miguel Torga
TORGA, M., Diário